quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Traição na era do "Face"

Detetives se especializam em descobrir as traições virtuai; mercado cresce

Longe dos olhos dos parceiros, muitos homens e mulheres comprometidos têm aproveitado a privacidade de oferecida pela internet para conhecer intimamente outras pessoas. Assim, a web é usada para conversas picantes com desconhecidos em diversas bases. Mas a "pulada de cerca" online já não é tão secreta quanto antes. Para atender à demanda crescente dos desconfiados, profissionais especializados em descobrir traições agora também atuam online.

Com 50 anos de trabalho no mercado de investigação particular, a espanhola Ângela Detetive tem tantas experiências na área que até adotou o nome a sua profissão como sobrenome. Ela conta que nos últimos cinco anos tem aumentado muito o número de esposas e maridos que a procuraram para vasculhar o comportamento de seus parceiros no mundo virtual. "Eles chegam reclamando, por exemplo, que o cônjuge costuma sair da cama  no meio da madrugada, na ponta dos pés, para usar escondido o computador", descreve a expert, revelando a conduta que mais intriga seus clientes.

De acordo com Ângela, os sites de e encontros, as redes sociais e as salas de bate papo são os serviços mais usados por quem quer se relacionar com outras pessoas fora do casamento na web. "O cara tem medo de ser descoberto se paquerar no trabalho ou na academia. Então, parte para internet", explica a profissional. Mas para o azar de quem trai, os investigadores conseguem, na maioria das vezes, flagrar as traições virtuais.

O também detetive Alex Beker revela uma estratégia de investigação na internet. "A gente cria perfis falos em redes sociais como o Facebook e Orkut. Em seguida, fazemos amizade com o marido ou  a esposa, dependendo do caso, e começamos a interagir", conta o profissional. A intenção dessa interação é ganhar a confiança do investigado. Com o passar do tempo, é proposto a ele um encontro pessoal ou sexo virtual. Neste último caso, a situação é registrada em fotos ou em vídeo para comprovar a traição. Para que perfil falso não gere desconfiança, Alex faz amizade num rede social primeiro com os amigos do possível traidor. "Ele vê vários conhecidos dele são amigos dessa pessoa no Facebook e não fica com o pé atrás", esclarece o detetive. Em serviços de mensagens instantâneas que possibilitam o uso de câmeras, como MSN e Google Talk, imagens de homens ou mulheres sedutores atraem os investigados - são usadas fotos de modelos e "atores" ou "atrizes" para os vídeos.

"Tem cara que já vai tirando a roupa logo na primeira conversa. Já alguns levam mais de um mês para se sentirem à vontade", diz Ângela. Livres das roupas, claro, eles iniciam a  masturbação. No caso das mulheres, elas raramente são pegas em tais situações constrangedoras. Preferem s envolver de forma mais romântica ,, fazendo  confissões da intimidade.

Alguns recursos tecnológicos também ajudam nestes flagrantes. "Programas espiões registram tudo que a pessoa faz no computador. Autorizados pelo cliente, nós também instalamos câmeras escondidas nos ambientes da casa. Se ele (ou ela) fizer sexo virtual, vai fica registrado", esclarece o investigador Marco Aurélio, que prefere não revelar seu sobrenome por conta do trabalho sigiloso.

Mas o que acontece quando alguém tem provas de que realmente está sendo traído? "Tem gente que chora e se revolta. Dizem que vão se separar imediatamente. Você tem que atuar um pouco como psicóloga nestas horas", avalia Ângela. Já outras pessoas têm reações menos obvias. "Algumas mulheres ficam satisfeitas, afinal o marido está traindo 'só' na internet e não fora do dela. Ficam aliviadas e até dão risada da situação", conta Alex. "Em alguns casos, o traído virtualmente nem conta para cônjuge que sabe da situação", completa o detetive.

Tudo fica pior nas ocasiões em que o traidor aceita marcar um encontro pessoal depois do relacionamento virtual. "Ele chega ao lugar e acaba dando de cara com a esposa ou o marido. Esses momentos são sempre constrangedores porque não há muito o que dizer. É preciso ficar atento para que as coisas não descambem para agressão física", alerta Marco Aurélio.
Fonte: Gazeta da Amazônia

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