sexta-feira, 12 de junho de 2015

Por que temos que pagar para times e partidos viverem?

Recentemente foi tema de matérias jornalísticas um projeto em discussão no Congresso Nacional para livrar os clubes de uma dívida que, juntando todos os devedores superava, àquela altura, sem correção, 4,5 bilhões de reais. E todos os anos uma parcela considerável do dinheiro do contribuinte vai sustentar partidos políticos, recursos que bem poderiam estar indo para atender setores que “choram” à míngua e não podem atender suas finalidades justamente porque, para isso não há benemerência, apenas cortes, como recentemente nossa presidente fez em cima de itens que, com certeza, a “inteligência palaciana” não crê importantes: Saúde e Educação.
Por que temos de pagar para que times de futebol e partidos políticos sobrevivam? Falando francamente não dá pra encontrar uma resposta coerente, capaz de explicar sem deixar dúvidas. Vamos as partes.

Os primeiros, os times de futebol, são entidades privadas – devem ter lá seu CNPJ, com finalidades lucrativas, se não o fossem não cobrariam ingressos nem venderiam jogadores. Na realidade, apesar de não serem administrados como empresas privadas em realidade o são. É só verificar que para se associar, ainda que seja só para ser “sócio torcedor” a pessoa tem de pagar uma determinada quantia e, depois, continuar pagando mensalidade e outros penduricalhos. Então, por que eles devem ser isentados da dívida em que mergulharam sabe lá por quais desmandos?

E os partidos políticos? Praticamente a mesma coisa: são entidades com CNPJ, e ainda que não tenham finalidade lucrativa – o que em realidade é apenas uma balela, o certo é que cada cidadão que decidir inscrever-se em uma dessas entidades deveria também ficar obrigado a pagar uma quantia específica mensal, anual, seja o prazo que for par sustentar as eventuais despesas inerentes ao funcionamento normal da sigla.

Mas, não: sobrevivem do chamado “Fundo partidário” um ente inventado pelos legisladores, eles mesmos filiados às mais diversas facções políticas, e os recursos são retirados do orçamento da Nação, quando o correto seria que fossem sustentados pelos próprios filiados.
Agora, se você deixar de declarar um naco mínimo daquilo que a lei manda você contar ao Imposto de Renda a sua vida vira um inferno, porque a Receita Federal vem em cima de você literalmente para lhe “comer o fígado”, às vezes por um simples erro gerado pelo não entendimento de alguma novidade que um burocrata qualquer colocou nas normas do “leão” para o ano corrente.

Para o contribuinte, que paga imposto de tudo que é ordem, que trabalha mais de 150  dias/ ano para sustentar o sistema, não há anistia, não há qualquer amenidade. Vai para a dívida ativa e sofre todas as formas de humilhações. Já para clubes de futebol e partidos políticos as benesses são constantes, e a fiscalização praticamente zero.

Fonte: EDITORIAL – Jornal Alto Madeira


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