Às vezes, temos a impressão de que o nosso barco naufragará. Parece que tudo ao redor conspira contra a nossa vida. Vivemos um pesadelo. os ventos contrários sopram de forma furiosa e brutal. Ficamos com medo, pois a impressão primeira, e não poderia ser outra, é de que o mundo se voltou contra nós, em forma de uma grande tempestade. Quando o medo se instala dentro de nós, o pânico tende a arruinarmos.
Imaginamo-nos perdidos e sem esperança alguma. Não somente perdidos, abandonados também. Parece que todos fogem de nós. Até a família fica menor. Sentimos falta de alguns. Há pessoas que sempre desaparecem quando mais precisamos delas. A ausência de alguns e o silêncio de outros nos fazem sofrer ainda mais.
Todos nós já nos deparamos com situações diante das quais nos sentimos totalmente impotentes. Nada poderíamos fazer. Nenhum gesto nosso faria qualquer diferença. Todas as nossas experiências não servem para nada diante de vendava. É exatamente na solidão de um barco quase à deriva, em meio à sensação de que não há como sobreviver às tormentas, quando a dor é mais intensa, que percebemos o quanto somos vulneráveis e frágeis para enfrentarmos sozinhos os temporais da vida.
A dor conhece limites. De alguma forma, ela é como um espelho que reflete as n ossas limitações. A dor nos causa desconforto, insegurança e angústia. É na alma que a dor nos maltrata mais. Quanto mais profunda ela for, tanto mais a nossa humanidade é exposta, com suas carências e fragilidades.
Para enfrentarmos essas tempestades da vida, necessitamos da ajuda de Deus. Ele é o único bálsamo capaz de trazer-nos alívio em plena turbulência. A dor da separação, o medo do amanhã, a sensação de abandono, o fim de um sonho , a descoberta de uma enfermidade grave são experiências dolorosas que jamais poderemos encará-las e vencê-las sozinhos. São ventos furiosos que ameaçam a nossa paz.
Contudo, as tempestades não duram para sempre. Os ventos contrários, por mais violentos que seja, serão transformados em suaves brisas. É só saber esperar, persistir e lutar contra as águas revoltas, confiando no único Timoneiro capaz de repreender os ventos, acalmar os mares e conduzir-nos a um porto seguro: Deus. Ele é o maior do que todas as forças que se levantam contra nós. Por isso, com Ele no barco, hão há o que temer.
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