segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

OPINIÃO DE PRIMEIRA

OS QUE LUTAM POR SALÁRIOS JUSTOS VÃO
SER PUNIDOS. OS DE COLARINHO BRANCO NÃO
“Essa crise foi sendo construída e alimentada no Congresso Nacional, com a criação da PEC 300, um projeto de emenda de caráter populista”. A frase, que bem resume a situação em que o parlamento brasileiro jogou as forças policiais do país contra os governos estaduais e a população, é da antropóloga Jaqueline Muniz, conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ela se refere, é claro, à esculhambação que se instalou no país, até o final de semana passado. Poderia acrescentar que outra ação do Congresso, a que anistiou os baderneiros de 2010, foi outro passo decisivo para o atual estado de coisas. Quando aprovaram, por unanimidade e em primeira votação a PEC 300, que equipara os salários dos PMs e Bombeiros aos maiores ganhos do país, os parlamentares fizeram de conta que não sabiam que, se implantada, a lei levaria os Estados brasileiros à bancarrota. Votaram a PEC 300 antes da eleição passada, todos de olho nos votos dos profissionais da área e seus familiares, mas cometeram a maldade, comum entre a classe política, de deixar a lei engavetada pós eleição. Está lá, apodrecendo e não será mais tratado, ao menos tão cedo.

A reação dos profissionais que se viram usados e abusados pelos políticos, enquanto esteve dentro da lei, mereceu todo o apoio da população. Quando uma parte importante da turma da segurança passou para a ilegalidade, praticando atos de violência, atacando viaturas, ameaçando a população e deixando-a à mercê de todos os criminosos, alguns parlamentares cometeram o pecado mortal de anistiá-los. Foi um incentivo claro à baderna. A presidente Dilma Rousseff, que poderia ter vetado, correu a assinar o absurdo. Muitos PMs, policiais civis e bombeiros serão punidos, enfim. Mas muitos dos malandros de colarinho branco, que legislam em causa própria e sempre ignoram os anseios da sociedade, esses certamente serão reeleitos e reeleitos. É a sina do Brasil: conviver com grande parte do que de pior a sociedade pode produzir, representando seu povo lá no seu Congresso.

PRESSÃO DOENTIA
Bem fez o presidente da Assembleia, José Hermínio Coelho, eu recorrer à Polícia Federal mais uma vez. Ameaçado de morte, sob pressão dos ainda simpatizantes do ex-presidente Valter Araújo, Hermínio começou também a ser atacado, com acusações de envolvimento com a quadrilha com Valter, a partir de denúncias que, pelo menos até agora, não mereceram crédito. A pressão doentia sobre a ALE está ultrapassando qualquer ideário sensato. O caso é de polícia. E de Polícia Federal.

TIRO PELA CULATRA
As ameaças, os bilhetinhos desaforados, os ataques vindos de setores que ainda têm alguma ligação com a administração anterior da ALE, podem acabar se tornando um tiro pela culatra. Hermínio já demonstrou não ter medo de pressão e os demais deputados, que nada têm a ver com a vergonhosa Operação Termópilas, podem chegar à conclusão que a hora é de limpeza geral. Daí...

FAÇA O QUE EU DIGO...
Dois eventos no trânsito, aqui e no sul, no fim de semana, demonstram bem a falsidade que campeia no país. Em Ji-Paraná, o pastor e diretor de um tal Centro de Assistência e Recuperação de Vidas, bebeu, bateu numa moto, matou duas pessoas e fugiu do local. No balneário de Tramandaí, no RS, um vereador da cidade de São Sebastião do Caí, que vive discursando contra bêbados no trânsito, entrou com sua camioneta dentro de uma casa. Tinha no sangue quatro vezes mais álcool do que o permitido. São casos sintomáticos, nesse país das sacanagens.

PRECISA REAGIR
Ataques duros ao governador Confúcio Moura se ampliam em parte da mídia. A situação é complicada e, mais que nunca, está na hora do Palácio Presidente Vargas reagir forte, porque, se não o fizer, continuará sob bombardeio diário. Os interesses em jogo são pesadíssimos, todos sabem. Sem reação à altura, o governo pode virar alvo e, depois, poderá não ter poder de fogo suficiente para responder. O alerta está dado.

AGORA VAI!
O Supremo decidiu que agressões contra a mulher levarão o agressor a ser processado mesmo que a vítima desista da denúncia. Agora pode ser que a lei funcione mesmo. Até agora, a grande maioria das mulheres surradas acabavam retirando a queixa contra seus maridos e companheiros, com medo de ficar sozinhas, de não ter como sobreviver ou até de apanhar mais. Os covardes agora sabem que esse escudo eles não têm mais.

MAIS UM CASO ELOÁ
O país inteiro acompanha o caso do assassino frio e cruel que matou a menina Eloá Pimentel. O bandidão, que mereceria mais que apodrecer na cadeia, se nesse país os criminosos fossem punidos à altura das chacinas que cometem, certamente será condenado, mas em breve poderá estar nas ruas de novo. Já em Porto Velho, um caso muito semelhante, ocorrido essa semana, mal teve registro nas notícias policiais. Uma menina, nas mesmas condições, foi morta cruelmente. Não houve cobertura da mídia e muito menos protesto de quem quer que seja, como no caso de Eloá.

AQUI É OUTRO MUNDO
Em Porto Velho, no final de semana, a jovem Mirla Natécia, de 17 anos, foi morta com três tiros disparados à queima roupa pelo ex-namorado, com quem ela não queria reatar o romance. O violento crime aconteceu no bairro Aponiã e, até ontem, o assassino continuava soltinho. A família está desesperada. Ninguém, além dos parentes, deu bola para a morte de Mirla, uma menina que tinha toda a vida pela frente. Ela não foi morta na frente das câmeras de TV e nem teve aparato policial para ao menos tentar protegê-la. Aqui é outro mundo...

PERGUNTINHA
Quantos novos poderosos da República vão cair depois de mais um escândalo denunciado pela revista Veja, em sua última edição?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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