Desde que nascemos somos curiosos. Quem convive com criança sabe que uma das perguntas que elas fazem o tempo todo é: por quê? Felizmente esta curiosidade as leva em busca de respostas para todas as suas dúvidas: explicação para os fenômenos naturais, origem das coisas, ciclo de vida dos seres vivos, compreensão do meio ambiente, etc.
A curiosidade é uma importante ferramenta de trabalho para o educador. Todo estudo é um ato de curiosidade, esse estado prepara a pessoa para aprender melhor. Dependendo da estratégia utilizada para apresentar um novo conteúdo, o professor aguça o desejo de aprender de forma interativa, lúdica, intrigante, causando curiosidade e provocando o desejo da busca de repostas, esclarecimento de dúvidas e até uma pesquisa mais detalhada.
Interessante é notar que o desejo de possuir a resposta leva os alunos a participar mais e nota-se que, mesmo errando ele aprende mais facilmente a resposta correta, pois está ativo, participando e atento.
Segundo Paulo Freire, no livro Pedagogia da Autonomia, "o educando, em nome da eficácia da memorização mecânica do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica".
Todo estudo é um ato de curiosidade. Cabe ao professor ser esperto e utilizar isso a favor do processo de ensino-aprendizagem, instigando, apontando caminhos para que o aluno desvende aquilo que precisa ser esclarecido.
O professor precisa ser o mediador dessa busca e jamais apresentar o conteúdo pronto. O segredo é problematizar a causar interesse no aluno. Ele deve gerar intervenções problematizadoras para que o aluno se organize para buscar informações em diversas fontes, ou seja, o conteúdo a ser trabalhado deve ser apresentado como um problema a ser resolvido.
Mas por que buscar informações em diversas fontes? Para que o aluno aprenda que é comparando os resultados dessa busca em várias fontes que se dará a consciência critica de que nem sempre há verdade absoluta e que v´rios pontos de vista diferentes trazem o prazer de aprender, de discutir, de debater.
Ensino e pesquisa são indissociáveis na prática docente. A pesquisa torna a curiosidade mais metódica, rigorosa e se transforma em curiosidade epistemológica que de acordo com Paulo Freire, se opõe à curiosidade ingênua (sendo comum) e se constrói pelo exercício crítico da capacidade de aprender.
Nosso aluno precisa saber que a mente humana é uma ferramenta poderosa capaz de solucionar qualquer tipo de problema.Certamente gênios como Steve Jobs, Einstein, Bill Gates, Thomas Edison, abusaram da curiosidade para alcançar o que nem imaginavam.
Devemos formar alunos, futuros profissionais, que usem a curiosidade para buscar soluções, aprender mais, fazer a diferença, atingir um objetivo.Acredito que a curiosidade deva ser ensinada na escola e nesse pensamento tenho o apoio de Albert Einstein quando disse que "a curiosidade é mais importante que o conhecimento".
Esqueçam agora toda a teoria e confirmação científica-metodológica e pensem, queridos educadores, na seguinte questão: há algo melhor, que dê mais satisfação, do que ver os olhos de nossos alunos brilhando e constatar o envolvimento e participação de todos, sem pressão, nem cobrança. Ensinar exige curiosidade e aprender também.
O educador que se apresenta com autoritarismo acaba por dificultar ou inibir a curiosidade do aluno. Não se pode negar a curiosidade, pois é assim que o saber se alimenta. Portanto, atenção: ensinar e aprender é a grande missão de todo professor.
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