A maioria das crianças teve o privilégio de serem embaladas por cantigas de ninar. Estou falando daquelas que tiveram um lar, ainda que humilde, uma família, ainda que pobre.
Uma página no Facebook colocou sob questão as músicas que embalaram o sono de muitas crianças. Algumas delas são alvos da discussão. Boi da Cara Preta (Pega este menino (a) que tem mede de careta). Nana Neném (que a cuca vem pegar papai foi na roça mamãe foi passear)Atirei o Pau no Gato (mas o gato não morreu...).
O tema merece mesmo uma reflexão. Afinal os tempos são outros, as crianças são outras, a sociedade é outras. Músicas como essas soam inocentes em um tempo em que a pedagogia infantil ainda não convivia com o "politicamente Correto". Hoje as letras dessas músicas soam como um incentivo a maus tratos de animais, a provocar pânico e medo nas crianças.
Atirar o pau no gato hoje é uma maldade sem tamanho. Pode incentivar a criança a maltratar o cachorro, o passarinho e outros animais. Assim pensam os estudiosos, tanto que algumas dessas músicas, embora executadas por educadores e cuidadores de crianças tiveram suas letras modificadas.
O fato é que criança precisa brincar, se divertir,aproveitar o seu tempo com o lúdico, com a fantasia para não perder o melhor da infância.
As velhas canções de ninar tiveram seu papel num período onde funcionava a pedagogia da palmada e do chinelo. Métodos incorretos para os modernos paradigmas de ensino infantil, mas que formaram uma geração de cidadãos obedientes. A discussão é: os métodos de hoje com base no diálogo e na tolerância têm garantido os mesmos resultados?
Fonte: Vitor Paniágua - jornalista / Jornal Diário do Portal - Vilhena-RO
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