segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

OPINIÃO DE PRIMEIRA


CADEIAS SUPERLOTADAS TÊM MAIS DE MEIO MILHÃO DE PRESOS
O ministro da Justiça diz que se fosse condenado e tivesse que cumprir pena num presídio brasileiro, se mataria. Há quase 550 mil presos  no país, a maioria sendo tratada quase como animal, em cadeias caindo aos pedaços, sem estrutura, sem o mínimo necessário para que a dignidade humana seja preservada. Em duas décadas, quintuplicou o número de condenados e presos no país, mas o de vagas não chegou nem perto. Não se trata o assunto com a seriedade que merece e a maioria das autoridades vivem dos discursos, prometendo soluções mirabolantes que, é claro, nunca chegam. Temos 288 detentos para cada 100 mil habitantes, o que é um número absurdo e, mesmo assim, nosso sistema prisional vai de mal a pior. Essa degradação, é claro, transforma pessoas que às vezes tem apenas um crime menor para pagar, em criminosos irrecuperáveis, com o curso superior da maldade que fazem dentro das cadeias. Se não fizerem, não sobrevivem. Quando o próprio governo anuncia que, para cada dois presos, está faltando uma vaga no sistema prisional, é porque a situação é realmente gravíssima. Temos 550 mil presos e faltam 250 mil vagas nas prisões do país.

Os presídios, no geral, estão nas mãos de quadrilhas organizadas, que de dentro das celas comandam o crime nas ruas. Quando, num presídio paulista, foram encontrados 1.550 chips de celulares entre os pouco mais de 2 mil presos, se teve a certeza absoluta que não é a autoridade quem comanda a cadeira. São os bandidos condenados. Há exceção, pelo menos até agora,  nos presídios federais de segurança máxima. Mas, com o desrespeito e falta de investimentos que o setor registra, daqui a pouco também poderão baixar de nível. Mais grave ainda é que não há sequer solução à vista, para a questão carcerária. A tendência, portanto, é piorar cada vez mais.
 

FORA DO AR
Durante cerca de duas semanas, essa coluna ficará fora do ar. O titular, depois de longos anos, vai tirar alguns dias de férias, pois ninguém é de ferro. No final do mês, renovado, ele volta e as coisas voltam ao normal, assim como a Opinião de Primeira.

DINHEIRO PÚBLICO
O carnaval deve ser bancado com dinheiro público? No Rio de Janeiro, por exemplo, tem dinheiro do governo e Prefeitura também, mas a maior parte vem do jogo do bicho e da contravenção. Em São Paulo, os governos estadual e municipal bancam parte da festa e a iniciativa privada a outra. Em Rondônia, onde o carnaval já foi uma grande festa e está minguando, o governo do Estado avisa que não tem como bancar as escolas de samba da Capital. Até porque, se o fizesse, teria que dar dinheiro para todas as escolas de samba, em todas as cidades. E a verba da Prefeitura é pouca. Não se sabe, enfim, se teremos desfile oficial ou não, este ano.

SEM CARNAVAL
O debate relacionado com o uso de verbas públicas para o carnaval, teve mais um round nessa semana. A promotora de Justiça Leida Diniz, de Teresinha, proibiu a Prefeitura de doar um centavo que seja para o desfile das escolas de samba. Ela repete o que fez o ano passado, quando o desfile não foi realizado. Dona Leida disse que a missão do poder .público é de aplicar bem os recursos, atendendo a população mais pobre, com saúde, educação, transporte público de qualidade e outros quesitos. A Prefeitura de Teresina ainda não disse se contesta a promotora na Justiça.

AGRONEGÓCIO SÓ CRESCE
O porto graneleiro no rio Madeira, na Capital, só cresce. No ano passado, por ele passaram mais de seis milhões de toneladas de grãos, entre os quais dois milhões de toneladas só da soja de Rondônia, que vai para vários países. A produção do agronegócio do Estado só cresce e seu porto recém começa a ser adequado para atender a demanda cada vez maior. Falta ainda mais espaço, mais equipamentos e, principalmente, um acesso mais adequado para as centenas de caminhões que ali chegam todos os dias.

GASTANÇA
A Câmara Federal vai gastar 280 milhões de reais para reformar apartamentos dos deputados. Não parece uma coisa desnecessária, num momento em que o país todo se preocupa com as perspectivas ruins da economia neste ano? E, se a gente fosse pensar no interesse da população pobre, desesperada por ter onde morar, quantas casas populares não poderiam ser construídas com todo esse dinheiro? Realmente, a classe política abre um abismo de distância com a população. E depois se queixa que o povo só fala mal dela...

NINGUÉM ESCAPA
Nem os ditadores, nem os populistas, nem os que conquistam o amor do povo com discursos obtusos e promessas de céu na terra; nem os que se consideram deuses e assim são tratados por milhões de seguidores; nem os que vivem sob ideologias mortas e sepultadas, mas que na América Latina estão sendo ressuscitadas: nenhum deles escapa do fim. Fidel Castro está vai não vai há uns cinco anos. Agora é a vez de Hugo Chávez. Os que acham acima da humanidade, seja de esquerda, direita também morre. E deixam seus apaixonados eleitores órfãos. Até que apareça outro salvador da Pátria.

PERGUNTINHA
Até quando os brasileiros que sonham em aproveitar bem suas férias, terão que enfrentar os péssimos serviços prestados em praticamente todos os nossos aeroportos?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires

Nenhum comentário:

Postar um comentário