sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Por que tomamos vacina injetável se existe a oral?

Porque a gotinha só funciona contra certas doenças que entram pela boca. De resto, sobra a injeção.

A regra é simples. Só doenças contraídas pela ingestão de água e de alimentos contaminados têm vacina oral. É o caso de rotavírus e do vírus da pólio. Assim, a gotinha faz o mesmo trajeto do vírus. "Além de estimular o organismo a produzir anticorpos, elas oferecem proteção às áreas mais sensíveis, como boca, estômago e intestino", diz Jarbas Barbosa, secretário de Segurança em Saúde do Ministério da Saúde. Já contra doenças transmitidas pelo ar - como tuberculose, diferia, coqueluche, sarampo e caxumba -, só resta a injeção.

Mas a diferença entre vacina oral e injetável não termina na aplicação. A oral é feita com vírus atenuados. Isso significa que o agente infeccioso é processado em laboratório e perde seu poder nocivo. Uma vez no corpo, ele se reproduz e provoca a resposta imunológica do organismo da mesma forma como o vírus que causaria a doença. Já a vacina injetável pode usar o agente infeccioso inativado. Ou seja, ele está morto, incapaz de se reproduz dentro de nós (ou seja, se fosse ingerido em vez de injetado, iria embora nas fezes). Isso elimina o risco já ínfimo de se desenvolver a doença, que é de um caso para 800 mil nas vacinas de via-oral. Até dezembro, o Brasil vai ter a versão injetável da vacina contra a pólio.

Agulha para toda obra - Veja os 5 tipos de vacina. Delas, apenas a atenuada pode ser oral:
  • ATENUADA - Uma versão enfraquecida do vírus se reproduz no corpo, e o sistema imunológico o combate como se fosse o original. Exemplos: vacina contra sarampo.
  • CONJUGADA - A vacina é turbinada com uma proteína, e a resposta do corpo fica mais potente, eficaz e duradoura. Exemplos: vacina pneumológica 10 e meningocócica C.
  • COMBINADA - Uma única aplicação reúne diferentes vírus e bactérias - o que imuniza a pessoa contra várias doenças de uma só vez. Exemplo: tríplice bacteriana e tríplice viral.
  • INATIVADA - É usada o agente infeccioso morto - ou só um pedacinho dele. Com isso, elimina-se o ínfimo risco de a vacina desenvolver a doença. Exemplos: vacinas contra a raiva e tétano.
  • RECOMBINANTE - Usa vírus geneticamente modificados, semelhantes, aos que nos atacam, mas que jamais provocam a doença. Exemplos: vacina contra a hepatite B e HPV.
Fonte: André Bernardo - Revista  Super Interessante


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