quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Motociclistas e as armadilhas urbanas

Elas estão por aí e surgem do nada: são as armadilhas urbanas escondidas em cada esquina, não caia nelas! Se você pensa que já viu de tudo em termos de situações imprevisíveis nem imagina o que é ver um motociclista desaparecer em um buraco! Sim, pode acontecer porque uma cidade do tamanho de São Paulo  está constantemente em obras. Mesmo que sinalizadas, as ruas podem pegar o motociclista de surpresa porque no dia anterior estava tudo perfeito  (Porto Velho também pode ser inserida neste contexto).

Sem falar naquelas armadilhas que aparecem como uma entidade! Um passageiro do taxi que abre a porta inesperadamente no meio a rua. O pedestre que atravessa a rua sem olhar para pegar um ônibus. A tampa do bueiro que sumiu, mas estava lá ainda uma hora atrás! As faixas escorregadias pintadas no asfalto, as lombadas, olhos de gato e tachões refletivos que desequilibram a moto são alguns dos exemplos das armadilhas mais comuns.

Mais um motivo para ficar 100% ligado com um olho na frente e outro no chão. A pior desculpa que um motociclista pode dar é: “não vi!”. Motociclista não pode “não ver” o que se passa sob seu nariz. Se foi pego de surpresa é porque relaxou na concentração.

Saiba que existe a mundialmente difundida regra dos quatro minutos: o momento de menor concentração de motoristas e motociclistas é quando está nos primeiros ou últimos quatro minutos da sua jornada. Geralmente é perto de casa ou do local de trabalho. Fique ligado nas armadilhas mais comuns:

Buracos
Eles surgem da noite para o dia. Ainda que faça o mesmo caminho todos os dias, nunca relaxe porque a maioria das concessionárias de serviços públicos trabalham à noite. A chuva também transforma aquela pequena irregularidade em uma cratera em questão de horas. Se perceber que vai passar no buraco alivie o freio e levante o traseiro do banco para suavizar a pancada na suspensão.

Faixas
A sinalização vertical nas ruas é feita por meio de faixas pintadas no asfalto. Essas faixas são feitas de material plástico com coeficiente de aderência menor do que o piso normal. Procure não frear em cima dessas faixas – inclusive de pedestres – nem mesmo quando estiver seco. Se estiver molhado nem passe por cima!

Lombadas & Cia
Uma das formas de reduzir a velocidade é colocar lombadas. Para os carros nem representa um transtorno tão grande, mas para motos, passar na lombada em velocidade pode tirar as rodas do chão. Se for pego de surpresa e perceber que a lombada está mais perto do que seus freios são capazes de parar, solte o freio e levante do banco para aliviar o trabalho da suspensão.

Já os olhos-de-gato colocados no asfalto foram projetados para carros e veículos pesados, mas para motos eles desequilibram e chegam mesmo a entortar a roda. Passe longe deles e não tente passar entre eles porque nem sempre a distância permite.

Veículos pesados
Se para os motoristas de carros já é difícil perceber a presença de uma moto, imagine para o motorista de um caminhão ou ônibus, que está lá em cima, vendo o mundo do alto. Tenha em mente que a moto é muito fácil de “desaparecer” perto deles e fique sempre posicionado de forma a ser visto. Para se certificar de que foi visto dê um toque de leve na buzina, sem infernizar, só um toque!

Ciclistas
Também aparecem do nada! Com o agravante de serem muito rápidos em algumas situações. Atualmente a bicicleta está em todas as ruas, inclusive avenidas movimentadas e rodam entre os carros, junto com as motos. Elas são mais frágeis, portanto é o motociclista que deve manter o ciclista em vista. Sempre dê a preferência ao colega de duas rodas!

Pontos cegos
Os carros têm as colunas que podem ser muito grossas em alguns casos. Por isso esteja sempre à vista. Para saber se o motorista percebeu sua presença fique de olho no espelho retrovisor externo do carro. Se for capaz de ver os olhos do motorista é sinal que ele te viu. Se vir uma orelha, fique esperto. Se na orelha tiver um celular fique longe!

Linha de pipa
Essa é a mais nova e mais perigosa armadilha urbana. É proibido por lei usar vidro moído (cerol) nas linhas de pipa, mesmo assim adultos e crianças desprezam essa lei. O perigo aumenta nos períodos de férias escolares. Além da antena anti-pipa existe um equipamento especial para usar em volta do pescoço. Na medida do possível fique atento aos céus, especialmente nos canteiros centrais de grandes avenidas e estradas próximas à capital.

Cruzamentos
É o ponto de grande vulnerabilidade para o motociclista. Sobretudo nos cruzamentos de mão dupla, quando os carros vêm das quatro direções. Evite fazer uma conversão à esquerda em um cruzamento deste. Se necessário complete a volta no quarteirão e passe de frente pelo cruzamento. À noite é pior ainda porque ao virar o guidão da moto o farol “desaparece” para quem vem no sentido contrário.
Ao se aproximar de um cruzamento, mesmo que não haja placa indicativa de PARE, reduza a velocidade e avalie a situação. Nunca passe pelo cruzamento sem verificar se alguém desprezou a via preferencial. Aliás, a regra para motociclista é bem simples: preferencial é sempre a rua dos outros!
Também evite parar no cruzamento entre o carro e a calçada. O motorista pode descobrir que precisa virar à direita naquele momento e adivinha quem está bem do lado?

A mais importante dica para motociclista é ficar ligado 100%. Nossos espaços de frenagem são pequenos, mas o tempo de reação pode ser grande se o motociclista estiver distraído. Um olho no chão e outro pra frente!

As opiniões expressas nesta matéria são de responsabilidade de seu autor e não refletem, necessariamente, a opinião do site WebMotors.
Fonte: Geraldo Tite Simões/Yahoo




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