Rondônia comemorou ontem seus 30 anos com conquistas importantes, mas também com problemas imensos. O maior deles, sem dúvida aquele que deveria tirar o sono (e certamente tira) dos governantes, é termos ainda uma multidão de 300 mil pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Num Estado que é jovem, mas foi o que mais cresceu proporcionalmente no país, nos últimos anos. Onde há uma economia pulsante, novas indústrias, um rebanho que supera os 11 milhões de cabeças; duas hidrelétricas gigantescas, que gerarão energia para várias regiões do país. Onde o orçamento do Estado supera os 6 bilhões de reais. Então, enfrentar essa situação, como começa a fazê-lo, ainda vagarosamente, o atual governo, tem que estar à frente de todas as prioridades. O Brasil, sexta economia do mundo, é também campeão mundial em distribuição de renda. Rondônia, que já tem dado bons exemplos a outros estados, bem que poderia tomar à frente nessa guerra contra a pobreza e a miséria. Não apenas fazendo doações humanitárias, mas, principalmente, criando oportunidades reais para que essa multidão de nossos irmãos famintos, tenham possibilidades concretas de crescer também, de trabalhar, de ter seus salários dignos. De colocar a comida na mesa da sua família, de ter moradia digna.
Prioriza-se muitas coisas nessas terras brasileiras e rondonienses. Sempre comemoramos avanços, crescimento, números, estatísticas. É o abrigo ilusório dos viajantes, como diria Raimundo Corrêa, porque na essência, as riquezas vão para poucos bolsos. E viramos as costas para nossos miseráveis, que vegetam, passando pela vida sem chances, sem nada. Rondônia é realmente exemplo para o Brasil em muitas coisas positivas (nas negativas, não precisamos dar exemplos, porque eles fazem geralmente pior que nós), mas poderíamos ser também no real combate à pobreza. Não no discurso. Não só nos projetos. Não na conversa. Mas na prática. Quem sabe comecemos por 2012?
LIÇÃO NA TV
Quem não assistiu, não sabe o que perdeu. A entrevista do procurador geral do MP, Héverton Aguiar, ao programa Tempo Real, na TV Candelária, foi sensacional. Esclarecedora e clara. Entrevistado por seu xará, Everton Leoni, o procurador não deixou qualquer pergunta sem resposta, foi objetivo e transparente. Deu um show de bom senso, informação segura e domínio sobre o que faz. É um dos nomes mais importantes na Operação Termópilas.
CADA VEZ PIOR
Ir a uma agência bancária, principalmente Caixa Federal ou Banco do Brasil, é um grande, um enorme exercício de paciência, quase uma visita ao purgatório. Não se entende como os bancos, cada vez mais bilionários, ainda tratam seus clientes tão mal, impondo-lhes uma infernal burocracia, filas imensas e má vontade. Some-se a isso muitos caixas eletrônicos sempre fora do ar, insegurança e assaltos e se terá o quadro dantesco que nós, pobres coitados, enfrentamos todos os dias.
FÉRIAS SÃO VITAIS
O Congresso está de férias, muita gente do governo também, mas o país está efervescendo. Chuvas torrenciais, milhares de desabrigados, dramas sem fim para famílias, estradas destruídas e, mais que tudo, a incrível violência que destrói a vida de brasileiros de todos os recantos. Mas, que se preocupa? O importante é o descanso das nossas autoridades. O resto, que espere.
APOIO À BADERNA
Por falar nisso, mais uma vez a classe política ajudou a destruir outra instituição no país. A da Polícia Militar. Como interviu, quebrando a hierarquia militar e dando carta branca para greves, destruição do patrimônio e bagunça, anistiando os grevistas de 2011, agora a coisa desandou. Depois de Rondônia, a bola da vez é o Ceará. E vem muito mais por aí.
EM ALGUM LUGAR...
Num parlamento estadual brasileiro, vários deputados estavam reunidos. Na conversa, pouco interesse público e muito interesse pessoal, cada um defendendo seu bolso. Um dos participantes da roda de conversa, disse com todas as letras: “posso até sair algemado daqui, mas quero sair rico!”. Todos ouviram, embasbacados. Ninguém falou mais nada. A história é verdadeira, sem uma vírgula de ficção e aconteceu há uma dupla de anos.
ZERO SOBRE ZERO
Do meio bilhão que o governo brasileiro anunciou que seriam investidos para prevenção de tragédias nas chuvas de verão Brasil afora, foram realmente entregues apenas 130 milhões. O restante continua lá, nos cofres. Enquanto em vários estados, a destruição corre solta. Num município do Rio, onde houve vários mortos em 2011, o governo do Estado entregou exatamente zero reais. E anunciou que iria aplicar 200 milhões para obras. Dá prá acreditar ainda nessa gente?
MENOS TENSÃO
Ricardo Sá agora é o novo comandante do Porto da Capital. Saiu da Casa Civil, onde tentou de todas as formas organizar o governo internamente e ainda intermediar um bom diálogo com a Assembleia. Na nova missão, o representante de Ji-Paraná também terá desafios importantes pela frente. Mas nem perto daqueles que enfrentou na guerra peçonhenta da política.
PERGUNTINHA
Quando a Assembleia Legislativa vai começar a tratar do caso dos deputados envolvidos na Operação Termópilas?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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