Como as coisas podem ser tão diferentes em regiões do mesmo Estado? Em Porto Velho, parece que há não um, mas uma saparia, que é o coletivo de sapos, todos enterrados. Os exemplos não acabam. Dos ridículos viadutos que nunca ficam prontos à ponte, concluída, mas às escuras, porque sem iluminação. Da Rua da Beira, que ainda se arrasta, embora até tenha andado mais que outras obras ao Espaço Alternativo, com seus esqueletos de madeira e parte da iluminação sem funcionar. Da vergonhosa obra da sede do INSS, na confluência das avenidas Migrantes e Jorge Teixeira, que entra no sétimo ano, tempo que daria para construir algo gigantesco, como uma via férrea atravessando o país de um lado ao outro. Na China, isso seria possível. Uma das vergonhas a que Porto Velho tem sido submetida relaciona-se com a prometida obra (as promessas já têm quase uma década), de que seria abastecida com água e tratamento de esgoto em 100 por cento da sua área. Milhões de reais chegaram, voltaram, vieram de novo e nada da obra sair do papel. Cada vez que surge uma possibilidade, há sem algum percalço, como se aqui fosse a terra do ridículo e da falta de planejamento.
Qual a diferença então entre a Capital e Ji-Paraná, nossa a segunda maior cidade, por exemplo? Um enorme e complexo viaduto foi concluído em oito meses. Não oito anos. Oito meses. E agora, a União anuncia a liberação de 180 milhões de reais para o saneamento daquela cidade. Ninguém duvida que lá o dinheiro chegará, será utilizado e, dentro do prazo previsto, a coletividade terá esse enorme benefício. Que Porto Velho já poderia ter há anos, não fosse, claro que numa ironia, todos os sapos (ou serão outros bichos muito piores, como as ratazanas?) que temos que engolir. Há algo de muito podre no reino da Dinamarca. E por aqui também...
LÁ VAI SAIR!
Dá um pouco de inveja aos moradores da Capital, em ver as autoridades rondonienses (prefeito Jesualdo Pires, senadores Raupp e Gurgacz e a presidente da Caerd, Iacira Azamor), cheias de sorrisos com o ministro Kassab, assinado a liberação do dinheiro. Em poucos meses de negociações, pressão, idas e vindas, apoio da bancada federal e da turma da Prefeitura, projetos concluídos, aprovados e recursos liberados. Por aqui, conseguir o dinheiro até que não é tão difícil assim. Difícil é terminar alguma coisa que se começou. Lá, se sabe que as obras andarão. Isso também não dá mais um pouco de tristeza no porto velhense?uma vez cintos apertados. Rondônia é um dos poucos Estados brasileiros que não está no vermelho
CINTOS APERTADOS
Na reunião com toda a sua equipe, nesta semana, o governador Confúcio Moura (que recém voltou de um período de dez dias de descanso, embora não tenha passado o cargo oficialmente ao seu vice, Daniel Pereira), pediu mais uma vez cintos apertados. Rondônia é um dos poucos Estados brasileiros que não está no vermelho; que está pagando os salários dos servidores antes do mês trabalhado terminar; que não está inadimplente com a União e, melhor de tudo, que está crescendo a percentuais chineses, mesmo na recessão em que o Brasil se encontra. Não pode começar a exagerar nos gastos, senão...
MONOPÓLIO NO DETRAN
O clima ficou pesado na sessão desta terça da Assembleia Legislativa. Pelo menos 19 deputados se uniram para criticar duramente o Detran, que está abrindo as portas para um monopólio da fabricação de placas dos carros em Rondônia. Com isso, perto de 50 pequenas empresas que atuam no setor, poderão ter que encerrar suas atividades. É uma daquelas situações em que há urgência para se resolver de vez o caso, sob pena dele acabar explodindo lá dentro do Detran. Não dá mais para deixar o caso sem ampla explicação à coletividade, com toda a necessária e exigida transparência...
SÓ PELA VIA JUDICIAL
Na complexa e enrolada situação dos servidores que ainda sonham com a transposição, surgiu mais uma luz no fim do túnel. Via judicial, associados do Ministério Público do Estado conquistaram o direito de serem integrados à folha de pagamento da União, entre os que trabalharam até 1991. Até agora, praticamente todos os casos concretos em que houve benefícios aos servidores, foi pelas mãos da Justiça. O governo federal mantém sua posição de não manter a palavra da presidente Dilma. Se dependesse do Planalto, a transposição demoraria mais uns 50 anos...
O QUE MUDOU?
A tal reforma política, alardeada inicialmente como vital para o país, até agora não passou de pequenas ações, praticamente todas elas chinfrins...Com exceção da emissão de recibo impresso que comprove o voto do eleitor, o que mudou mesmo de fundamental? Os partidos de balcão continuarão existindo, mesmo com algumas poucas restrições. Tanto no Congresso quanto na Justiça Eleitoral não se fala em eleição para todos os níveis a cada cinco anos. Ou seja, continuaremos parando o país de dois em dois anos por causa da política. E as doações aos candidatos, continuarão acontecendo, de uma forma ou outra. Mudou o que?
PERGUNTINHA
Quantos anos ainda se passarão até que obras como os viadutos sobre a BR 364 e do prédio do INNS, que completarão aniversário de sete anos, serão finalmente entregues à comunidade?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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