CONSTRUTORA LIGADA AO ESQUEMA DE
CACHOEIRA DEMITE 300 EM RONDÔNIA
Agora é definitivo. E uma péssima notícia para as comunidades de Nova Mamoré e Guajará Mirim. A empreiteira Delta, que está no olho do furacão das denúncias envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira, está deixando Rondônia. E vai abandonar as obras de recuperação da BR 425. A empresa começou a realizar um programa de demissões, que prevê a saída de pelo menos 300 dos seus funcionários, a partir de agora e até o final do ano. Só ficará trabalhando, ainda, num trecho da BR 364, entre Itapuã do Oeste e Ariquemes, recuperando a principal rodovia do Estado e que está com sua atuação em fase final. A Delta ganhou a concorrência para a realização do asfaltamento e realizar todas as obras necessárias na 425. Quando estourou o caso Cachoeira, a construtora começou a ter problemas, até porque está proibida de realizar obras públicas. A Delta teria repassado pelo menos parte da obra para uma empresa terceirizada, que também não deu conta e deixou Nova Mamoré e Guajará, que vivem praticamente isoladas, durante longo período do ano. A rodovia de ligação com a 364 e o restante de Rondônia, está em estado lamentável.
Para dar continuidade ao trabalho, o Dnit terá que começar praticamente tudo do zero, na BR para Guajará. O primeiro passo será abrir uma nova licitação, já que a Delta está fora. Levará pelo menos seis meses – com otimismo – para que nova empreiteira seja contratada. Ou seja, se tudo for feito com rapidez, a concorrência escolherá a empresa vencedora exatamente na época do inverno amazônico, quando é praticamente impossível trabalhar numa rodovia. Daí, se tudo der certo, lá por abril ou maio do ano que vem o serviço seria retomado em sua plenitude. Azar é pouco para se dizer em relação à situação em que ficarão as populações daquela área. A Delta vai embora e leva consigo o sonho de se ver a BR 425 concluída ainda em 2012.
CHEIRO DE POVO
Assessorias dos candidatos à Prefeitura de Porto Velho até que se esforçam. Mandam diariamente releases à imprensa, falando da agenda dos seus chefes e dos contatos com esse ou aquele setor. Fazem bem o trabalho, os esforçados colaboradores. O problema, contudo, nesse momento, extrapola a ação das equipes dos candidatos. É que a disputa, até agora, não tem cheiro de povo. Há muito tempo não se via uma campanha tão fria na maior cidade do Estado. Obviamente, espera-se que as coisas esquentem um pouco mais à frente.
CHEIRO DA GRANA
Enquanto não se sente o cheiro de povo, sente-se o da grana. Os nove postulantes à Prefeitura de Porto Velho, juntos, anunciaram que vão investir nada menos do que 38 milhões e 500 mil reais, segundo registros feitos no TRE. É um bom dinheiro, que certamente movimentará a economia da Capital, durante os pouco mais de dois meses que durará a campanha. A previsão do valor a ser gasto pelos candidatos deste ano é quase o triplo do gasto há quatro anos atrás. Ou seja, dinheiro não vai falar...
COMO CUMPRIR?
Há decisões judiciais impossíveis de ser cumpridas. O secretário da Sesau, Gilvan Ramos, diz que tem recebido ordens emanadas da Justiça com prazo máximo de 48 horas para atender. Só que quando a determinação é, por exemplo, para a compra de um remédio importada, esse prazo não tem como ser cumprido. As exigências de importação, que envolvem órgãos federais e o Banco do Brasil, por vezes obrigam a Sesau a esperar um tempo muito acima do que determinou a Justiça, Daí o secretário fica exposto, como se estivesse descumprindo uma determinação judicial. Nesses casos, ele está cheio de razão.
NO ESCURO
O governo federal está construindo um ginásio esportivo em Rolim de Moura. A obra está em fase final e seria, sem dúvida, de grande utilidade para todos. Só que, até agora, ela não foi entregue à responsabilidade nem do Estado e nem da Prefeitura. Sem qualquer cuidado, sem a vigilância necessária, sem dono, o ginásio ficou de portas escancaradas para que os ladrões entrassem, para roubar literalmente, toda a fiação. Os malandros agiram com toda a tranquilidade e fizeram uma limpa na obra, sem serem importunados por ninguém. Ficou tudo no escuro.
“ARAPUCA DOS INFERNOS”
Essa esculhambação burocrática deixou muito bravo o secretário Aldo Júlio, responsável pela área de esportes da cidade. Ele disse que o tal ginásio é “uma arapuca dos infernos” para o poder público municipal, já que não tem como cuidar da obra, enquanto ela não for repassada oficialmente à cidade. Falou essa frase inclusive nos telejornais da TV Candelária/Record. Deu no rim do inferno burocrático, o secretário de Rolim de Moura. Os ladrões continuam livres, leves e soltos.
SONHO REALIZADO
Depois do transporte coletivo (serviço essencial), anuncia-se a greve dos trabalhadores no setor de energia elétrica (serviço essencial). As equipes da Eletrobras Rondônia, que, aliás, já prestam em serviço muito deficiente à população, avisam que cruzam os braços a partir desta próxima segunda, dia 16. Só voltam se tiverem suas reivindicações salariais atendidas. Outras 20 categorias de servidores, só que federais, também estão paralisados. É o Brasil da República Sindicalista, com que tantos sonharam e pelo que lutaram, por anos a fio.
PERGUNTINHA
“E agora, quem poderá nos defender?” (Brasileiro comum, pedindo socorro ao Chapolin Colorado, com tudo o que está acontecendo nesse país).
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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