O homem das cavernas Fred Filinstone era monogâmica e fiel à sua mulher, Wilma. Mas os personagens de desenho animado não correspondem à realidade, segundo a tese de dois especialistas em psicologia evolutiva. Para eles, a promiscuidade era generalizada na Pré-História. E isso afetaria o comportamento sexual humano até hoje, algo mostrado pelo alto índice de adultério.
A tese está no livro "Sex at Dawn" (sexo na alvorada), do americano Cristopoher Ryan e da moçambicana Cacilda Jethá, lançado em 2011. Escrito em linguagem popular, o livro virou best-seller. A dupla investiu contra uma ideia supostamente "sagrada": a de que os seres humanos são naturalmente propensos à monogamia, o que eles chamaram de "filintstonização" do passado. Sobrou, claro, para o naturalista britânico Robert Darwin (1809-1882).
Segundo o principal autor da teoria da evolução não dá para falar em promiscuidade generalizada. Para ele, apesar de os machos estarem sempre prontos para o próximo caso, justificado pela ideia de deixar o maior número de descendentes, as fêmeas querem ter um parceiro fixo que lhes dê segurança para cuidar dos filhotes.
Já a dupla de pesquisadores sugere que na maior parte da Pré-História as pessoas dividiam tudo: comida e parceiros sexuais. Não haveria a noção de paternidade, pois não haveria como comprová-la, já que o sexo seria "livre".
O ser humano só teria deixado de ser promíscuo graças à agricultura e ao sedentarismo. A propriedade privada se estenderia à mulher, que teria de ser vigiada para o homem ter certeza de que o filho era de fato seu herdeiro.
Não é uma tese propriamente nova, mas Ryan e jethá a embelezaram com dados da psicologia e da biologia. Porém, os dados seriam seletivos, segundo críticas de seus pares acadêmicos. Aquilo que não apoiaria a tese tenderia a ser deixado de lado.
Por exemplo, o fato de o bebê humano depender dos pais por muito tempo. Isso explicaria a formação de pares monogâmicos. Wilma precisa de Fred para cuidar de Pedrita.
Fonte: Jornal Alto Madeira
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