'O último Pistolino' será lançado no Festival Internacional de Paraty'
No próximo dia 2 de julho vai ser lançado na FLIP - Feira Literária Internacional de Paraty (RJ) o longa metragem na categoria documentário, "O Último Pistolino", obra do diretor Luís Gustavo Ferraz que conta a história de Jair Rangel de Souza, cineasta amador que reside há mais de 20 anos em Porto Velho, capital de Rondônia.
O filme que faz parte da programação "Noites de Cinema" da Itaú Cultural, será exibido na Casa de Cultura de Paraty. Além do documentário sobre Pistolino, outros dois filmes, o longa "Ela Volta na Quinta" do diretor mineiro André Novais Oliveira e o documentário Sabotage: Maestro do Canão, que conta a historia de um dos maiores nomes do rap no Brasil.
Considerado um discípulo de Chaplin na Amazônia do século XXI, o cineasta de Rondônia, o conhecido Jair 'Pistolino' Rangel faz cinema mudo e em preto e branco. Escreve, produz e dirige todos os seus filmes, além de interpretar o protagonista de suas histórias, o cômico Pistolino, uma espécie de cruzamento entre o norte americano Carlitos e o nosso Jeca Tatu.
O documentário dirigido por Luís Gustavo é exibido junto ao curta-metragem de Jair Rangel, "O Lobisomem Mineiro", oitava produção de Pistolino.
As gravações ocorreram em Porto Velho em abril/maio de 2015, com locações em diversos pontos da capital. No filme, sua filha Mayara, e seu filho Juliano compõe o núcleo central da história que retrata a caçada de um Lobisomem que comia todos os queijos de um coronel fazendeiro, interpretado pelo jornalista Paulo Andreoli.
"Estou muito feliz com esta homenagem. Nunca achei que meu sonho iria virar realidade. Sempre fiz e participei de curtas, agora vem o longa-metragem" disse Pistolino, que chorou ao ver sua primeira vez o site oficial do filme. O cineasta infelizmente não vai ao Festival acompanhar a exibição de sua biografia no cinema nacional.
O documentário tem na fotografia Mario Cascardo, montagem Pablo Carrilho e narração de Luíz Nachibin.
Jair Rangel de Souza: um sonhador que ama o cinema
Primeiro veio a paixão pelo cinema, ainda na adolescência. Depois, já na faculdade, o encontro com um dos principais documentaristas do país: Luis Nachbin. Por último, já como profissional, o interesse especial por documentar artistas e seus respectivos processos criativos. É assim, ao ligar essas três pontas, que se chega ao projeto de Luís Gustavo Ferraz Rodrigues: o longa-metragem As Aventuras de Pistolino.
A proposta do filme é contar a história de Jair Rangel de Souza, outro apaixonado pela sétima arte, que há quase duas décadas faz cinema mudo e em preto e branco. É, segundo a definição de Rodrigues, um "Chaplin da Amazônia em pleno século XXI". Tente visualizar o que daria a mistura Carlitos e Jeca Tatu? É por essa linha que surge Pistolino, o personagem principal de todos os curtas de Jair Rangel de Souza (já são cinco), também responsável por interpretá-lo e por quase tudo o mais que envolve o fazer cinema - e isso quer dizer produção, roteiro, direção e até mesmo algumas geringonças que ele mesmo fabrica pra conseguir filmar. Souza foi descoberto graças ao Entre Fronteiras, programa do canal Futura apresentado e dirigido por Nachbin em que Rodrigues é assistente de direção.
Até o momento, o contato entre os cineastas se deu apenas pelo telefone. Foram muitas ligações entre Rio de Janeiro, onde vive Rodrigues, e Porto Velho (RO), lugar que o paranaense Souza escolheu para residência, para que se formatasse a iniciativa da cinebiografia. Até porque, os 26 minutos do episódio televisivo não davam conta de relatar toda a filmografia nem a jornada migrante que constitui a história de vida do homem por trás de Pistolino.
A mais recente dessas ligações foi para avisar Souza que o documentário foi selecionado pelo projeto Rumos e, portanto, será viabilizado. Além de ser de certa forma homenageado, Souza teve um motivo para mais vibrar com a notícia. O projeto também possibilitará a realização de seu sexto curta-metragem, Pistolino e o Lobisomem Mineiro.
E, ao acompanhar as filmagens de mais uma aventura de Pistolino, Rodrigues "puxará os fios" para traçar a biografia de Souza.
"Eu gosto especialmente do roteiro desse curta, porque parece encapsular, todas as marcas de Jair, tanto de conteúdo quanto as traquitanas que ele usa pra filmar. Me parece ser o filme perfeito como metonímia da obra", explica Rodrigues.
Luís Gustavo Ferraz Rodrigues
Quem é Pistolino?
As aventuras de Pistolino foi o primeiro longa-metragem de Rodrigues, como diretor. Formado em cinema em cinema e publicidade e há sete anos trabalhando ao lado de Nachbin, cabe a pergunta: por que contar a história de Souza e não a de outros muitos personagens já retratados no programa Entre Fronteiras?
A resposta está, a princípio, na paixão pela sétima arte. Rodrigues quer relatar a vida e a obra de um homem (Jair Rangel de Souza) que, na visão dele, "acabou compondo um das mais puras declarações de amor que o cinema já recebeu". Há também muita influência de Nachbin.
Não só por ter possibilitado a ponte com Souza e ser parceiro deste longa - ele atuará como produtor executivo e sua produtora, a Matrioska Filmes, dará todo o suporte necessário, como equipamento de gravação, ilha de edição, entre outros - , mas também por ter despertado em Rodrigues o interesse por registrar histórias de não ficção. "Eu aprendo todos os dias com ele", frisa.
Encantou o quadro da Globo "Me leva Brasil"
Conhecido nacionalmente através do quadro "ME LEVA BRASIL", do Fantástico, onde foi entrevistado pelo jornalista Maurício Kubruly, Jair Rangel, além de ser um cineasta, criador do personagem "chapliano" PISTOLINO, ele é inventor. Entre suas invenções estão gruas e objetos de cenas utilizados em seus filmes.
As mais invenções de Jair Rangel são, uma câmera-robô, feita com quatro motores, com aproximadamente 20 quilos, executando todo o trabalho de imagem tanto na horizontal quanto vertical, realizando a proeza de fazer movimento em 360 graus e circulares; o mosquito de proporção grande (aproximadamente 45 cm), do tipo Aedes Aegypti, feito de fibra de vidro, pernas em aço, movido por ummotor de vídeo-cassete, através de bateria de 09 volts, biela e virabrequim. O mosquito move asas, o ferrão e a bundinha.
Fonte: Jornal Diário da Amazônia.
COMENTÁRIO DO BLOG: Parabéns Jair pela seu amor ao cinema, pela sua luta. Sem recurso, sem ajuda faz o seu trabalho com amor e dedicação. Valeu...!
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