terça-feira, 20 de agosto de 2013

A inflação de "mulheres-objeto"


A inflação de "mulheres-objeto", em pleno primeiro quartel do século XXI, num Brasil que promete ser a nova potência da humanidade planetária, é preocupante.
O mercado editorial e midiático que se alimenta nessas "acidentais" e "despretensiosas" exibições de corpos "avantajados" torna-se tão insistente que existem "musas" de "todo tipo": de ex-BBBs a paniquetes, passando pelas funqueiras "mulheres-frutas", pelas "garotas da laje", "miss bumbum", "musas do MMA", "musas do Brasileirão" e o que vier.
Numa época em que precisa-se promover a emancipação feminina, não somente no mercado de trabalho ou na vida amorosa, mas numa série de valores morais, culturais e outros, é preocupante que nada menos do que 50 "boazudas", aproximadamente, figuram nos sítios de celebridades mostrando apenas sua única e exclusiva qualidade: os corpos que excitam um público machista e sexualmente obsediado.
As notas já são mais que repetitivas que até se duvida, e muito, das ocorrências "acidentais" de fulana que "paga calcinha", da sicrana que "paga cofrinho", da beltrana que "deixa o sutiã cair por ação do vento (sic)". Mas os empresários, produtores e editores que investem nesse hiperespetáculo machista não estão aí. As apelações das "musas" podem enfurecer até budista que eles continuarão insistindo.
Enquanto isso, a ex-integrante do Big Brother Brasil, Maíra Cardi, esquecendo que deveria manter a compostura num aeroporto do Rio de Janeiro, cheio de passageiros, transeuntes e turistas, preferiu investir no exibicionismo, fazendo caras e bocas e "apertando" o decote, insinuando uma pseudo-sensualidade vulgar e desesperada. Tudo pela fama a qualquer preço.

"PRISIONEIRAS" DE SEU CORPO 

Esse sensacionalismo anda preocupando bastante, porque não é isso que fortalecerá o feminismo, não é isso que expressa a liberdade do corpo da mulher. Pelo contrário, não se pode definir como liberdade do corpo o fato dessas "musas" serem prisioneiras e escravas do culto ao corpo, da obsessão pretensamente sensual que nada diz e nada contribui em coisa alguma na vida.

Fazendo uma comparação com outras mulheres famosas, como atrizes e modelos, nota-se que as mulheres que não vivem da vulgaridade pseudo-sensual adotam uma postura discreta e sóbria. Brasileiras como Deborah Secco, só para citar uma mulher considerada símbolo sexual de muitos homens, simplesmente passeiam pelo saguão dos aeroportos sem muito exibicionismo, sem bancarem as "gostosas" a qualquer custo, sem apelar para "mostrar demais" seus "dotes" físicos.

No exterior, então, musas como a modelo Cindy Crawford e as atrizes Emma Watson, Natalie Portman e Salma Hayek - esta famosa pelo protótipo de morena ultrasensual - aparecem de forma mais discreta, quando muito exibindo uma sensualidade light e menos apelativa possível, através de calças jeans justas ou de decotes discretos. Nada de exibicionismo, nem de caras e bocas.

Dá até para imaginar o tom de promoção que Maíra Cardi arrumou com sua exibição "acidental" do seu decote. A foto resultada aparentemente não indica, mas quem percorreu as proximidades, com atenção, deve imaginar que a ex-BBB e o fotógrafo combinaram a pose previamente, tudo pelo sensacionalismo barato na mídia nacional.
Essa insistência de prevalecer a vulgaridade feminina constrange e humilha a mulher brasileira. Não se trata de sermos contra a sensualidade. Mas a verdadeira sensualidade possui contextos, situações certas, e uma certa sutileza. E isso as "musas populares" não sabem fazer, e acham que estão sendo modernas com isso. Não estão. Elas estão, isso sim, sendo grotescas, antiquadas e um tanto caricatas quando "se mostram demais".
Solange e Andressa demonstram extremamente grotescas na sua "medição de bumbum" e Maíra parece alguém traumatizado com o risco de ostracismo, daí a apelação da pseudo-sensualidade. Outras musas do gênero, seguindo o mesmo "descaminho" - sobretudo uma Geisy Arruda que também "deixou escapar" um dos seios - , apenas se tornam constrangedoras e grosseiras nos seus atos.

E isso não as faz mais desejadas. Elas só são desejadas para um público machista, grosseiro e sem capacidade intelectual de traçar sequer uma fantasia sexual. As "boazudas", neste caso, vem com o produto pronto, "mulheres-objetos" que já chegam com a "fantasia" pré-fabricada pela mídia das celebridades e pelo mercado de revistas "sensuais". O machismo agradece com isso. Mas a sociedade em geral fica envergonhada com todo esse "espetáculo".

 Fonte: Blog do Fernando

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