terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Opinião de Primeira - MARCOS ROCHA APRESENTA EYDER BRASIL, SEU CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Mais um round da batalha pela presidência da Assembleia Legislativa e da Mesa Diretora. O PSL indicou o nome do seu único deputado, o Sargento Eyder Brasil, para entrar na briga pelo comando do parlamento. Eyder disse à coluna que foi chamado pelo governador Marcos Rocha, que lhe deu a missão de arregimentar forças políticas na ALE, para buscar o comando do poder. A decisão de ter candidatura própria é do PSL nacional e teria o aval do próprio presidente Jair Bolsonaro, não só em relação a Rondônia como também em outros parlamentos estaduais, país afora. “Nossa missão é ter a Assembleia aliada ao Governo, para fazermos Rondônia cada vez melhor”, disse ontem o néo candidato, já numa linguagem de campanha. Segundo Eyder, ele terá, de imediato, o apoio do deputado José Lebrão, o mais votado no último pleito para a ALE e que estava candidato. “O Lebrão me propôs também ser o novo candidato, mesmo sem saber da decisão do Governador em me convocar. A partir daí, vamos em busca de uma alternativa. Em consenso do grupo, sou então o candidato”. A outra chapa existente, por enquanto, tem como candidato o deputado Jean Oliveira, representando o grupo de oposição..

É bom que se diga que a eleição para a Presidência e Mesa Diretora da Assembleia interessa sim e interessa muito ao governo. São poderes independentes, mas um depende do outro. E uma Assembleia dominada pela oposição, se sabe, pode causar muitos danos a um governante e a uma administração. Na própria história de Rondônia, essa tese que, se sabe, é na verdade muito concreta, já ocorreu várias vezes. Recentemente, apenas para lembrar o último episódio de confrontos  entre Executivo e Legislativo, ocorreu nos primeiros dois anos do governo de Confúcio Moura. Ele afirmava que não iria se envolver na eleição da ALE. Cumpriu. Passou praticamente todo o seu primeiro mandato sob o tacão de um parlamento, que lhe fez ferrenha oposição e chegou a aventar a possibilidade do impeachment dele. No segundo governo, quando houve uma aproximação com a Assembleia e com seu principal líder, Maurão de Carvalho (o então chefe da Casa Civil, Emerson Castro teve um importante papel nessa caminhada), a situação se tornou absolutamente tranquila e a convivência harmoniosa. O problema hoje é que Marcos Rocha não tem uma base política sólida na Assembleia. Seu partido só elegeu um parlamentar e ele não tem ideia de quantos entre os deputados (entre novatos e reeleitos), vão ficar ao seu lado, ainda mais porque ele não aceita a política tradicional. Agora, o Governador precisará ter muito jogo de cintura para trabalhar em parceria com o parlamento. Conseguirá?

SINDEPROF, PROPRIEDADE FAMILIAR
A República Sindicalista, implantada no Brasil há décadas, continua mantendo seu poder, mesmo depois de perder a obrigatoriedade das contribuições e mesmo depois da reforma trabalhista, que tirou de alguns poderosos sindicalistas, a força que detiveram durante anos a fio. A desesperada luta para se manter no comando de entidades sindicais, como se fossem capitanias hereditárias; como se propriedade privada fosse de um grupelho que se eterniza no poder, tem um exemplo muito perto. Aqui mesmo, em Porto Velho. Uma mesma família domina o Sindeprof, sindicato dos professores municipais, há duas décadas e meia. Desde 1993, quando o primeiro membro do clã foi eleito, toda a legislação interna para futuras eleições foi preparada para que não houvesse alternância no poder. Uma das decisões é fazer a eleição sempre em janeiro, quando os professores estão em férias e, obviamente, os aliados do poder vão correndo votar, enquanto os que poderiam fazer oposição estão fora do trabalho, descansando. Interromperiam suas férias apenas para votar? Mais uma vez, a chapa liderada pela hoje vereadora Elis Regina Batista Leal (com o irmão dela, Felisberto Leal como secretário geral, já que os dois se revezam há 25 anos no poder), está contando com nova reeleição, para bater o recorde de 30 anos da mesma família comandando o mesmo sindicato. Uma chapa de oposição, tendo à frente José Maria do Sema tentar acabar com essa oligarquia sindicalista. Conseguirá? A eleição está marcada para 18 deste janeiro, sexta-feira da outra semana.

VADE RETRO, MALANDROS!
Por falar em sindicatos, eles não querem mesmo perder a boquinha (aliás, bocona!) que usufruíram desde os tempos de Getúlio Vargas, dominando o Brasil, com uma legislação baseada em antiguidades e excrescências, que perdura, boa parte dela, até hoje, atrasando o país, mas enchendo bolsos da “cumpanheirada”.  Nesta semana, o PDT (aquele mesmo!) pediu ao Supremo Tribunal Federal para suspender o ato do presidente Jair Bolsonaro, que extinguiu o Ministério do Trabalho. Na ação apresentada ao STF, o PDT argumenta que a decisão de Bolsonaro pulveriza as ações e atribuições da pasta e representa um enfraquecimento de direitos que a Constituição prevê para o direito do trabalho no Brasil. Para quem conhece o sindicalismo por dentro, sabe muito bem que interesses são defendidos. Aliás são muitos, mas nenhum deles relacionados com o Brasil, com o país, com a Pátria. O esquema tem que continuar, alegam esses malandros, querendo impor sua ideologia e as mesmas tramoias que criaram milhares de sindicatos fajutos, muitos deles surgidos da corrupção e para a corrupção, conforme inúmeras investigações já detectaram. Vade retro, malandros! Quem sabe se mudassem para a Venezuela de Maduro, não conseguiriam manter toda a podridão que correu por baixo da lama da criação de sindicatos no Brasil? Claro que há sindicatos sérios, tanto de trabalhadores como de patrões. Mas milhares deles são apenas máquinas de fazer dinheiro e encher bolsos de malandros.  

WALTENBERG E OS DIREITOS HUMANOS
Humanista, defensor intransigente dos direitos humanos, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Desembargador Walter Waltenberg, comentou sobre “Perguntinha” posta na última coluna, em que se questionava a legislação sobre a proteção dos direitos dos bandidos. Muito resumida, a opinião de um dos grandes magistrados de Rondônia (aliás, leitor assíduo dessa coluna, como algumas das maiores autoridades de Rondônia), foi enviada, sobre o complexo tema. Escreveu: “acho que posso responder à sua ´Perguntinha´! Os direitos humanos se ocupam em reprimir os excessos do praticados pelo Estado. Quem se ocupa em reprimir os excessos praticados pelos ´bandidos` é o Estado. Para as vítimas do Estado, uma vez que ostente a condição de ser humano, um sistema de defesa dos direitos do homem, assume protagonismo para garantir esses mesmos direitos previstos na Carta da República. Pouco importa se os direitos ameaçados pelo Estado são aqueles ostentados por cidadãos de bem ou por ´bandidos´. Porque ´bandidos` também são titulares de direitos humanos”. É uma posição respeitável, de um juiz experiente e com uma longa vida dedicada à Justiça. Infelizmente, mas com todo o respeito, não é esse o pensamento desta coluna. Mas a defesa dos direitos humanos, feitas pelo dr. Waltenberg, merece todo o destaque.

MILAGRES EM OITO DIAS?
O governo recém está começando. Pouco mais de uma semana. Mas, pelo volume de algumas cobranças daqui e dali, vindas de poucos setores, mas mesmo assim, ainda um exagero, Marcos Rocha teria a obrigação de já ter transformado Rondônia no Jardim do Éden. Há alguma volúpia nas críticas e cobranças, obviamente injustas, na medida em que o Governo ainda está tomando pé da situação real do Estado, tratando de atacar suas prioridades e  organizando setores importantes, que começam, aos poucos, a serem tocados pelos novos gestores. Como é um governo totalmente novo, diferente de tudo o que se viu até agora na administração rondoniense (aliás, atendendo o que o eleitorado exigiu nas urnas!), há, claro, muitas medidas que, por não serem historicamente comuns, podem causar alguma preocupação. Rocha está muito bem intencionado, tem planos consistentes e realistas; tem uma equipe que, no geral, pode ser considerada bastante qualificada. Mas, claro, muito longe de fazer milagres. E ainda mais em apenas oito dias recém concluídos! O bom senso e o senso de Justiça determinam que todos tenhamos tranquilidade, paciência e esperança de que os projetos garantidos pelo novo Governador serão postos em prática, no decorrer do mandato.  Criticar antes sequer que o sujeito tenha esquentado a cadeira, aí já é demais!

A VACINA E A RURAL SHOW
Duas questões importantes da área do agronegócio, esse mesmo setor que mantém o nosso PIB em constante crescimento, precisam da atenção urgente  por parte do novo Governo. Ambas, claro, terão que ser lideradas pela Secretaria de Agricultura do Estado, mas sempre em parceria com outras áreas. A primeira delas é a realização da ultima campanha de vacinação contra a febre aftosa, com governo e Idaron tendo a missão de imunizar mais de 14 milhões de cabeças de gado. Depois dessa etapa, não haverá mais nenhuma, porque Rondônia será considerada área livre da aftosa sem vacinas, o que dará um novo e importante status à carne produzida no Estado, no mercado internacional. A segunda missão a ser liderada pelo secretário Evandro Padovani, será a realização da Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná, que chegará à sua nona edição e a primeira do atual governo. A feira, já considerada a maior do setor da região norte e uma das maiores do país no seu segmento, teve um faturamento acima de 650 milhões de reais no ano passado. Para 2019, em que aparentemente a economia deve ser mais aquecida, como está sendo nesses primeiros dias do ano, a Rondônia Rural Show poderá bater recordes de negócios. Ambas as ações serão realizadas no primeiro semestre e a agenda de ambas já começou agora. O governo tem que se mexer e começar a tratar desses dois eventos vitais para nosso agronegócio.  

FÉRIAS METEÓRICAS
Nem deu para descansar direito. Menos de duas semanas depois de deixar o governo, Daniel Pereira volta a Rondônia para preparar os detalhes da sua posse como novo superintendente do Sebrae no Estado. Eleito para o posto quando ainda comandava o Palácio Rio madeira/CPA, Daniel passou o cargo para Marcos Rocha no dia 1º e saiu para uma rápida viagem ao Uruguai e Argentina. Retorna no domingo, dia 13 e dois dias depois, na terça, dia 15, assume oficialmente a nova missão.A diretoria executiva do Sebrae será mantida, com os nomes de  Carlos Niemeyer Berti (diretor administrativo e financeiro) e Samuel Almeida (diretor técnico). A presidência do Conselho Deliberativo do órgão ficará nas mãos do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia, Hélio Dias de Souza. O agora ex governador assume a missão de dar continuidade e ampliar ainda mais o trabalho bastante positivo realizado por Camata Junior, que comandou o órgão por dois anos. As micro e pequenas empresas do Estado esperam muito do Sebrae, nesses tempos de novos desafios que a economia impõe.

SETE NOMES PARA A URNA E 2021
Hildon Chaves, Léo Moraes, Mariana Carvalho, Mauricio Carvalho, Vinicius Miguel, Aluízio Vidal, Aélcio Costa: recém terminou a eleição geral para Presidente, Governadores, Senadores e Deputados (federais e estaduais) e já começa a movimentação pela disputa das Prefeituras. Em Porto Velho, pelo menos esses sete nomes que abrem o texto, poderão estar na briga pelo comando da Capital, a partir de 2021. Claro que muitos outros possíveis pretendentes vão aparecendo, no decorrer do tempo. Mas, se a eleição fosse hoje, certamente pelo menos três desses sete estariam com suas fotinhos preto e branco nas urnas. Hildon Chaves não fala ainda, mas é claro que pensa na reeleição. Tem dois anos para concluir todas as obras que ainda não concluiu e curar seu maior calo, a situação ainda ruim da saúde pública. Léo Moraes foi o campeão de votos para a Câmara Federal e é candidatíssimo à Prefeitura. E Vinicius Miguel, com a maior votação na Capital, para o Governo do Estado, vai trocar de sigla, porque a Rede de Sustentabilidade não sobreviveu e virá com tudo para a corrida. É assim por aqui e em todo o Brasil: termina uma eleição num dia e no outro já começa a próxima...

PERGUNTINHA
Qual sua opinião sobre denúncias e suspeitas divulgadas pela mídia nacional, em relação ao novo chefe da Casa Civil do presidente Bolsonaro, o deputado Onix  Lorenzoni? 

Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.


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