MEIO SÉCULO DA REVOLUÇÃO OU DO GOLPE MILITAR DE 64
Os idos de abril lembram que entramos no ano 50 do movimento que os milicos chamam de Revolução e a esquerda de Golpe Militar de 64. Na verdade, ele começou em 1º de abril, mas os militares, receosos de que a ação fosse gozada pelo Dia da Mentira, criaram o primeiro calendário virtual do mundo, atrasando as contas para que a "revolução" ficasse com a data de 31 de março. O Brasil dos anos 60 não era diferente do mundo da época. Pós Segunda Guerra, Churchill havia alertado: "uma cortina de ferro desceu pela Europa". Era o comunismo que ajudara a derrotar Hitler e que se tornara o novo inimigo. A ideia que teorizava igualdade (desde que, como até hoje, alguns poucos fossem endeusados e todos os demais obedecessem cegamente), se alastrou. A direita, que temia o terror do comunismo, porque a verdadeira democracia era deles, direitistas, desde que eles, alguns poucos, ficassem milionários e a plebe ignara se contentasse com as migalhas, reagiu à força, é claro. Os comunistas discursavam e de vez em quando usavam o "ouro de Moscou" para tentar fazer suas revoluções, que quase nunca davam em nada. À exceção de Cuba, neste lado do mundo, os golpes comunistas foram grande fracasso. No Brasil, também.
Os milicos tomaram o poder, como em vários países da América Latina. Foram tempos de medo e força; de perseguições e traições. A verdadeira democracia esteve enterrada, por mais de duas décadas. Voltou aos poucos, ainda é embrionária, mas já serve para demonstrar que não há sistema melhor de governo. Mesmo quando se perde, na democracia todos ganham. O 1º de abril do calendário real ou o 31 de março dos militares da época, estão chegando ao meio século. Disso não se sentirá saudades, neste país jovem, que está recomeçando desde os anos 80.
MORREU DE RIR
Doce vingança dos que apoiam o pastor deputado Marcos Feliciano! Ele esteve em Porto Velho e anunciou-se um grande protesto. Deve ter morrido de rir, o polêmico presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Meia dúzia - literalmente - de gatos pingados, foi para a frente da igreja onde ele iria palestrar, para fazer um pífio e ridículo protesto. Quando não tem samba, pinga, festa ou quando os manifestantes não são pagos, funcionários a serviço dos seus chefes, é difícil levar gente para as ruas, não só aqui, mas em todo o Brasil.
EXCEÇÃO
Uma das únicas manifestações espontâneas e que teve apoio da comunidade - embora o número de participantes ainda tenha sido pequeno, em função do grande trauma da sociedade - foi a passeata contra a violência. Realizada na semana passada, ela sensibilizou não só familiares de vítimas, como o próprio secretário de segurança, Marcelo Bessa. Espera-se que em próximos eventos dessa natureza, já que há cada vez mais violência, mais vítimas e só os defensores dos direitos humanos dos bandidos falam, que a comunidade participe em peso.
BRASA NA SARDINHA
O PMDB publicou nota destacando que a transposição foi obra principalmente do senador Valdir Raupp e da deputada Marinha Raupp. O senador Ivo Cassol quer que o governo federal banque os custos sociais da transposição e também foi um defensor intransigente da causa, nos seus oito anos de governo. A turma do senador Acir Gurgacz distribui nota atribuindo a ele participação importante no processo. Na bancada da Câmara Federal, não foi diferente, Todos querem sua parcela de destaque na causa. Dessa vez, até que há razão. O trabalho conjunto foi fundamental para que a transposição, finalmente, saísse.
ÚNICO LÍDER
Não fosse o ex-governador e duas vezes prefeito de ji-Paraná, José Bianco, o que restaria do DEM em Rondônia? O partido está desaparecendo em todo o país, desde o escândalo que envolveu seu então principal nome, o ex-senador Demóstenes Tôrres. Minguou. Se Bianco acordasse um dia desses, decidido a sair do partido, ele simplesmente fecharia as portas. Mas, ao menos por enquanto, o competente e bom de voto líder rondoniense não quer saber de trocar de camiseta.
PÁSCOA NA RUA
Dezenas de moradores - incluindo crianças e idosos - passaram uma Páscoa muito ruim. Acampados em frente à Prefeitura, em Porto Velho, todos perderam suas terras e casas, onde, em alguns casos, viveram durante anos e anos. Promessas de políticos safados, que garantiam que eles não seriam jamais tirados de onde estavam; irresponsabilidade da administração pública; desrespeito aos pobres e outros problemas, acabaram nas lamentáveis cenas dos abandonados na Capital rondoniense. Tomara que haja uma solução rápida para o drama.
CORRENDO TRECHO
O presidente da Assembleia, Hermínio Coelho, tem percorrido o Estado. E anda impressionado com a forma com que vem sendo recebido. Provável postulante ao Palácio Presidente Vargas, Hermínio fala a linguagem do povão, mas tem tido portas escancaradas também em muitas empresas Rondônia afora. O deputado, que tem uma carreira política invejável no Estado, também dá duro para se colocar como o principal oposicionista ao governo Confúcio Moura. Vai ampliar sua presença em todas as regiões, a partir das próximas semanas.
PERGUNTINHA
Não está na hora dos novos vereadores de Porto Velho pararem de brigar entre si e começarem a brigar pelos interesses dos seus eleitores?
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