quinta-feira, 3 de julho de 2014

BRASIL UM PAÍS DE CHUTEIRAS, FUTEBOL, CARNAVAL


Não sou nenhuma expert em futebol, mas desde à Faculdade de Comunicação na Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, que meu sonho era ser comentarista. Enfim, a vida foi levando-me por outros caminhos. Entretanto, o gosto futebolístico nunca  perdi. Inclusive sou meio fanática. Costumo dizer que torço até para joguinho de futebol nos campinhos de barro, - a típica pelada -. Ou como diz na minha terra, a Bahia, um bom BABA... Também e apesar de todos os dissabores e discordâncias sou brasileira como muito orgulho. Jamais deixarei de torcer pelo Brasil, mesmo jogando mal, para ser de outro país. Por esta razão, o último jogo das oitavas de final, me deixou profundamente irritada. Paixão e futebol são sentimentos profundos e arraigados em mim. Primeiro e excepcionalmente por conta do meu Flamengo e de Zico. Lembro muito passageiramente da Copa de 1986, ano em que meu pai morreu e a última competição deste nível que assisti ao lado dele. Este, meu pai, o maior incentivador e responsável por meu amor ao futebol e ao Flamengo. Talvez por ser menina, quando as coisas fixam melhor em nossa memória, não lembro bem de tudo da Copa daquele ano, mas marcantemente ficou a garra e amor do jogador pela pátria de chuteira. Também sempre vemos clipes e vídeos do futebol brasileiro nos anos de 1960, 1970 e 1980 e em todos eles o que fica bem nítido é a força de vontade para jogar e ganhar. Foram estas equipes que nos deram os três primeiros campeonatos. Finalmente, em 1970, chegamos ao Tricampeonato. Depois, nos anos de 1990 e 2000 já começamos a enxergar uma nova equipe brasileira com um novo estilo de jogar. Perdoem-me, mas estava nítido ali, até por conta da conjuntura política, econômica, social de um mundo que já vivia a efervescência do capitalismo selvagem e, nos dias hodiernos, como mais força o egocentrismo exacerbado. Agora, meus leitores, me perguntam: - O que tudo isso tem a ver com a Copa do Mundo de 2014. Para mim, tudo e explico: o Brasil, os jogadores e, especialmente, os torcedores  percebem nitidamente que o dinheiro está sempre em primeiro lugar. Jogadores oriundos de origem menos favorecidas economicamente se veem de uma hora para outra administrando fortunas em suas contas bancárias, então, para que se esforçar, dar tudo de si em um jogo do Brasil. O Brasil já é PENTA, talvez, eles ainda se questionem qual a importância de ser Hexa? Desculpem mais uma vez, foi esta impressão que tive no jogo das oitavas, o que me deixou muito triste e desanimada com nossos jogadores tão aclamados e bem pagos.  Isso é inacreditável e triste porque, uma das poucas alegrias do povo brasileiro - o futebol, sempre foi feito à base de raça, talento e show de bola. Nós, nunca precisamos de juízes para apitar de forma enganosa (para não dizer vergonhosa) a favor do Brasil. Sou brasileira. Amo Futebol. Mas, antes de qualquer coisa acredito e insisto na força política do povo brasileiro de mudar a história quantas vezes forem necessárias...  Sou brasileira com muito orgulho, independente e apesar de qualquer coisa. Nada abala este meu sentimento cívico, mas gostaria muito de ver os nossos pentacampeões em campo suando a camisa, mostrando habilidade, técnica, garra e muita vontade de ganhar o jogo. Gente, o mundo mudou em todas as esferas, especialmente no esporte. Não somos mais o único povo habilitado a jogar futebol ou qualquer outro esporte. Minha experiência futebolística diz que o Brasil, este que estamos vendo em campo, não merece um Hexacampeonato. Mas, como brasileira, vou continuar torcendo para ver o Brasil ao menos jogar bola com decência e respeito ao povo brasileiro de muitas lutas, labutas e sofrimentos. Vai Brasil, pátria amada gentil, mostra força, disposição e vontade de jogar.


Fonte: EDILEUSA REGINA PENA DA SILVA é jornalista, flamenguista e orgulho de ser brasileira em qualquer situação.

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