segunda-feira, 1 de outubro de 2012

DEPRESSÃO: como identificar esse mal

O quadro depressivo, cujos sintomas são muito conhecidos, já foi atribuído a influências malignas, quando ainda não haviam recursos tecnológicos da pesquisa no campo da neurologia, neuropsiquiatria e neurofisiologia. Situa-se na psicopatologia, dentre os transtornos do humor, acometendo pessoas do sexo masculino e feminino, adultos e crianças, podendo variar em número e grau entre os gêneros, cultura, idade e situação sócio econômica.

Podemos reconhecer um possível estado depressivo quando diante de certas situações, a pessoa pensa, por exemplo: Sinto medo, frequente, me irrito  com facilidade, penso que não gostam de mim, me sinto feio(a), incapaz, meu sono não me satisfaz, tenho sono perturbado por sonhos e pesadelos. Tenho medo de morrer ou acho que a morte me livraria desse sofrimento. Sinto alterações no apetite, não tenho disposição sexual, estou indo mal no serviço ou nos estudos, gosto de ouvir músicas que falam de dor, choro com facilidade, sinto muita angústia, rancor, uma sensação de aperto no peito.

Esses são alguns aspectos subjetivos que as pessoas com um quadro depressivo podem apresentar. Como foi citado no início, trata-se de uma alteração do humor, que pode ser desencadeada por problemas orgânicos como alteração no funcionamento da glândula tireoide, etc, ou psíquicos, por exposição prolongada a agentes estressores, como situações conjugais desgastantes,, dificuldade de adaptação à determinada mudança ou problemas financeiros, etc.

Pode ser uma reação de esgotamento no mecanismo de auto-regulação do organismo, onde depois de um longo período de luta interior, não consegue resolver ou se adaptar à situação causadora do sofrimento e o cérebro sobre então, uma alteração na produção de substâncias bioquímicas, denominadas neurotransmissores, que são responsáveis pelo equilíbrio emocional, cognitivo, motor e psíquico, que nos proporciona a sensação de bem estar e todas as condições básicas que o ser humano precisa para uma boa qualidade de vida.

Há várias formas de depressão. A endógena, ou depressão maior, é uma síndrome de aspecto hereditário do transtorno depressivo, necessitando para tanto um cuidado mais amplo, com acompanhamento especializado de profissional, psicólogo e psiquiatra. Outra forma mais branda de depressão é a que a pessoa consegue conviver, porém com uma baixa qualidade de vida, podendo apresentar: constante irritação, dificuldade em tomar decisões, perfeccionismo, insônia, constipação intestinal, enxaquecas, uso e/ ou abuso de substâncias químicas, como álcool, cigarro e às vezes até outras drogas. 

O transtorno depressivo, ocasionalmente, pode ocorrer em gestantes , nas parturientes, ocasionando a "depressão pós-parto",  e em pessoas vítimas de violências. Em todas as situações apresentadas é importante o reconhecimento do quadro depressivo, pelos familiares ou pessoas próximas, através dos sinais e sintomas e buscar ajuda profissional o mais breve possível, pois quanto mais precoce for o cuidado profissional, menos sofrimento psíquico e consequências a pessoa e seus familiares irão passar.

Como prevenção de estados depressivos, é indicada a psicoterapia, a prática de atividade física, como: caminhada, natação, hidroginástica, entre outros, o hábito da leitura, filmes, jogos lúdicos, reunião com amigos, viagens de lazer, contato com a natureza, procurar realizar-se, valorizar-se nos pequenos atos, observar que tudo tem seu tempo, procurar cultivar a paciência e a compaixão, etc.

É importante lembrar um antigo dito popular que diz que a vida é a grande escola, "vencer os obstáculos e as dificuldades, nos faz evoluir", proporcionando a possibilidade de um novo aprendizado, que é o grande propósito da vida, "aprender a viver", com alegria, simplicidade, humildade, amor e gratidão, enfim: "ser feliz".
Fonte: Carlos Roberto Victório - Psicólogo/Psicoterapeuta (CRP-20/RO 13399) - Revista Cannaã


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