sábado, 5 de julho de 2014

Mulheres e Copa do Mundo

O Brasil após a histórica copa de 1950 volta a sediar o maior evento do futebol mundial. A oportunidade não somente significa evidenciar uma das construções históricas mais marcantes da identidade nacional, como também, festejar e refletir sobre diversas questões sociais, culturais, econômicas e de gênero.

Observa-se na contemporaneidade, uma adesão cada vez maior das mulheres nos esportes e eventos esportivos. Participam tanto quanto os homens com alegria e entusiasmo. Fato que desvela aparentemente em em suas entrelinhas, as inúmeras conquistas femininas nos espaços públicos e privados. Entende-se a prática esportiva e o gosto pelo esporte como campo de poder, tramas, conflitos, tensões e investimentos.

Desde o século XIX, as mulheres puderam praticar algumas modalidades de esportes e apreciá-los, pois dentro dos "discursos médicos" da época, significava o combate ao ócio, o desenvolvimento de postura estética, disciplinado e higiênica. Ações necessárias para a transformação do Brasil em país um civilizado aos moldes europeus.

O progresso e a ordem civilizada se efetivariam nos trópicos se combatêssemos o que era considerado atrasado. Vários tratados de Educação Física e manuais de eugenia foram produzidas visando o enquadramento de sexualidade e do corpo feminino e masculino e o que era permitido a cada gênero com relação aos esportes.

Com a conquista de Direitos civis, políticos, sociais e econômicos pelas mulheres, o processo de construção de desconstrução de diversos estereótipos de gênero vem acontecendo paulatinamente. O adensamento das mulheres no mercado de trabalho produtivo, nas universidades  e em funções consideradas masculinas vem aumentando a cada dia.

E nesse contexto, a participação das mulheres, assistindo aos jogos, apreciando o futebol, esporte
historicamente construído como masculino, frequentando estádios, vestindo-se de verde e amarelo, tomando as ruas em festa, segue o movimento histórico de transformação das sociedades e dos indivíduos no mundo ocidentais.

Fonte: Rosana Schuwartz / Jornal Diário da Amazonas

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