Sábado e domingo chegando, a moto na garagem e uma ideia na cabeça: viajar! Para o plano dar certo e você poder matar de inveja seus colegas no trabalho, contando a bola dentro que foi seu passeio, vale dar uma repassada nos pontos mais importantes que, se respeitados, vão tornar tudo uma maravilha. Vamos lá!


DESTINO - Exagerar jamais. Escolha um destino próximo e fácil, levando em consideração duas capacidades fundamentais. A sua e a de sua montaria. Motos pequenas, as de 125 até 160 cc, sofrem e fazem sofrer em viagens de mais de 150 km o que significará pelo menos duas horas de guidão ou mais.


Se o plano é fazer da viagem um momento de relaxamento, remédio contra o estresse do dia a dia, não passe da medida. Lembre-se que é melhor escolher um lugar próximo e, chegando lá, explorá-lo devidamente realizando passeios curtinhos entremeados de descanso do que escolher uma meta distante e chegar lá um trapo, sem condições de aproveitar as atrações (natureza, balada ou o que seja) do lugar.


Se sua motos for média ou uma verdadeira comedora de quilômetros, estilo bigtrail ou verdadeira touring à la Goldwing, distâncias de até 300 km são admissíveis tendo em vista o conforto oferecido. Mas, mesmo assim, vale a observação: viagem de fim de semana de moto tem de ser bem pensada, na medida certa de sua disposição, para que não se torne um sacrifício. E isso vale mais ainda se alguém estiver ocupando a garupa.


PREPARAÇÃO - Viagem curta não obrigatoriamente precisa ser desinteressante. Deste modo, prepare seu roteiro estabelecendo um objetivo claro. Se é simplesmente curtir a moto e desfrutar do enorme prazer que é pilotar, evite rodovias sem curvas. Afinal de contas, se o barato é sentir a moto, que graça tem se plantar em uma longa reta em velocidade constante? 


Já em uma estradinha que serpenteia entre vales e montanhas, cada curva revela um novo panorama, cada curva determina a prazerosa ação de frear, escolher a marcha certa e determinar a trajetória perfeita. Uma vez, duas vezes, mil vezes: não conheço motociclista que não goste de “trabalhar o braço”, caprichando na tocada em uma viagem. 


Outro componente do prazer é deixar a moto OK para encarar a diversão. Nos dias que antecedem a viagem rememore a situação: pneus ok e calibrados? Óleo? E os freios, aguentarão a quilometragem sem ferrar seu disco ou tambor por um imprevisível componente desgastado demais? E o sistema de iluminação, vai bem, obrigado?

BAGAGEM - Menos é mais, sempre. Nada mais chato do que uma bagagem volumosa e/ou excessiva. E isso vale mesmo para motos equipadas de bolsas laterais, baú ou ambos. Mesmo se bem acondicionada dentro destes compartimentos, muita coisa sempre é sinônimo de mais peso, o que sempre prejudica a agilidade, uma das qualidades mais relevantes de qualquer motocicleta. 


E, lembre-se também que excesso de quilos causará maior desgaste e potencializará problemas de toda ordem, principalmente o maior deles se sua moto não tem as citadas malas: a fixação da desgraçada! Ô coisa chata amarrar a bagagem e, poucos quilômetros depois, ter de parar pois “o monumento” está despencando, ou coisa pior como aquele elástico que enrosca entre a corôa e a balança de suspensão (arghhh!). Enfim, leve pouco peso e pouco volume, o curto espaço de tempo de um fim de semana não pode ser desperdiçado com chatices.



PREVISÃO - A do tempo é a primeira. Fuja do mau tempo que sempre aumenta os riscos. Você até pode ser um excelente piloto na chuva, e gostar do desafio da tocada com baixa condição de aderência e visibilidade mas isso promove estresse, aumenta a chance de problemas, até mesmo aqueles que nada tem a ver com sua moto ou seu talento.

Exemplo: enchentes, deslizamentos de terra, estradas interditadas… Existem várias maneiras de se informar sobre a meteorologia, TV, sites dedicados e etc, e assim não há desculpa ao optar por um fim de semana onde os céus não estavam sorrindo para motociclistas. Outra aspecto importante é o equipamento, sua indumentária. Passar frio ao guidão é péssimo, idem excesso de calor. O traje exato é fundamental.

ATITUDE - Maneirar na expectativa é sagrado. Se você vai a um lugar conhecido, considere que tudo pode ter mudado, e aquela maravilhosa viagem de “X” tempo atrás hoje pode ter se transformado em uma total decepção. Controle os nervos, respire fundo e tente fazer do limão uma limonada, lembrando que nem tudo sai como a gente quer. E no caso de a viagem ser para um lugar desconhecido que se revelou um “megamico”, vale o mesmo. Fique frio! Não desconte frustrações na moto e nem na orelha dos eventuais companheiros de viagem.


COMPANHIA - Ah, os companheiros! Eles são fundamentais para tornar qualquer viagenzinha mais divertida mas… às vezes acontece o contrário. Um cara que parecia legal pode virar um “nóia” ao primeiro contratempo. A amiga tão simpática e bonitinha pode ser incompatível com o que se espera de uma parceira para encarar a estrada. Premissa básica: viajar de moto é mais seguro quando feito em companhia por óbvias razões. Assim, não seja antissocial, mas escolha bem e seja feliz. 

Fonte: G1/Motos