O grupo que vai apoiar o governador Marcos Rocha na Assembleia Legislativa precisa, urgentemente, de um milagre. Se os números divulgados pelos oposicionistas, liderados pelos deputados Alex Redano (PRB) e Laerte Gomes (PDSD), são verdadeiros, essa turma já estaria comemorando a vitória na disputa pela Presidência e pela Mesa Diretora do parlamento rondoniense, com 17 votos conquistados. Aos governistas, restariam apenas sete. Tem alguma base real, esse número que levaria os opositores do novo governo ao poder, na Assembleia? Não se tem certeza, mas há indícios. Um deles: foram realizados até agora exatos 14 jantares. Nos últimos, todos os que estariam fechados compareceram. Os encontros têm confirmado que a chapa liderada pelos dois experientes políticos (Redano vem de uma reeleição em Ariquemes e é nome quentíssimo para disputar a Prefeitura em 2020 e Laerte Gomes, ex prefeito de Alvorada também se reelegeu com facilidade, agora tendo sua base eleitoral em Ji-Paraná), tem força, embora não se saiba se a terá até o dia da escolha da nova Mesa. Há tanto otimismo no grupo que já se discute qual dos dois assumirá nos primeiros dois anos e qual deles ficará com o tempo restante, no comando da Casa. Até porque as forças governistas entraram na briga bastante tempo depois que a turma opositora já estava agindo há tempo. Não se diga que tudo já está definido, porque em política tem gente que já viu até cavalo voar. Mas se a turma do governo não entrar com tudo, buscando apoios para seu candidato, o deputado Eyder Brasil (PSL), pode-se dizer que as chances de mudança no quadro desenhado, só seriam alcançadas com um verdadeiro milagre, embora muita gente ainda acredite que milagres existem.
O governador Marcos Rocha corre sim o risco de ter uma Assembleia formada por um grupo opositor dos mais fortes que, se quiser (não vai querer?), pode transformar sua administração num inferno. Quem conhece política sabe o que se está dizendo. Por trás desse grupo forte, há, claro, movimentações de políticos que estão trabalhando duro para que o resultado final seja contra os novos comandantes do Palácio Rio Madeira/CPA. Como no Brasil mal termina uma eleição, já começa outra, os derrotados de outubro estão de olhos voltados para o futuro, porque tem nova eleição em 2020. Alex Redano, por exemplo, será um duro adversário do governo, já que seu mais provável adversário em Ariquemes, na disputa pela Prefeitura, será o atual prefeito, Thiago Flores, do PSL e do partido de Rocha. Laerte Gomes é uma liderança política consolidada e poderá ser uma voz cada vez mais forte, no parlamento. Pelos corredores da Assembleia, antes desse fim de semana, por coincidência quando já começou a mudança do parlamento para o prédio novo, na Calama com Farquar, a sucessão era o grande assunto. Tirar a vitória do grupo opositor, há quem ache que será uma espécie de missão quase impossível. O governo de Marcos Rocha começa, então, com esse grande e vital teste da sua força política. Conseguirá reverter uma situação que há alguns dias parecia perdida?
OS NOMES DOS DOIS LADOS
Alguns nomes que participam do grupo opositor, segundo as conversas (obviamente não oficiais), que envolvem os corredores da Assembleia e os bastidores da política, são figuras carimbadas na vida publica rondoniense. Mas há também caras novas. Além de Alex Redano (PRB) e Laerte Gomes (PSDB), um dos principais nomes do grupo é Jean Oliveira (MDB), segundo deputado mais votado, filho do ex presidente da Casa, Carlão de Oliveira. Dois vereadores que se transformaram em deputados também estariam na turma: Jair Montes (PTC) e Marcelo Cruz (PTB). A mesma aliança teria o apoio de três deputados do PRB: o próprio Redano, além do Pastor Alex Silva e o Cabo Jhony Paixão. Há outros três, citados como da turma: Ezequiel Neiva (PTB), Chiquinho da Emater (PSB) e Ismael Crispim (PSB). Os adversários de Marcos Rocha alegam que contam ainda com nomes importantes, como os de Rosângela Donadon (PDT), Geraldo de Rondônia e Adelino Follador, mas o trio também é contabilizado à turma que estaria com Eyder Brasil. Os demais nomes ainda não estão claros. Eyder Brasil diz que, dos nomes anunciados como de apoio à oposição, ele já conversou com vários, que se mostraram dispostos a dialogar com o representante do governo e apoiá-lo. Faltam apenas 18 dias...
SILÊNCIO DE LEBRÃO
O deputado José Lebrão preferiu não falar, ao menos por enquanto, sobre uma eventual desistência da disputa pela Assembleia. Segundo o deputado Eyder Brasil, o candidato do governo à presidência da Casa, Lebrão teria aberto mão da corrida pelo comando da ALE, para apoiar à nova proposta vinda do Palácio Rio Madeira/CPA. O parlamentar mais votado na última eleição esteve no interior neste final de semana e, ao menos por enquanto, segundo sua assessoria, não quer falar sobre o assunto. Nesta próxima semana, já no novo prédio da Assembleia, que começou a ser ocupado desde o meio da semana passada (a inauguração oficial será provavelmente na próxima terça, dia 22), é possível que Lebrão se pronuncie. Nos bastidores da ALE, ouve-se que a saída de Lebrão de uma eventual disputa pela presidência da Casa não seria tão pacífica e consensual. Mas como esse assunto nunca é tratado de forma pública e oficial, não há como garantir que o parlamentar, eleito com votação expressiva para mais um mandato, esteja mesmo fora do jogo ou ainda esteja dentro. Na semana que vem, se saberá...
CARA NOVA NA CASA
Advogado e promotor de eventos, ele começou na política conquistando um mandato de vereador em sua cidade, Cacoal. Foi candidato à Prefeitura, ficando em segundo lugar. A cidade elegeu a prefeita Glaucione Rodrigues. Em outubro, ele deu um salto. Foi eleito deputado estadual, para um primeiro mandato, com 12.859 votos, numa cidade onde o eleitorado passa pouco dos 60 mil aptos a votarem. Adailton Fúria (PSD) é uma cara nova na política estadual, embora na sua região seja reconhecido por um trabalho comunitário forte, direcionado principalmente para as populações mais carentes. Ele assume seu primeiro mandato em fevereiro, afirmando que vai realizar, no parlamento estadual, o mesmo trabalho – sério e dedicado às causas mais populares – que fez durante os quatro anos de mandato na Câmara Municipal de sua cidade. Embora tenha feito a grande maioria dos votos em Cacoal – 10.256 – Adailton Fúria teve uma particularidade em sua campanha: teve eleitores nos 52 municípios de Rondônia. Vem com tudo, o jovem parlamentar!
A HORROROSA BELMONT NA PAUTA
A denúncia, feita nessa coluna na sexta-feira, de que Rondônia poderia perder suas grandes empresas distribuidoras de derivados de petróleo, caso a Estrada do Belmont continuar a porcaria que é, deu resultados imediatos. Na própria sexta, o deputado Eyder Brasil entrou no circuito. Horas depois, ele conseguiu encontrar uma hora na pesada agenda do governador Marcos Rocha, que receberá uma comissão de representantes da área, para uma conversa e busca de solução para o grave problema. O encontro está marcado para esta terça, dia 15, no meio da tarde, no gabinete do Governador. Um grupo de pelo menos oito empresários, que participará do evento, pesos pesados do setor, é também responsável pelo pagamento de algo em torno de 80 milhões de reais em ICMS todos os meses (perto de 1 bilhão de reais/ano). Todos estão sendo instados a se mudarem para o Amazonas, porque a abandonada e horrorosa Estrada do Belmont tem causado inúmeros prejuízos, não só às distribuidoras, mas também a toda a população do bairro Nacional e proximidades. Ao que tudo indica, dessa vez a obra sai mesmo do papel. Há dinheiro no orçamento de 2019 para isso, segundo informou aos empresários o ex governador Daniel Pereira.
BOLSA FAMÍLIA SÓ A QUEM PRECISA
Quando o recadastramento das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família for concluído, ainda neste mês, se saberá exatamente quantas entre quase 82 mil famílias beneficiadas no Estado (algo em torno de 380 mil pessoas), recebem os valores por necessidade ou estão “encostadas” em programas sociais por malandragem e safadeza. No país inteiro, um grande levantamento dos benefícios está sendo feito, para manter as famílias mais pobres sendo assistidas e para acabar com milhares de vagabundos (incluindo políticos, parentes e até primeiras damas), que recebem o dinheiro criminosamente. Aqui em Rondônia não houve, ao menos até agora, nenhum desses escândalos, mas o recadastramento é vital para que tais atos sejam evitados. A secretária de ação social do Estado, Luana Rocha, convocou as famílias a fazerem o recadastramento e pediu apoio aos Prefeitos, para que os beneficiados em suas cidades sejam alertados sobre a importância de se apresentarem para o cadastro novo, até o próximo dia 18, nessa próxima sexta-feira. Ao contrário dos governos do PT, que transformaram o Bolsa Família num esquema de compra de votos disfarçado, no governo Bolsonaro o benefício será pago – e ampliado – apenas para quem realmente precisa.
A BR 364 MAIS ALTA E A PONTE DE ABUNÃ
Serão ainda alguns meses de sofrimento, para os milhares de motoristas que vão ao Acre, de Rondônia ou trafegam no sentido contrário. Há mais de um ano, eles sofrem horas a fio, esperando em longas filas, para chegaram até a Balsa de Abunã, indo de um lado a outro do Madeirão. A má notícia é essa. E a boa? A boa é que, provavelmente no final de abril, estarão concluídas todas as obras de elevação da BR 364, num trecho aproximado de 20 quilômetros, para evitar que a rodovia seja atingida por novas cheias, como aconteceu na megaenchente de 2014. Falta ainda a conclusão de detalhes e sinalização num trecho de 16 quilômetros, já pronto e os outros quatro quilômetros serão também totalmente concluídos até abril, segundo informação oficial do Dnit. Mas não é só apenas isso, como dizem aqueles comerciais bregas da TV: em agosto, deve ser aberta oficialmente a ponte de Abunã, sobre o rio Madeira, ligando pela primeira vez, por terra, os dois estados do norte. Tudo isso, é claro, se não houver mudança de cronograma de última hora ou cortes de verbas. Se tudo continuar dentro da normalidade, como até agora, as datas anunciadas pelo Dnit, para as duas obras, serão mantidas.
ELES MANDAM, NÓS OBEDECEMOS!
Estava demorando! Os agentes penitenciários anunciam que estão em “estado de greve”, caso suas reivindicações não sejam atendidas. Principalmente em relação ao Plano de Cargos e Salários e reajustes, que teriam sido combinados com o governo anterior e vetado já no atual governo. É uma categoria criada depois de muita pressão, importante para o sistema prisional, mas que vive em função de reivindicações sem fim. É impressionante como os servidores públicos, no geral, se afirmam como castas diferenciadas, na sociedade brasileira. Temos, na realidade, dois países. Um dos servidores públicos, uma ampla minoria, mas com direitos recheados de benefícios, feriados, feriadões, ganhos extras, bônus, auxílio moradia e por aí vai. De outro, a imensa maioria dos trabalhadores brasileiros, muitos desempregados aliás, mas que, quando estão na ativa, recebem salários ridículos, não têm benefício algum e ainda são obrigados a manter, com impostos pagos com seus minguados ganhos, toda a estrutura de vantagens e benefícios no serviço público. Para se ter ideia, no mês de dezembro, houve servidores (em Rondônia), que receberam mais de 300 mil reais em salários e outros vencimentos. Enquanto essa doença não for curada, o Brasil continuará vivendo sob o tacão das injustiças sociais.
PERGUNTINHA
Nos dois novos processos em que o ex Presidente Lula é réu (no caso do Sítio de Atibaia e no de ser acusado de ter recebido propina para a compra de um terreno para a nova sede do PT), em que as sentenças estão para sair a qualquer momento, você acha que ele será absolvido ou condenado?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires / Porto Velho-RO.
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