Não sou nenhuma expert em
futebol, mas desde à Faculdade de Comunicação na Universidade Federal da
Paraíba, em João Pessoa ,
que meu sonho era ser comentarista. Enfim, a vida foi levando-me por outros
caminhos. Entretanto, o gosto futebolístico nunca perdi. Inclusive sou meio fanática. Costumo
dizer que torço até para joguinho de futebol nos campinhos de barro, - a típica
pelada -. Ou como diz na minha terra, a Bahia, um bom BABA... Também e apesar
de todos os dissabores e discordâncias sou brasileira como muito orgulho.
Jamais deixarei de torcer pelo Brasil, mesmo jogando mal, para ser de outro
país. Por esta razão, o último jogo das oitavas de final, me deixou
profundamente irritada. Paixão e futebol são sentimentos profundos e arraigados
em mim. Primeiro
e excepcionalmente por conta do meu Flamengo e de Zico. Lembro muito
passageiramente da Copa de 1986, ano em que meu pai morreu e a última
competição deste nível que assisti ao lado dele. Este, meu pai, o maior
incentivador e responsável por meu amor ao futebol e ao Flamengo. Talvez por
ser menina, quando as coisas fixam melhor em nossa memória, não lembro bem de
tudo da Copa daquele ano, mas marcantemente ficou a garra e amor do jogador pela
pátria de chuteira. Também sempre vemos clipes e vídeos do futebol brasileiro
nos anos de 1960, 1970 e 1980 e em todos eles o que fica bem nítido é a força
de vontade para jogar e ganhar. Foram estas equipes que nos deram os três
primeiros campeonatos. Finalmente, em 1970, chegamos ao Tricampeonato. Depois,
nos anos de 1990 e 2000 já começamos a enxergar uma nova equipe brasileira com
um novo estilo de jogar. Perdoem-me, mas estava nítido ali, até por conta da
conjuntura política, econômica, social de um mundo que já vivia a efervescência
do capitalismo selvagem e, nos dias hodiernos, como mais força o egocentrismo exacerbado.
Agora, meus leitores, me perguntam: - O que tudo isso tem a ver com a Copa do
Mundo de 2014. Para mim, tudo e explico: o Brasil, os jogadores e,
especialmente, os torcedores percebem
nitidamente que o dinheiro está sempre em primeiro lugar. Jogadores oriundos de
origem menos favorecidas economicamente se veem de uma hora para outra
administrando fortunas em suas contas bancárias, então, para que se esforçar,
dar tudo de si em um jogo do Brasil. O Brasil já é PENTA, talvez, eles ainda se
questionem qual a importância de ser Hexa? Desculpem mais uma vez, foi esta
impressão que tive no jogo das oitavas, o que me deixou muito triste e desanimada
com nossos jogadores tão aclamados e bem pagos.
Isso é inacreditável e triste porque, uma das poucas alegrias do povo
brasileiro - o futebol, sempre foi feito à base de raça, talento e show de
bola. Nós, nunca precisamos de juízes para apitar de forma enganosa (para não
dizer vergonhosa) a favor do Brasil. Sou brasileira. Amo Futebol. Mas, antes de
qualquer coisa acredito e insisto na força política do povo brasileiro de mudar
a história quantas vezes forem necessárias... Sou brasileira com muito orgulho, independente
e apesar de qualquer coisa. Nada abala este meu sentimento cívico, mas gostaria
muito de ver os nossos pentacampeões em campo suando a camisa, mostrando
habilidade, técnica, garra e muita vontade de ganhar o jogo. Gente, o mundo
mudou em todas as esferas, especialmente no esporte. Não somos mais o único
povo habilitado a jogar futebol ou qualquer outro esporte. Minha experiência
futebolística diz que o Brasil, este que estamos vendo em campo, não merece um
Hexacampeonato. Mas, como brasileira, vou continuar torcendo para ver o Brasil
ao menos jogar bola com decência e respeito ao povo brasileiro de muitas lutas,
labutas e sofrimentos. Vai Brasil, pátria amada gentil, mostra força,
disposição e vontade de jogar.
Fonte: EDILEUSA REGINA PENA DA SILVA é
jornalista, flamenguista e orgulho de ser brasileira em qualquer situação.
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