Alguns dizem ser um assunto batido, um verdadeiro tabu. Mas quando novos fatos semelhantes aparecem, precisamos lembrar-nos de outros casos anteriores e colocar a cabeça para pensar novamente: Jogos de violência influenciam jovens a cometer crimes?
Videogames, computadores, filmes, séries e livros. É muito difícil que um jovem com idade de 10 a 30 anos não faça uso de nenhum destes exemplos. Normalmente usamos como passatempo pelo menos dois destes.
Esta semana, mais uma vez, estamos diante de um fato lamentável e terrível. O FATO: Um menino de 13 anos, filho de pais policiais, assassinou com um tiro na cabeça os dois, além de sua tia-avó e sua avó. O garoto foi à escola de manhã e voltou para casa normalmente. Após quase 12 horas, atirou contra a própria cabeça. O AGRAVANTE: Em seu perfil no Facebook, o menino utilizava como foto do avatar uma imagem de um jogo, Assassin’s Creed. A foto foi adicionada no início do mês de julho.
Matheus principal suspeito de ter matado os pais e cometido suicídio quase 12 horas depois
É triste pensar que este é apenas mais um caso em que há certa ligação entre o crime e os videogames. Há ainda fatos não esclarecidos que estão sob investigação policial. Mas será que o jogo Assassin’s Creed ensinou este pequeno jovem a matar pessoas a sangue frio?
É, não é de hoje que temos em pauta comportamentos violentos e fortes ligações com videogames ou filmes que expressam extrema violência. O Brasil já baniu diversos jogos por conter cenas que podem levar jovens e crianças a perder o medo de coisas que devemos temer.
Veja alguns destes exemplos:
- Carmageddon;
- Doom;
- Duke Nukem 3D;
- Mortal Kombat;
- Counter Strike.
Carmageddon. Um game de carros extremamente violento.
Também temos jogos muito famosos e que foram banidos em outros países como: Manhunt, Manhunt 2, Grand Theft Auto (GTA), Wolfenstein 3D e Quake III. Podemos ficar horas mostrando e falando das diversas cenas de horror e violência contida em jogos para videogames e também em computadores. Embora eles realmente retratem um universo paralelo e sem limites no mundo dos games, a identidade e atos de cada ser humano não se moldam a partir de cenas violentas avistadas em jogos ou filmes.
Quantos anos você tem? Você que visita o site Oficina da Net já deve ter tido contato com algum jogo ou talvez você seja um viciado em jogos de tiro, não é mesmo? Você assiste algum seriado policial? Lê livros como “Game of Thrones”? Nós jogamos e lemos, mas nem por isso estamos condicionados a cometer algum crime que envolva violência.
A idade que os adolescentes adentram no mundo dos games e filmes deste escalão está reduzida, podemos notar crianças com conhecimento aprofundado sobre determinados assuntos violentos. De onde vem este conhecimento? Acesso à internet, conversas com amiguinhos e porque não, a liberdade dos pais.
Palavra do especialista
Em conversa num programa de TV aberta, o Psicanalista Francisco Daudt classificou o menino do episódio mais recente como um psicopata, ou seja, uma pessoa que não tem remorso. Disse ainda que um psicopata não se forma durante a vida, é como uma “loteria genética”, da mesma maneira que se forma um canhoto. Segundo Francisco, a criação do ser humano se dá 50% de genética e o restante pela criação.
Com vista na idade do menino, 13 anos, Francisco fez questão de afirmar que ele era um “psicopata imaturo” por alguns de seus atos como confidenciar a seu amigo que sonhava ser um assassino de aluguel. Disse também que o menino tinha os motivos, oportunidade e os meios para cometer o crime. Ou seja, ele queria matar os pais, tinha a oportunidade de fazê-lo durante a noite e, mais importante de tudo, tinha armas em casa.
Levando em consideração os argumentos apresentados pelo Psicanalista, podemos perceber que o fato dele possuir uma imagem do personagem fictício do game Assassins’ Creed trata-se de algo tão isolado que só ganhou relevância porque o crime se consumou. Para este profissional de psicanálise, o ditado popular “A ocasião faz o ladrão” não se aplica e, o fato dele gostar de jogos violentos não o incentivou a cometer o crime que ele cometera.
Outros casos de suposta ligação entre crimes e videogames
A internet está repleta de exemplos negativos de que jogos de videogame e computador podem afetar ou afetaram crimes reais. Entretanto, assim como neste caso, a ligação entre jogos e vida real é apenas uma hipótese.
Em 2003, por exemplo, um jovem foi preso por ter roubado um carro. Como não havia cometido nenhum crime semelhante, é muito provável que ele seria liberado. Porém num momento de “genialidade” a la Jackie Chan, ele sacou a arma de um dos policiais, atirou neles e tentou fugir em uma viatura. Sem sucesso, foi novamente preso, agora como um verdadeiro criminoso. Segundo depoimentos o rapaz não demonstrou nenhum arrependimento. Ps: dizem que ele curtia jogar GTA 3.
No mesmo ano, jovens irmãos “encontraram” fuzis em casa e atiraram nas pessoas que andavam pela rua. Mataram um homem e feriram uma mulher. O jogo que eles mais gostavam? GTA 3. A idade deles? 14 e 16 anos.
Igualmente ligado a videogames, mas num proporção doentia, um homem chamado Alayiah Turman matou sua filha de 17 meses de vida a pancadas. O motivo: a menina desconectou os cabos do Xbox do pai. Está cumprindo um mínimo de 47 anos de prisão por isso.
Em outro caso bizarro, dois players de Lineage II - típico jogo de MMORPG - brigaram pela internet por causa da morte de um de seus personagens. Não satisfeitos com a briga virtual, decidiram se acertar pessoalmente. Somente um deles saiu vivo.
Há também casos em que as vítimas são os filhos. Como fez Alexandra Tobias que era viciada em FARMVILLE, aquele joguinho do Facebook. O pobre Dylan, de apenas três anos, chorava pela atenção de sua mãe que ficou irritada com o choro e apertou e chacoalhou a criança com tanta força que ela veio a óbito.
É certo que assuntos - que relacionam crimes com jogos de violência ou não - voltarão a tona se outro caso como este ocorrer. Observar o comportamento de seu filho é importante, no entanto, privá-lo de jogar videogame pode não ser tão saudável. Como falamos anteriormente, você tem 50% da responsabilidade em criar uma pessoa de bem para a sociedade.
Fonte: Oficina da Net
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