A Comissão de Infraestrutura do
Senado Federal debateu ontem durante reunião de trabalho um tema de extrema
importância para o futuro do Brasil. Trata-se de necessidade do governo
investir pesado na diversificação de transportes para escoamento da produção. A
mobilização dos caminhoneiros paralisou o País no mês de junho e serviu para mostrar o quanto o Brasil ainda
é deficiente de um transporte eficiente através de ferrovias.
Segundo apurou o Diário, hoje,
65% do transporte de cargas é feito pelas rodovias contra 15% por ferrovias, 11%
por cabotagem e 5% por hidrovias. O diretor do Departamento de Infraestrutura
de Logística do Ministério do Planejamento, Otto Luiz Burlier, participou da
reunião da comissão e observou que o orçamento do setor - cerca de R$ 10 bilhões – é igualmente concentrado
na manutenção e recuperação de rodovias. Diante da limitação orçamentária,
Burlier avalia que é preciso buscar mais investimentos da iniciativa privada.
A BR-364 é a unia rodovia que
liga Rondônia ao Sul do Brasil e somente no mês passado a rodovia federal foi interditada três vezes, isolado o estado
do Acre. Geralmente, esses protestos são promovidos por pessoas que têm
compromisso com o desenvolvimento do País. A BR-364 recebe todos os anos
serviços paliativos de manutenção e ao longo de história já se aplicou mais de
50 milhões na recuperação de pontos críticos da estrada através de operações
tapa-buracos.
O atual momento mostra a
necessidade de avançar em uma rede de transportes que se complemente,
diminuindo a dependência do modal rodoviário. Operações tapa-buracos não
resolvem o problema da rodovia porque na região de Rondônia chove muito e o
asfalto já não suporta mais o peso dos caminhões. As operações que acontecem na
rodovia hoje só servem para jogar dinheiro fora.
A BR-364 não foi projetada para
receber a grande quantidade de carreta que transita diariamente de Mato Grosso
com destino ao setor portuário de Porto Velho. O asfalto não suporta. A solução seria retirar da gaveta o projeto
de construção da ferrovia ligando Sapezal (MT) a Porto Velho (RO), uma bandeira
antiga de alguns parlamentares.
Outras vantagens do
transporte feito por ferrovias, como
menor emissão de poluentes, maior segurança e frete mais barato em comparação
ao modal rodoviário. O escoamento de grãos do Mato Grosso com destino a
Rondônia, por meio de uma ferrovia, aumentaria a competividade do Brasil e
abriria mais mercado de trabalho para as duas regiões.
Fonte: EDITORIAL – Jornal Diário
da Amazônia.
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