sábado, 7 de janeiro de 2012

OPINIÃO DE PRIMEIRA

A INFLAÇÃO PREOCUPA, MAS AINDA
SOMOS UMA ILHA NO MAR DA CRISE
Há números que preocupam, como os 6,5% da inflação oficial, o maior percentual dos últimos sete anos. Mas há também boas novas. Pela primeira vez em 30 anos, o Brasil chega quase a números considerados como os de pleno emprego, com 94% da população economicamente ativa no mercado de trabalho. Este 2012 começa com preocupações com os danos que a natureza está causando – destruição pelas chuvas, no sudeste e seca terrível no sul -, mas ao mesmo tempo, na economia, estamos caminhando na contramão da crise internacional. Quem critica duramente o governo brasileiro por sua inação em algumas áreas, seria tremendamente injusto se não o elogiasse pelo que tem feito na nossa economia. O Brasil se preparou durante longos anos para enfrentar uma dura recessão, fez uma reserva financeira inigualável, abriu suas portas ao capital estrangeiro, aceitou investimentos de risco, buscou alternativas corretas para se tornar quase uma ilha de prosperidade, num contexto em que o mundo ocidental vive dias de dúvidas e medo do futuro. Ao manter o ministro Guido Mantega na Fazenda e a estrutura econômica intocada, a presidente Dilma Rousseff deu prosseguimento a ações que começaram no governo Fernando Henrique, passaram pelos oito anos de Lula e chegaram até agora com sucesso.
Claro que os riscos ainda são imensos. Nessa aldeia globalizada que é a economia mundial, crise lá bate aqui. O diferencial brasileiro é que a recessão que já assola algumas das maiores economias do planeta, deverá nos atingir com menos força. A equipe econômica do governo, os empresários de todos os setores que influem na economia e todos nós, brasileiros comuns, sofremos ainda muito com as diferenças sociais. Mas, ao menos na economia – e por enquanto – estamos nadando de braçada. Tomara que continue assim por longo tempo.

NOVOS RUMOS
Depois de nove anos, o jornalista Sérgio Pires não assina mais a coluna Primeira Mão, no jornal Folha de Rondônia. Sem problemas de relacionamento e amizade com os diretores da Folha, Pires, optou por escrever apenas a coluna Opinião de Primeira, publicada hoje em cerca de 30 sites de notícias do Estado. A rescisão com a Folha foi amigável e de comum acordo. E as portas continuam abertas, nas duas partes.

SÃO 28 PARA UM
São mais de 28 candidatos para cada vaga. No concurso que a Prefeitura da Capital realiza, nos próximos meses, mais de 31.200 pessoas se inscreveram, para menos de 1.100 vagas. O serviço público é o sonho de milhares, porque dá estabilidade e torna o contratado parte de uma casta de brasileiros com alguma segurança. O problema é que a grande maioria vive de salários miseráveis.

OUTRA CASTA
Há outra casta, dentro da casta, em que dinheiro não é problema. Mas, geralmente, quem ganha mais não são os concursados, mesmo os que têm décadas de serviços prestados aos órgãos públicos. A grana boa vai para o bolso dos comissionados, escolhidos a dedo por quem está no poder. Em qualquer nível da administração brasileira.

COMEMORAÇÃO
Que não se surpreenda quem mora perto ou passa seguidamente pelo Palácio Presidente Vargas, se ouvir fogos de comemoração nos próximos dias. É que Confúcio tirou do seu cargo uma figura que era detestada por quase todos, tanto dentro como fora do Palácio. A triste figura já vai tarde. Foi um dos maiores erros de Confúcio ao compor sua equipe inicial. Ainda bem que corrigiu.

JUS AO NOME
O advogado Raimundo Façanha está mexendo com o sindicato dos servidores da Assembleia. Em poucos dias, já deu para notar que ele veio para marcar presença. Denunciou fantasmas, exige valorização dos servidores estatutários, cobra direitos que, alega, os servidores não estão recebendo corretamente. O Façanha quer fazer jus ao nome. Conseguirá?

E OS FANTASMAS?
O presidente do Sindler precisa continuar exigindo uma limpeza na Assembleia, onde existem 1.200 servidores comissionados. Mas tem que demonstrar respeito às leis e equilíbrio, para exigir também que estatutários fantasmas, mais de uma centena, que recebem sem trabalhar, sejam extirpados da folha de pagamento. Sobre isso, Façanha ainda não se pronunciou.

PRONTO PARA A BRIGA
O presidente interino da ALE, deputado José Hermínio, volta nos próximos dias de uma rápida viagem para esfriar a cabeça em sua terra natal, no Nordeste. E vem com planos de assegurar o comando do parlamento. Vem também pronto para a guerra que vai enfrentar, porque os governistas querem vê-lo é longe da cadeira de presidente. A batalha política promete será longa e dura.

TEM MUITO MAIS
A Operação Termópilas, que envolveu oito deputados, segundo a PF sob a liderança de Valter Araújo para desviar dinheiro público, está longe de terminar, Várias outras operações estão em andamento, umas na surdina e outras nem tanto. O caso pode ser mais pesado do que pareceu, inicialmente.

PERGUNTINHA
Faz alguma diferença a milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza que seu país seja a quinta economia do mundo?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires



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