O governador Confúcio Moura concedeu, no final de semana, sua mais longa entrevista deste seu primeiro ano de governo. Por uma hora e 45 minutos, foi questionado por Léo Ladeia e Sérgio Mello, no programa Via Sat, da TV Candelária/Rede Record. O programa, transmitido ao vivo e em rede estadual, mostrou um Confúcio seguro, marqueteiro, sincero. Não deixou de responder a nenhuma pergunta, mesmo as mais duras, tanto vindas dos seus entrevistadores como do público, que interage no programa. Mostrou claramente seu sofrimento pessoal com a prisão de uma pessoa da sua confiança, na Operação Termópilas; foi claro sobre a necessidade de combate duro à corrupção; comentou a reestruturação de governo que fará no início do próximo ano. E foi claro ao dizer que todas as autoridades e pessoas importantes do Estado estão com seus telefones grampeados, inclusive ele. “Governador, prefeitos, vereadores, familiares, todos estão grampeados”, disse claramente. Se for real a afirmação do chefe do governo rondoniense, é uma total invasão de privacidade que está ocorrendo no Estado. Ou a Justiça desconfia de tudo e de todos para autorizar escutas. Ou elas estão sendo feitas ilegalmente.
Mas, enfim, Confúcio não deixou pedra sobre pedra. Não enrolou, não saiu pela tangente e falou claramente sobre questões como a saúde pública, a segurança, os salários dos servidores, as obras que fez e fará. Se usar mais a mídia, pessoalmente, Confúcio sentirá um avanço seguro da sua administração perante a opinião pública. Ele tem usado bem menos o espaço na imprensa do que seu antecessor Ivo Cassol. Mas ambos, embora com estilos completamente diferentes, são os grandes marqueteiros de si mesmos. Quando Confúcio fala, a população ouve com atenção.
CONVERSA A DOIS
Sala trancada. Ninguém por perto. Nem secretários, nem assessores. Só os dois personagens. Foi na semana passada, no gabinete do governador Confúcio Moura. Uma conversa longa com o presidente interino da Assembleia, deputado José Hermínio Coelho. Encontro de pesos pesados.
RESULTADOS
Pouco se sabe o que foi conversado, mas os resultados já apareceram. Hermínio baixou a bola nas críticas ao governo, o Palácio diminuiu um pouco a pressão para interferir na Mesa Diretora. Projetos importantes do governo, que estavam paralisados, começam a andar (orçamento, organizações sociais para a saúde, reforma administrativa). Nenhum dos dois falou nada sobre o encontro. Mas os resultados falam...
FICA ONDE ESTÁ
Um grupo de deputados foi ao Ministério Público, interceder pelo presidente Valter Araújo, que está preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Porto Velho. O grupo recebeu a informação de que Valter estaria adoentado, sem atendimento médico correto e inclusive correndo risco de vida. No MP, a comissão foi bem atendida. Ouviu que não há qualquer problema de falta de atendimento médico e avisou que Valter continuará onde está.
RISCO DE VIDA
A explicação para a prisão na cadeia supersegura, onde está o presidente da ALE, é de que ele não poderia mais ficar numa cela da Polícia Federal e que, indo para um presídio comum, aí sim, correria risco de vida. Além disso, segundo uma fonte do MP, foi tentado introduzir um celular para Valter, em sua cela e ele teria tentado repassar bilhetes para fora da PF.
ESPÍRITO DE CORPO
Comentário de um experiente político, entre amigos: é surpreendente como alguns deputados, pegos com a boca na botija, querem agora o apoio dos seus colegas, que nada tiveram a ver com as maracutaias, para confrontar o Ministério Público e o Judiciário, “para proteger o Legislativo”. Depois de todas as provas coletadas, muitos dos envolvidos continuam negando que tenham agido irregularmente. Impressionante!
ESTÁ “RENDONDINHA”
Há uma verdade que tem que ser dita: a Operação Termópilas não detectou rregularidades na Assembleia. Um promotor chegou a dizer que as coisas estão “redondinhas” no Poder, já que nada de ilegal foi encontrado. Ao menos até agora. Na verdade, a operação tentava alcançar só Valter Araújo, por causa de contratos ilegais com o governo e licitações irregulares.
MENSALÃO
No meio do caminho é que começaram a aparecer as ligações entre o presidente da Casa e o grupo de parlamentares que recebiam uma espécie de mensalão. Mas o dinheiro não saiu dos cofres da Assembleia, mas sim do resultado das negociatas via empresas ligadas a Valter Araújo. Portanto, não há qualquer denúncia, suspeita ou acusação contra a Assembleia, como instituição.
PERGUNTINHA
Será que poderemos começar 2012 sem que Rondônia apareça no noticiário local e nacional como um estado recheado de corruptos?
Fonte: Sérgio Pires/Alto Madeira
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