sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

OPINIÃO DE PRIMEIRA

OS GIGANTES FINGEM BRIGAR PARA
QUE OS OTÁRIOS PAGUEM BEM MAIS
O consumidor brasileiro está prestes a sofrer um novo achaque. Uma briga entre grandes redes de TV fechada, privaram os torcedores, mesmo os que já pagam mensalidades caríssimas, de assistir os grandes clubes brasileiros jogando a maior competição da América Latina, a Copa Libertadores. A gigantesca Fox americana chegou com seu canal esportivo, mas em regiões localizadas. Ganhou a concorrência da poderosa Globo, que, portanto, foi proibida de transmitir todas as partidas, como fazia, em canal aberto e também na SKY, onde manda e desmanda. Como retaliação, a Globo proibiu a Fox de colocar seu canal esportivo na SKY e também na NET, onde há também o seu poderoso dedo. Com isso, torcedores do Fluminense, Vasco, Internacional e Santos ficam sem poder assistir os grandes jogos dos seus times pela Libertadores. A Globo só vai mostrar Corinthians e Flamengo. Aparentemente, é uma briga de gigantes; Onde, é, claro, perde o consumidor, sempre sacaneado, sempre enganado. Mas, como pano de fundo, tem ainda pode ter coisa pior.

Fox e Globo vão brigar durante semanas, sem que os jogos, já em realização, possam ser assistidos pela SKY ou NET. Daí? Claro como água de nascente: quando a gritaria for geral, as duas grandes vão fingir um acordo. Só que o assinante que quiser ver os jogos na Libertadores, obviamente, terá que pagar um preço exorbitante, bem acima do absurdo que já paga pela assinatura atual. Nessas horas, não se ouve o Ministério Público ou qualquer órgão de defesa do consumidor denunciar, protestar, exigir mudanças. Quem tem coragem de brigar com o poderio da Globo, que pode defenestrar, numa só matéria, qualquer político ou autoridade de praticamente todos os cargos públicos neste Brasil do faz de conta? Ora, os gigantes vão continuar a encenação de que estão brigados, até que os otários se disponham a abrir a carteira. Vamos pagar e eles, bolsos cheios, vão festejar. Nessas horas, não adianta nem chamar o Chapolin Colorado. Não há ninguém para nos defender.

BATATA QUENTE
A quatro dias do reinício do ano legislativo, o presidente José Hermínio Coelho tratou de arrumar a Casa, montar sua equipe e, agora, preparar-se para comandar os trabalhos e as votações. Enfrentará, de cara, dois grandes desafios. O primeiro, na questão dos seus colegas denunciados na Operação Termópilas, tema dos mais complicados. O outro, a votação do financiamento de 545 milhões que o governo quer ver autorizado. Hermínio começa com duas grandes batatas quentes nas mãos.

SILÊNCIO
Elogiado por vários de seus pares, pela forma transparente e sem qualquer problema com que comandou a legislatura anterior, o deputado Neodi Carlos prefere o silêncio. Tem falado pouco sobre a nova crise da ALE e, pelo menos até agora, não tem demonstrado grande interesse pelas lides políticas. Neodi, consagrado em sua região e já no terceiro mandato, poderia ir muito mais longe. Se quisesse. Mas, ao que parece, não quer.

NOVAS CARAS
O segundo semestre pode mudar, de novo, a cara da Assembleia. Pelo menos quatro parlamentares deixarão suas cadeiras, para disputar Prefeituras. Ainda há o caso dos sete (um já foi), envolvidos nos rolos da Termópilas. Se esses saíssem, a ALE poderia acabar a atual legislatura com quase a metade dos seus membros modificada em relação aos que assumiram em janeiro do ano passado. Mas, é pouco provável que algum dos denunciados, fora Valter Araújo, corra o risco de perder o mandato.

PIZZARIA FECHADA?
Menos de três meses depois de desencadeada a Operação Termópilas, poucos dos acusados, apenas três, ainda estão presos. Todos os demais conseguiram sair. Dos cabeças do esquema, só José Batista continua na cadeia e sem abrir a boca. E Valter Araújo, o chefe geral, está foragido. Os processos estão andando e novas investigações têm ocorrido, agora na surdina. Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário agora entram na fase final do caso. Dessa vez, ao que tudo indica, nada acabará em pizza.

A HISTÓRIA SE REPETE
Quem tem mais de 50 anos, já viu esse filme. No início dos anjos 60, o Brasil estava se transformando numa baderna geral e acabamos envolvidos numa terrível ditadura da direita militar. Agora, com tudo o que está acontecendo – greves de PMs, população se insurgindo contra as autoridades, protestos interrompendo a circulação de trens no Rio e a total falta de ação do Estado, como um todo – o filme é parecido. Só que agora virado para a esquerda. Como nossos vizinhos da América Latina. Quem avisa, amigo é!

BOFETADA
O aumento no número de vereadores nas Câmaras Municipais Brasil afora, foi mais uma bofetada da classe política na população, que não aguenta sequer ouvir falar em mais mordomias e mais gente mamando nas tetas do dinheiro público. É desse jeito, vivendo num mundo à parte, sem dar bola para a opinião pública, que os políticos estão cada vez mais distanciados das reais necessidades do seu país. Depois, quando o povo parte pra ignorância, que não venham se queixar...

PANO DE FUNDO
O senador e ex-governador Ivo Cassol continua batendo firme no governo atual, principalmente na questão do que ele chama de empréstimo desnecessário e os governistas de financiamento para obras. Cassol apresenta argumentos fortes e, em contrapartida, ouve outros tantos em defesa do projeto levado pela turma de Confúcio Moura para votação na Assembleia. Como pano de fundo, é claro, o debate é político e tem olhos voltados para 2014. Dos dois lados.

PERGUNTINHA
Será que o país vai assistir, pelas TVs, um confronto armado entre os grevistas da PM e a Força Nacional de Segurança, na Bahia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

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