domingo, 20 de julho de 2014

OPINIÃO DE PRIMEIRA

COMO MANTER 205 MILHÕES DE REAIS SEM UTILIDADE ALGUMA

Mais de um ano e meio depois de tomar posse, o prefeito Mauro Nazif promete que, agora sim, sua administração vai deslanchar. Destacou, por exemplo que, já nas últimas semanas, já mostrou serviço, principalmente em relação à melhoria de dezenas de ruas, em diferentes bairros porto velhenses. Durante mais de uma hora, ao participar do programa Papo de Redação, na Rádio Parecis FM, Nazif reconheceu que há ainda um longo caminho a trilhar. Mas confessou  dificuldades profundas. Escolhendo as palavras (porque os políticos pisam em ovos para não afrontar quem os fiscaliza) o prefeito deixou entender, sempre cuidadoso, o que têm comentado dirigentes de centenas de municípios brasileiros: com a atual legislação, a administração tem que prestar contas é ao MP e ao Judiciário, muito mais do que a sua população. Como neste espaço não há preocupação com o politicamente correto, lá vai:  em muitas ocasiões, o manancial de leis, umas contrapondo-se às outras e a preocupação das autoridades da área da Justiça e dos tribunais de contas em fiscalizar tudo, atrasam sim, a vida das comunidades.
 Em Porto Velho, a Prefeitura tem mais de 205 milhões de reais em caixa, mas não pode gastar, por uma sucessão de ações do MP. Como se partindo do princípio de que todos os gestores são desonestos (até prova em contrário!), os fiscais da lei podem trazer é sérios prejuízos às cidades. É como se um sujeito, superendividado, prestes a quebrar, ganhasse na Mega Sena de Ano Novo e não pudesse usar um centavo da grana. Não seria mais fácil criar uma comissão especial para fiscalizar a aplicação rigorosa desse dinheiro, do que mantê-lo inútil, não se sabe por quanto tempo? Mas é sempre bom lembrar que estamos no Brasil, país em que, infelizmente, o povo e suas necessidades são meros coadjuvantes...
 ALGUÉM SERÁ PUNIDO? - No mesmo contexto: Rondônia está muito perto de perder algo em torno de 750 milhões de reais, liberados para obras de saneamento na Capital. Houve uma denúncia vazia sobre suspeita de desvios  recursos e o Tribunal de Contas da União mandou parar tudo. Mais de dois anos, o próprio TCU reconheceu que não houve irregularidades. Até hoje as obras não foram recomeçadas e os recursos podem voltar aos cofres federais. O prejuízo para perto de 400 mil pessoas que vivem em Porto Velho é incalculável. E ninguém prestará contas dos danos causados à coletividade!
 NA CADEIA - Lugar de ladrão de dinheiro público é na cadeia. Quantos estão lá? Até que alguém que desviou quantias enormes pague realmente pelo crime que cometeu, pode se passar até uma geração. Mas, ao mesmo tempo, em casos suspeitos, o resultado da punição, mas daí apenas  à coletividade, é imediato. Ao se paralisar uma obra por qualquer suspeita e ainda assim, sem punir ninguém durante longos anos, quem está sendo castigada são as populações das cidades. Será que isso vai mudar, algum dia?
 UMA PONTE LONGE DEMAIS - Mais dois meses. A ponte sobre o rio Madeira, no bairro da Balsa, que já deveria estar aberta ao tráfego,  atrasou de novo. Agora tem nova data: 15 de setembro. Mais  60 dias de uma obra que já deveria estar aberta ao tráfego há pelo menos um ano. Por que o  Dnit planeja suas realizações e elas nunca dão certo como o previsto? Sempre tem algo mais, algum detalhe esquecido, quando tudo não fica parado.  Só resta à população esperar. Uma obra de mais de 220 milhões de reais está ali, sobre o rio, sem nenhuma utilidade, até agora.
 SÓ BAD NEWS! - Já pagamos o combustível entre os mais caros do país. Tem notícia pior? Claro! Desde ontem, o litro da gasolina comum  custa seis centavos a mais. O preço autorizado, de 3,21/litro, é apenas uma referência. Há postos que cobram muito mais, até porque a fiscalização é deficiente. Isso sem falar na qualidade do combustível, que nunca se pode atestar se é realmente o que compramos. O consumidor daqui e de todo o país, está à mercê de cartéis, mau atendimento e preços exorbitantes. Só o Chapolin Vermelho poderia nos salvar!
 VOLTANDO - Quinze anos depois de encerrar seu segundo mandato,  Odacir Soares volta a ocupar uma cadeira no Senado. O titular da vaga, Ivo Cassol, se licenciou para atuar na campanha ao governo de sua irmã, Jaqueline. O mesmo fez o primeiro suplente, Reditário Cassol, pai do senador. Com isso, Odacir Soares volta ao Congresso, ao menos temporariamente. Ele teve participação destacada na política nacional e chegou a ser líder do governo Fernando Collor de Mello. Foi fiel a Collor até o último momento.
 BATE DURO - Se dependesse apenas da Procuradoria Eleitoral, alguns dos principais nomes que querem disputar a eleição de outubro estariam fora. Expedito Júnior, Moreira Mendes, Roberto Sobrinho, Assis Gurgacz, Lindomar Garçon, Ana da Oito, Laerte Gomes e muitos outros não tiveram seus registros aprovados pelos procuradores. Na maioria dos casos (como no de Roberto Sobrinho), a questão é apenas de documentação incompleta. Mas há outras situações mais confusas em que certamente os recursos vão acabar no TSE. 
 PERGUNTINHA - Até quando o centro da Capital ficará abandonado, estacionamento, policiamento, tomado por ambulantes e flanelinhas, sujo e sem acessibilidade para pessoas deficientes?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário