segunda-feira, 9 de julho de 2012

Opinião de Primeira

OS ASSENTAMENTOS NA AMAZÔNIA
CAUSAM MAIS DE 30% DO DESMATAMENTO
As denúncias vêm de anos, sempre ignoradas pelo governo federal, até porque não interessava agir contra os grupos beneficiados com programas de reforma agrária. Mas agora, o Ministério Público Federal resolveu agir. Por isso, Procuradores federais do MP, entraram com ações judiciais em Rondônia, Pará, Amazonas, Roraima, Acre e Mato Grosso para exigir o fim do absurdo desmatamento realizado em assentamentos do Incra. Quase 30% dos desmatamentos ilegais na Amazônia são em assentamentos que deveriam ser destinados para a reforma agrária. O levantamento feito por Ibama, Imazon e Inca, entre outros e com imagens de satélites, concluíram o que muitos já sabiam. São nessas áreas, totalmente som controle, porque o Incra jamais fiscaliza como deveria, que a degradação ambiental é as mais violenta e as derrubadas são feitas ao bel prazer dos que receberam a terra. Em vários assentamentos de Rondônia, a situação também é de total descontrole. O PF exige a proibição da criação de novos assentamentos sem licença ambiental e a recuperação das áreas desmatadas.

É claro que há muitos culpados pelo desmatamento. Mas há pelo menos uma década, o Incra e outros órgãos oficiais fazem vistas grossas para a destruição da floresta em áreas sob sua guarda. Até agora, toda a culpa recaía sobre madeireiros ilegais (que também são criminosos) e donos de grandes áreas. Mas, oficialmente, a verdade começa a ser restaurada. O Incra, segundo denúncias dos promotores, só autorizaria a entrega da área se o proprietário desmatá-la para produzir. O rolo é grande, até porque envolve interesses político-partidários e ideológicos. Colocar os proprietários de assentamentos na alça de mira é o que o governo federal menos queria. Mas é para isso que existe, também, o Ministério Público!

VIDAS PERDIDAS
Carine Britto era uma jovem cheia de sonhos, trabalhadora, que lutava para tentar uma vida melhor. Dois assassinos entraram no seu local de trabalho e, confrontados com a polícia, usaram a garota como escudo. Ela morreu. Um dos bandidos fugiu e outro está hospitalizado, às custas do Estado, com todos os cuidados médicos possíveis. Para Carine, foi o fim de tudo. Os criminosos estão vivos e terão todo o aparato legal para cuidar dos direitos humanos deles. É assim que o Brasil trata seus jovens trabalhadores. E é assim que dá proteção oficial ao crime.

GUERRA CIVIL
Levará décadas até que nosso país se recupere de toda essa estrutura de proteção à violência, criada principalmente nos últimos 20 anos. O aumento assustador de menores no crime – abraçados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, feito para a Suécia e não para nossa realidade – e a sucessão de meios que priorizam os direitos dos bandidos e não de suas vítimas, provocou uma verdadeira guerra civil. Por ano, são 50 mil assassinatos, menos de 10% deles esclarecidos e menos da metade disso de matadores punidos. Até quando o brasileiro de bem vai suportar viver sob o domínio do medo?

PREPARATIVOS
A disputa eleitoral ainda não esquentou. A Justiça ainda está avaliando os pedidos de inscrição de candidaturas e só depois de 5 de agosto dirá quem poderá ou não concorrer. Mas, as nove chapas que entraram na briga em Porto Velho, para tentar ir ao segundo turno, devem ampliar suas ações a partir da segunda quinzena deste mês. Por enquanto, todos estão buscando apoios, organizando campanhas e comitês. O quente mesmo da disputa será quando começar a propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV. Daí, o bicho vai pegar!

PERGUNTA DE LEIGO
Governo e prefeituras se queixam de queda de arrecadação. Mas há uma questão que vai na contramão dessas queixas. O volume de carros vendidos no país inteiro – e em Rondônia especialmente – foi um dos maiores da história recente. E, todos esses impostos, para onde estão indo? O comércio varejista não anda lá nenhuma Brastemp, mas continua vendendo bem. O setor de serviços vai de vento em popa. Então, pelo menos para os leigos, essa conta não está fechando. A economia no geral, ao menos até agora, vai bem. Então, como os cofres públicos podem ir mal?

OBSTÁCULOS
Depois de um mês afastado, pela punição que recebeu, o grupo de parlamentares enrolados na Operação Termópilas retornou às atividades normais na Assembleia. A maioria deles cabisbaixos, sentindo o golpe. E sabendo que ainda terão que enfrentar duas pesadas barreiras. A primeira delas é a da Justiça, já que o caso anda, lentamente como sempre, mas anda. O outro obstáculo é muito pior: o do eleitor. Esse sim, é um desafio hercúleo que os punidos da Assembleia terão que enfrentar em breve.

PARA CÁ, ZERO!
O governo liberou quase 102 milhões de reais para hospitais universitários. Muitos deles estão mesmo abandonados, atirados às traças, como depósito de doentes e deixando as equipes médicas desesperadas. Os investimentos, se bem aplicados, vão melhorar a estrutura de pelo 45 dos maiores hospitais universitários do país. Não se tem notícia, contudo, de nenhum centavo a ser aplicado no futuro hospital da Unir, em Porto Velho. O prédio, onde iria ser o antigo Hospital do Câncer, continua abandonado.

PERGUNTINHA
Qual a próxima categoria profissional de servidores que entrará em greve por melhores salários nos próximos dias?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário