quinta-feira, 19 de julho de 2012

Opinião de Primeira

ENTRE OS 600 PROFESORES DA UNIR, SÓ
UM TERIA AUMENTO DIGNO DE SALÁRIO
Porque uma proposta aparentemente boa, que dará reajuste salarial de até 47%, não foi aceito pelos professores universitários, que mantêm a greve? Para quem não conhece os meandros do sistema de carreiras para os professores, a proposta parece de bom senso e positiva. Mas ela esconde um detalhe importante: valorizará apenas 7% dos mestres universitários, já em fim de carreira, relegando a um terceiríssimo plano os demais. Ou seja, incentiva quem está parando de lecionar e não os que batalham na sala de aula. Pegue-se o exemplo da Unir, aqui do nosso Estado. Ela tem cerca de 600 professores. Pela proposta do governo, só um – e apenas um – que é considerado “professor titular”, teria direito ao reajuste a ser dividido em três anos. Os demais ficariam com menos de 16% - também em três anos – e, é claro, essa proporção se repete país afora. Há uma longa escalada na carreira para que o mestre chegue ao posto de “titular”. Todos os demais, principalmente os em início de suas atividades, ficariam, pela proposta oficial, alijados da possibilidade de ter um salário ao menos perto do que a categoria exige.

A paralisação de 57 das 59 universidades brasileiras pode significar a perda do semestre. Prejuízos incalculáveis a milhares de estudantes, principalmente os que estão concluindo seus cursos. O governo brasileiro, parece que se esqueceu do quão fundamental é a educação – e essencialmente o ensino superior – relegando os professores a uma situação quase degradante. Discurso é discurso e nele todos os políticos supervalorizam a educação. Mas na prática, é o que se vê. Universidades semiabandonadas e professores tratados com salários pouco acima de servidores que trabalham como ascensoristas nos elevadores do Congresso. Esse é o quadro, lamentavelmente.

PRIMEIRA MUDANÇA
A coluna havia antecipado, há dias, que ocorreriam mudanças no primeiro escalão do governo Confúcio. A primeira já foi. Seria feita só depois da eleição, mas o chefe decidiu mexer no time agora mesmo. Saiu Abelardo Castro Neto do comando do Deosp, a secretaria de obras civis e entrou Lúcio Mosquini, que também continua à frente do DER, responsável pelas estradas. Mosquini é hoje um dos principais nomes do atual governo. Acumula as duas funções, reconhecido como tocador de obras. E vem mais trocas por aí...

EM DUAS FRENTES
Lúcio Mosquini colhe os frutos do que plantou. Vai comandar uma enorme estrutura de obras, tanto nas estradas como em escolas, prédios públicos e, principalmente, recebeu a missão especial de Confúcio para resolver de vez e entregar o Centro Político Administrativo, agora chamado de Palácio Rio Madeira. Os desafios são imensos, mas até agora Mosquini respondeu a todos eles com competência e resultados muito positivos. Por isso, foi convocado para mais essa árdua missão.

COMECOU...
Estava demorando! Nesta semana, já começaram a aparecer, principalmente nas redes sociais, informações plantadas contra alguns candidatos à prefeitura de Porto Velho. Num dos casos, os malandros inventaram que um dos principais nomes da disputa teria desistido. Papo furado e golpe baixo. Dessa vez a vítima foi Mário Sérgio. Quem será o próximo? A campanha, que estava quase gelada, começa a esquentar. Pena que seja, mais uma vez, da pior maneira possível.

VALTER FORA
Até agora, as várias tentativas da defesa do ex-deputado Valter Araújo em cancelar o pedido de prisão que há contra ele e a de anular a sessão da Assembleia que cassou seu mandato, têm sido em vão. O Judiciário nega, em geral, por unanimidade nas decisões colegiadas, quaisquer pedidos que envolvam benefícios ao ex-presidente da ALE. Mas, na opinião pública, não há unanimidade contra Valter. De vez em quando aparece um de seus antigos fãs, postando fotos abraçados com ele nas redes sociais. É exceção, pero que los hay, los hay!

DUAS FASES
Já há, até dentro do movimento sindical dos servidores, quem defenda abertamente que deve ser aceita a decisão da Advocacia Geral da União (AGU), para ser feita a transposição dos que têm direito até 1987. A ideia, que cresce entre as lideranças do setor é formalizar a transposição nesta etapa. Depois de tudo resolvido, partir então para uma outra fase da briga, tentando colocar também os que teriam direito até 1991. Sugestão nesse sentido, inclusive, chegou a ser feita oficialmente por alta autoridade do governo Dilma Rousseff.

QUINTA PARTE
Caso seja fechado o acordo para que apenas os servidores que serviram ao ex-Território até 1987 tenham direito à transposição – e se todos decidirem fazê-lo, porque o salário continuará o mesmo – a economia para os cofres do Estado ficará mais ou menos em um quinto do que almejava o Governo. Se a transposição atingisse todos os funcionários até 1991, com o pagamento sendo feito pela União, Rondônia economizaria, aos valores de hoje, perto de 30 milhões de reais ao mês. Com a nova perspectiva, a economia ficará na faixa dos 6 milhões de reais. Ou seja, nada daquela fortuna, que se  alardeou, seria economizado todos os meses.

PERGUNTINHA
Será que os malandros que afanaram os 100 milhões de reais desviados da Ferrovia Norte-Sul um dia devolverão toda essa grana aos cofres públicos?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires



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