Desde que os adoçantes foram criados, na década de 1960, várias dúvidas e polêmicas surgiram no rastro do produto colocando em dúvida não só sua eficácia, mas, principalmente, seus efeitos sobre a saúde. Embora vários estudos ainda não sejam conclusivos, convém saber mais sobre o assunto e sempre ouvir a opinião de especialistas.
A nutricionista Luciana Harfenist, membro do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, salienta que há restrições e contraindicações ao emprego do item. "Quem tem pressão alta ou insuficiência renal, por exemplo, precisa verificar as taxas de sódio de cada marca antes de consumir". E tem mais: vários profissionais defendem que indivíduos saudáveis, que não apresentam nenhuma doença que obrigue restringir o açúcar, não deveriam inserir o adoçante na alimentação.
"Muito melhor seria adotarem uma dieta equilibrada, em quantidades adequadas para suas necessidades nutricionais", sustenta a nutricionista Ariane Machado Pereira, pós-graduada pelo Imen (Instituto de Metabolismo e Nutrição).
Para melhorar a imagem desses produtos, a Abiad (Associação Brasileira da Indústria e Congêneres) lançou uma cartilha, com informações aos consumidores, que recebeu o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Proibidos e Liberados
Porém, nos Estados Unidos, por exemplo, o ciclamato de sódio foi relacionado ao câncer e, por isso, seu uso foi proibido. "Existem estudos que fazem uma paralelo entre o câncer na bexiga e a sacarina e o ciclamato", diz Harfenist.
Pereira, no entanto, cita o Informe Técnico nº 40, de 2 de junho de 2009, disponível na página da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que diz que a decisão tomada pelo FDA, regulador de remédios e alimentos norte-americano, foi baseada em um estudo feito em ratos. A entidade j á recebeu uma petição para revisar a proibição, que ainda está em análise.
A Anvisa diz que, desde então, foram conduzidos muitos estudos sobre carcinogênese envolvendo ciclamato, sozinho ou em misturas com sacarina, não tendo sido demostrada incidência estatisticamente significativa de tumores na bexiga dos animais testados.
Adoçantes são indicados apenas para diabéticos ou obesos. VERDADE: eles foram criados para substituir o açúcar na alimentação de quem sobre com diabetes ou está muito acima do peso. "Porém, mesmo nestes casos, seu consumo não deve ser abusivo", alerta a nutricionista Luciana Harfenist, acrescentando que é muito fácil exagerar, principalmente se a pessoa é usuária de industrializados como refrigerantes, iogurtes, bolos, biscoitos e balas.
O emprego desses produtos é prejudicial a saúde. PARCIALMENTE VERDADE: conforme considera a nutricionista Ariane Machado Pereira, tudo depende da forma como o item é inserido na alimentação. "Dentro de um contexto saudável, para indivíduos que precisam se submeter a uma dieta restrita ou com quantidades reduzidas de açúcar, apresentando condições metabólicas e fisiológicas específicas, como diabetes, por exemplo, o adoçante apropriado não proporcionará malefícios", diz.
Adoçantes engorda. PARCIALMENTE VERDADE: o uso com obesidade, pois permite ao paciente comer doces e bebidas com menos calorias. Porém, se consumido em excesso pode engordar, sim."Alguns estudos demonstram que o emprego abusivo interfere na regulação natural da fome. Isso porque, ao ingerimos um alimento adoçado artificialmente, o organismo se prepara para receber a glicose através da produção de enzimas e hormônios que fazem parte do metabolismo do açúcar.
Há restrições e contraindicações ao uso de adoçantes. VERDADE: conforme explica a nutricionista Luciana Harfenist, quem tem pressão alta ou insuficiência renal deve verificar as taxas de sódio de cada marca: alguns o trazem na composição, especialmente o ciclamato e a sacarina. "Estudos não conclusivos relacionam o consumo de sacarina com o risco de câncer de bexiga: por isso, este tipo tem que ser evitado por pessoas com tendência à retenção de líquidos, principalmente mulheres no período pré-menstrual". Grávidas e mulheres que estão amamentando também entram no foco das contraindicações. "O melhor para as grávidas é a stévia", assegura a nutricionista, acrescentando que a recomendação de adoçantes para as futuras mamães deve se restringir às diabéticas e às que sofrem com excesso de peso.
Especialistas recomendam cautela no uso de adoçantes
Fonte: Diário da Amazônia
Nenhum comentário:
Postar um comentário