Nossas opiniões são a pele na qual queremos ser vistos
NOSSOS JULGAMENTOS dizem mais sobre nós mesmos do que aqueles que julgamos. Cada opinião é uma gota no vasto oceano do caos e por isso podemos dizer que o homem mais sábio é aquele capaz de passar pelo mundo sem emitir qualquer juízo.
O diretor de cinema japonês Akira Kurosawa lançou, em 1950, a obra-prima Rashomon, sobre o caráter volúvel e caprichoso das opiniões, que demonstra que cada um só enxerga o que quer.
O filme trata do estupro de uma mulher e do aparente assassinato de seu marido. Cada um das testemunhas do crime - que incluem o bandido e o marido morto, representado por um médium - oferece uma versão completamente diferente dos fatos. A conclusão é que não podemos conhecer a verdade.
Da mesma forma que as testemunhas contam a verdade que mais lhe convém, nossa opinião sempre nos denuncia. Ao partilhar um ponto de vista sobre qualquer assunto, revelamos nossas motivações e nossos desejos mais íntimos.
Fonte: Do Livro Nietzsche para estressados - Allan Percy
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