OPINIÃO DE PRIMEIRA

FICHA SUJA: MAIS UMA ELEIÇÃO EM QUE

ELES PODERÃO NOS LEVAR NA CONVERSA

Há um raciocínio que pode, mais uma vez, dar abrigo aos fichas sujas na politica brasileira, também para as eleições municipais de 2012. Embora já tenha sido aprovada no ano passado e, por consequência, deveria valer automaticamente para este ano, o Supremo, mais que dividido, rachado, pode aprovar novamente a Lei, que continua sendo alvo de recursos, mas determinar que ela não valha para essa eleição, mas só para a próxima. Os fichas sujas só poderão entrar na disputa com aval da maior instância do Judiciário, mas obviamente recorrerão a todos os recursos possíveis para não ficarem de fora. Já ganharam antes, podem ganhar de novo, aproveitando-se dos enormes furos e da enormidade de recursos que as leis brasileiras permitem. Então, mesmo que decida que a Lei Ficha Limpa é válida, os malandros entrarão de novo com o mesmo argumento: aprovada em 2012, só valeria para a próxima eleição. Claro que seria uma tremenda sacanagem, mas como até agora o STF rachou em relação à nova lei, poderá concordar outra vez com os sujos, garantindo a eles mais uma vez a oportunidade de disputar uma eleição.

Pode parecer paranoia, mas o raciocínio não pode ser ignorado. Se uma lei emanada do povo, com mais de 1 milhão e 600 mil assinaturas, foi solenemente ignorada na eleição de 2010, quem duvida que ela será contornada novamente? Só a pressão da sociedade, de setores organizados, de instituições como a OAB e partidos políticos sérios pode impedir que haja mais uma jogada dos ficha sujas para se manterem na vida pública. Se não houver essa mexida nacional, se não gritarmos, tudo aquilo que se conquistou na luta pela Lei da Ficha Limpa vai ficar só nos nossos sonhos E “eles” vão vencer de novo!

FALTOU AVISAR

Quando o governo anunciou um novo recadastramento, deixou transparecer que a principal meta do projeto era ver quem trabalhava e quem recebia sem trabalhar. O que já é um feito importante, num enorme recadastramento de milhares de servidores. Mas a intenção tem outras vertentes. Uma delas é encontrar profissionais mal aproveitados e colocados onde possam ser mais úteis.

CORRERIA

Se tivesse destacado esse objetivo, o recadastramento certamente o Palácio Presidente Vargas não teria ouvido tantas críticas a ele. Não sobre o programa em si, mas pela forma como foi feita, via Banco do Brasil, despreparado para atender essa enorme demanda. O servidor que ouvisse que teria chance de crescer no Estado, por causa dos seus cursos e especialidades, certamente correria para se recadastrar sem chiar.

NOMES NÃO FALTAM

A aliança PSDB, PR e PV, formalizada há algum tempo, pode não ter futuro. Cada partido está pensando em ter candidatura própria à Prefeitura de Porto Velho. O PSDB tem em Mariana Carvalho e Ivo Benitez, entre outros, nomes fortes. O PT quer ver Miguel de Souza encabeçando a chapa. E o PV mostra pesquisas não oficiais em que Lindomar Garçon está sempre à frente. Lá na frente, o acordo pode ser tornar difícil.

DITADURAS

Duas histórias que deixam claro como ditaduras, seja de direita ou esquerda, podem ser terríveis. Em Cuba, uma ditadura que está superando as seis décadas, uma mulher independente, Yoani Sanchez, corre risco de vida todos os dias, por usar a internet sem autorização do governo. Quer vir ao Brasil, mas não consegue.

SEM MISSA

No Brasil dos tempos duros dos militares, o padre italiano Vito Miracapillo foi expulso por se recursar a rezar missa em homenagem aos poderosos de plantão. Ele voltou ao país depois de 31 anos e lembrou com tristeza sobre a pena que recebeu do governo da época. Ela ainda não sabe como será seu futuro em Cuba.

UNS E OUTROS

Em nove anos, mais de 3.500 servidores federais foram colocados na rua, por falcatruas, falta ao serviço, preguiça, tráfico de influência, recebimento de propinas. Quase 80% eram de concursados. Já no Congresso, não se tem noticia de que alguém tenha levado um pontapé no traseiro pelos mesmos delitos. Logo lá, onde as coisas cheiram muito mal...

UM OU OUTRO?

No PMDB, em relação a Porto Velho, ainda há pressões pelo nome de Davi C hiquilito para a disputa pela Prefeitura. Mas a grande maioria do partido, inclusive o comando do diretório municipal, está mesmo com Abelardo Castro Neto, o competente diretor do Deosp. Decisão mesmo, só lá pelo final de março.

PERGUNTINHA

Deputados que querem mudar o Regimento Interno para eleger novo presidente, conseguirão maioria de dois terços, na Assembleia?

Fonte: Jornalista Sérgio Pires