A briga pelo comando da Assembleia Legislativa, fragilizada desde que seu presidente foi preso - e outros sete deputados apareceram como suspeitos de envolvimento com recebimento ilegal de dinheiro - vai ser muito dura. O rolo, mais dia, menos dia, acabará nas mãos do Judiciário. Porque a guerra será sem trégua e os contendores não se preocuparão em utilizar golpes abaixo da linha da cintura. De um lado está o presidente interino, José Hermínio Coelho, guindado ao cargo pelo Regimento Interno atual. De outro, o grupo governista, que quer aproveitar o momento para assumir o comando do poder e colocá-lo ao lado do governo Confúcio Moura. Que, até agora, tem tido, do parlamento estadual, um tratamento de duro adversário. Valter Araújo guiava com mão de ferro e com muito dinheiro, todos os passos do grupo que cooptou e que, junto com ele, se tornaram um verdadeiro prego no sapato do Executivo. O governo agiu tardiamente em janeiro, quando Valter foi eleito. Deixou-o ganhar, do jeito que ganhou. Quando viu, não tinha mais volta. Não fosse a Operação Termópilas e Confúcio e sua turma ficariam reféns da Assembleia até o seu final. O governo foi, por isso, brindado com uma segunda chance. E, para os governistas, ela não passa nem perto de José Hermínio Coelho.
O nome preferido do Palácio Presidente Vargas é o do neo deputado Jaques Testoni. Mas as negociações podem se encaminhar para uma terceira via, caso os parlamentares até agora indecisos, imponham alguma outra alternativa para aceitar uma eventual mudança. No caminho do governo Confúcio só há uma pedra. Dura, difícil de ser quebrada. Ela tem nome e sobrenome. Chama-se José Hermínio Coelho, um osso duríssimo de roer. Mas a guerra recém começou. Tomara que, ao final dela, quem ganhe seja a população. Porque, por enquanto, ela só está perdendo nessa briga política entre os dois poderes.
TEORIA DO FICA
O presidente interino da ALE não quer nem ouvir em nova eleição para o comando da Casa. José Hermínio Coelho, adversário do governo, diz que ficará mesmo no posto, obedecendo o Regimento Interno. E por dois mandatos, os dois para os quais Valter Araújo tinha sido eleito. Eleição mesmo ele só aceita para os outros cinco cargos da Mesa Diretora, vagos com a denúncia contra deputados que as ocupavam. Nos próximos dias, toda a situação será definida.
NADA DE PIZZA
O Ministério Público e o Judiciário já deixaram muito claro, através de ações e decisões, que não acabará em pizza o rolo envolvendo deputados e autoridades do governo, descoberto com a Operação Termópilas. Já fazia muito tempo que não se viam medidas tomadas não em benefício dos acusados, mas sim contra eles. Será que estamos mesmo vivendo novos tempos?
ESTÁ MUDANDO
A sensação de impunidade e a impunidade real, com grande culpa de parte da legislação, que concede benefícios sem fim para suspeitos e acusados, é um dos motivos fortes que incentivou o aumento absurdo da corrupção no Brasil. Mas quando os juízes começam a tomar medidas mais duras, há um sentimento da sociedade de que, até que enfim, não estamos, todos nós, abandonados nas mãos dos delinquentes.
DRAMA INFANTIL
Tivessem um pouco de consciência e um coração que não fosse de pedra, os corruptos do Brasil certamente também se emocionariam ao ler uma cartinha de uma criança do Paraná, enviada aos Correios e esperando por Papai Noel. O menino diz que quer ajudar a própria família E pediu uma cesta básica. “Queria que tivesse arroz, feijão, salada, batatinha, óleo, sal”, diz o menino.
BOLSOS ABARROTADOS
Com os bilhões que a corrupção desvia todos os anos, certamente esse garoto e tantos outros que querem apenas comer alguma coisa melhor, ver sua família não passar fome ou ter um emprego para os país, não sofreriam tanto. Mas, com o ralo da roubalheira, as chances dele serão menores. O dinheiro que poderia salvá-lo com tão pouco que ele pede, está em bolsos já abarrotados.
“SÓ” 12 ANOS
Hildebrando Paschoal, que cumpre mais de 130 anos de prisão por assassinatos – todos se lembram do crime da motosserra – agora ameaça juízes, desembargadores e até o governador do Acre. De dentro da cadeia. Tudo porque perdeu também a condição de coronel da PM e o salário. Detalhe: a Polícia Militar do Acre levou exatos 12 anos para expulsá-lo. Mais uma vergonha dentro de tanta vergonha.
FAMÍLIA DESTROÇADA
A violência dos criminosos e do trânsito está destroçando famílias inteiras. Uma delas, em Porto Velho, perdeu três dos seus membros, todos homens, dois deles jovens, em menos de uma semana. Dois assassinados e um que pereceu num acidente com sua moto, numa das ruas perigosas da Capital. Os três irmãos foram sepultados um ao lado do outro, com menos de cinco dias de diferença. Não é de arrepiar os cabelos?
PERGUNTINHA
Com as novas obras no aeroporto internacional de Porto Velho, os aviões da TAM finalmente vão aterrissar e decolar em dias de chuva?
Fonte: Sérgio Pires/Alto Madeira
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