quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O Brasil patina em logística


A Comissão de Infraestrutura do Senado Federal debateu ontem durante reunião de trabalho um tema de extrema importância para o futuro do Brasil. Trata-se de necessidade do governo investir pesado na diversificação de transportes para escoamento da produção. A mobilização dos caminhoneiros paralisou o País no mês de junho  e serviu para mostrar o quanto o Brasil ainda é deficiente de um transporte eficiente através de ferrovias.

Segundo apurou o Diário, hoje, 65% do transporte de cargas é feito pelas rodovias contra 15% por ferrovias, 11% por cabotagem e 5% por hidrovias. O diretor do Departamento de Infraestrutura de Logística do Ministério do Planejamento, Otto Luiz Burlier, participou da reunião da comissão e observou que o orçamento do setor  - cerca de R$ 10 bilhões – é igualmente concentrado na manutenção e recuperação de rodovias. Diante da limitação orçamentária, Burlier avalia que é preciso buscar mais investimentos da iniciativa privada.

A BR-364 é a unia rodovia que liga Rondônia ao Sul do Brasil e somente no mês passado a rodovia federal  foi interditada três vezes, isolado o estado do Acre. Geralmente, esses protestos são promovidos por pessoas que têm compromisso com o desenvolvimento do País. A BR-364 recebe todos os anos serviços paliativos de manutenção e ao longo de história já se aplicou mais de 50 milhões na recuperação de pontos críticos da estrada através de operações tapa-buracos.

O atual momento mostra a necessidade de avançar em uma rede de transportes que se complemente, diminuindo a dependência do modal rodoviário. Operações tapa-buracos não resolvem o problema da rodovia porque na região de Rondônia chove muito e o asfalto já não suporta mais o peso dos caminhões. As operações que acontecem na rodovia hoje só servem para jogar dinheiro fora.

A BR-364 não foi projetada para receber a grande quantidade de carreta que transita diariamente de Mato Grosso com destino ao setor portuário de Porto Velho. O asfalto não suporta.  A solução seria retirar da gaveta o projeto de construção da ferrovia ligando Sapezal (MT) a Porto Velho (RO), uma bandeira antiga de alguns parlamentares.

Outras vantagens do transporte  feito por ferrovias, como menor emissão de poluentes, maior segurança e frete mais barato em comparação ao modal rodoviário. O escoamento de grãos do Mato Grosso com destino a Rondônia, por meio de uma ferrovia, aumentaria a competividade do Brasil e abriria mais mercado de trabalho para as duas regiões.

Fonte: EDITORIAL – Jornal Diário da Amazônia.



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