segunda-feira, 7 de setembro de 2015

A Arte da Prudência

Achar consolo para tudo.

Baltasar Gracián
Até os inúteis têm um consolo: são eternos. Não há mal que sempre dure; para os tolos, o consolo é ter sorte. E a sorte é como diz o provérbio: "Os belos gostariam de ter tanta sorte quanto os feios". Para viver muito, preciso valer pouco. O corpo trincado não quebra; acaba por enjoar de tanto que dura. Parece que a sorte inveja as pessoas mais importantes. Recompensa a inutilidade com a duração e a importância com a brevidade. Os importantes serão sempre poucos, e os que não servem para nada, eternos, ou porque assim parece, ou porque assim é. Quanto ao desventurado, sorte e morte parecem conspirar para esquecê-lo.

Fonte: Do Livro A Arte da Prudência - Baltasar Gracián - Editora Martim Claret.

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