Vocês já devem saber disto, mas sempre vale a pena recordar: 38% dos universitários brasileiros são analfabetos funcionais; a média de livros consumidos pelos acadêmicos não supera quatro exemplares ao ano; não há universidades brasileiras no ranking das 200 melhores do mundo. Ou seja: a educação no páis beira o caos.
Diferente do que unanimemente se vê por ai, a culpa, definitivamente, não é do Estado. Investimento existe. A forma como é feita esse investimento deve ser questionada, mas existe. O grande desafio é identificar a responsabilidade para o incesso das políticas educacionais no país. Podemos começar em dois pontos.
Primeiro: a universidade brasileira se tornou um celeiro de militantes esquerdistas. Se hoje o que enxergamos é um caos moral, uma leviandade ética, uma anarquia intelectual e um autoritarismo ideológico, é porque geração após geração a mentalidade da juventude tem sofrido influência direta de materiais literários questionáveis e, na maioria das vezes, limitadíssimos _ para não dizer que são, simplesmente ruins. Karl Marx, Antonio Gramsci, Georg Lukács, Michel Foucault, entre outros "intelectuais" esquerdistas que recheiam as bibliotecas universitárias e fazem os professores chorarem de emoção ao indicá-los aos seus alunos, são bons exemplos de filosofias e ideias que pululam sob a geração atual. Fora isso, nada entra. Reduzindo a educação superior no Brasil a uma cartilha ideológica.
Segundo: a paixão avassaladora do brasileiro por diplomas e títulos que permitam um emprego enquanto o conhecimento é jogado para escanteio. Isso faz com que o processo de lapidação do intelecto seja substituído pela simples "decoreba" do mínimo que se exige para, no menor tempo possível, concluir a graduação e adquirir uma melhor remuneração.
Unindo esses dois pontos à falácia de que educação é um direito _ o que implica que o Estado tem o dever de fazer com que você se torne um intelectual, mesmo você se esforçando para não ser _ e não uma responsabilidade do indivíduo, está pronta a mistura para o fracasso da universidade brasileira.
Fonte: Eduardo Dorneles - É estudante de Letras / Jornal O Estadão do Norte
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