A Honda CB 500X mudou em sua versão 2020 – e para ficar mais aventureira. O modelo crossover está no nosso mercado desde 2014 e agora recebeu suspensões com cursos mais longos, pneus de uso misto e roda dianteira aro 19″ (antes era 17″), além de bolha maior, novas carenagens e outros itens para garantir boa performance em viagens, sejam em rodovias asfaltadas ou trechos de terra.
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O modelo chega às lojas em março, com preço sugerido de R$ 28.900 e em três opções de cores, prata metálico, preto perolizado e vermelho perolizado. Cabe lembrar que a CB 500F também mudou e a partir de agora elas passam a seguir caminhos distintos, compartilhando menos peças entre si para que cada uma atenda melhor a sua proposta específica. Mapas de injeção, rodas, suspensões e sub-chassi, por exemplo, não são mais os mesmos.
Tivemos a oportunidade de rodar com a nova CB 500X em um test ride promovido pela Honda na região de Campos do Jordão (SP), nas sinuosas estradas às margens da Serra da Mantiqueira. A experiência foi suficiente para sentir o que há de novidades e despertar olhares curiosos pela cidade.
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Honda CB 500X 2020: mais aventureira
Primeiro vamos falar do que mudou e depois das sensações causadas. As suspensões têm cursos maiores, de 150 mm na frente e 135 mm atrás (antes era 140 mm e 118 mm, respectivamente) e nove ajustes de pré-carga da mola, tanto na dianteira quanto na traseira. Para garantir mais conforto em relação a CB 500F, as suspensões da X têm molas e valvulação próprias.
A roda de 19 polegadas na dianteira está lá, prometendo um desempenho melhor na terra que o gerado pela antiga de 17. Atrás segue aro 17, mas os pneus mudaram. Os de asfalto deram espaço a modelos levemente mistos (algo próximo de 80% asfalto e 20% off), medindo 110/80 na frente e 160/60 atrás.
Com a moto mais alta, o assento foi remodelado com o objetivo de facilitar o contato de pilotos de baixa estatura com o chão. Assim, ficou mais cavado na parte central e também levemente mais estreito, a fim de beneficiar o movimento das pernas. A altura do assento, apesar disso, cresceu um pouco, de 812 mm para 834 mm.
Novo painel, para-brisa, sistema full led
Agora, a iluminação passa a ser full LED, com farol, setas e lanterna traseira adotando a tecnologia. Também há o sinal de parada de emergência, uma exclusividade da Honda em sua linha de alta cilindrada (para a marca, a família 500 é o primeiro passo na gama de ‘motos grandes’).
O para-brisa está 11 centímetros maior, a fim de gerar mais proteção aerodinâmica e consequente conforto em viagens. Apesar de ser fixo, pode ser montado em duas posições diferentes, gerando uma leve diferença de altura entre si.
O painel também mudou, adotando o mesmo conceito estético do modelo que equipa a CB 1000R. E ficou bonito, aliás. Completo, informa sobre consumo instantâneo, consumo médio, velocidade média, autonomia, velocidade, temperatura do motor, rotação (de duas diferentes formas visuais), trip A e trip B. O layout dá ênfase à marcha engatada e conta-giros, passando certa sensação de esportividade que é reforçada pelo shiftlight. Apesar de negativo (blackout), com o fundo em preto, o acrílico que o reveste tem muito brilho, o que pode acabar gerando reflexos que atrapalham um pouco a leitura do painel sob o sol.
Motor é o mesmo, mas não exatamente igual
Segue o propulsor de dois cilindros paralelos, com comando de válvulas duplo no cabeçote (DOHC), com 471 cm³ e arrefecido a líquido. Também se mantém o número máximo de potência: 50,4 cv a 8.500 rpm. Porém, ele foi reajustado para atender às novas (e rigorosas) exigências da legislação de emissões de ruídos e poluentes sem perder cavalaria ou rendimento.
Para isso, ganhou novos comandos com lift maior, possibilitando mais curso na abertura das válvulas, e também caixa de ar maior. Para enriquecer a mistura, a injeção foi remapeada e o escape internamente redimensionado. Mudanças sutis e invisíveis, mas que geraram mais fôlego em baixas e médias rotações – o que faz o pico de torque, de 4,53 kgf.m, chegar antes, aos 6.500 rpm.
O câmbio também não mudou e segue com seis velocidades. Porém, agora conta com a bem-vinda embreagem deslizante e assistida, que evita o travamento da roda traseira mesmo em bruscas reduções de marchas e oferece um acionamento muito suave da manete. O tanque de combustível, redesenhado, cresceu de 17 para 17,3 litros.
Como é rodar com a nova CB 500X
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Feitas as apresentações vamos ao ride. Percorremos aproximadamente 70 quilômetros com a nova CB 500X e já nos primeiros metros chama a atenção a leveza da dianteira. O conjunto com roda 19″, suspensão mais longa e guidão em alumínio (outra novidade) resulta numa moto realmente maleável, especialmente para manobras curtas como desviar de carros na cidade ou buracos na terra.
O motor não impressiona, mas responde bem desde as baixas rotações. Tanto que nas três primeiras marchas, por exemplo, é possível rodar entre 1.600 e 2.000 rpm sem trancos ou engasgos. Previsível e linear, ele passa segurança e bom desempenho em saídas de curvas, movendo com facilidade os 183 kg (a seco) do modelo – que, aliás, graças à boa ciclística parece ser consideravelmente menos ao guidão.
Outro ponto positivo foi o consumo. As médias do computador de bordo não baixaram de 23,9 km/litro mesmo nos trechos mais críticos e chegaram aos 29 km/litro em pontos onde foi exigido menos do motor. Nada mau para uma moto de dois cilindros e praticamente 500 cm³.
CB 500X na terra
Mas e no off road? Afinal, a CB 500X é quase uma trail? Vamos com calma. Mas é fato que as suspensões contribuíram muito ao fora de estrada leve, como para uso em estradões do interior. A dianteira é macia e a traseira tem ótimo retorno, copiando bem o asfalto. No teste ela estava um tanto rígida, mas ainda poderia ficar bem mais soft com os ajustes da mola.
Não podemos dar uma sentença sobre sua performance longe do asfalto, mas tudo indica que ela tem ciclística apurada, suspensões macias e motor linear o suficiente para encarar até trajetos longos desde que não muito esburacados ou escorregadios. Aproveitando, mérito disso está nos pneus mistos, com bom grip mesmo mais projetados para o asfalto.
Este primeiro contato também não nos possibilitou fazer algumas dezenas (ou centenas) de quilômetros em rodovia, para avaliar a funcionalidade do novo para-brisa e eventual fadiga na posição de pilotagem – que mudou com o novo guidão, mas deixou clara a vocação utilitária do modelo com um gostinho de quero mais. Estamos ansiosos por um próximo capítulo com a nova CB 500X!
Ficha técnica CB 500X | |
Motor | |
Tipo | DOHC, Dois cilindros, 4 tempos, refrigeração líquida |
Cilindrada | 471 cc |
Diâmetro x Curso | 67,0 x 66,8 mm |
Potência máxima | 50,4 cv a 8500 rpm |
Torque máximo | 4,55 kgf.m a 6500 rpm |
Alimentação | Injeção Eletrônica PGM-FI |
Taxa de compressão | 10,7: 1 |
Câmbio | Seis velocidades |
Embreagem | Deslizante assistida. Multidisco em banho de óleo |
Partida | Elétrica |
Combustível | Gasolina |
Chassi | |
Tipo | Diamond frame |
Suspensão dianteira / curso | Garfo telescópico / 150 mm |
Suspensão traseira / curso | Pro-Link / 135 mm |
Freio dianteiro / diâmetro | Disco / 310 mm |
Freio traseiro / diâmetro | Disco / 240 mm |
Pneu dianteiro | 110/80R 19M/C (59H) |
Pneu traseiro | 160/60 ZR17M/C (69H) |
Dimensões | |
Comp. x largura x altura | 2156 x 828 x 1412 mm |
Distância entre eixos | 1443 mm |
Distância mínima do solo | 193 mm |
Altura do assento | 834 mm |
Capacidade do tanque (reserva) | 17,7 L. (2,8 L ) |
Óleo do motor | 3,1 L (2,4 L para troca) |
Peso seco | 183 kg |
Fonte: Guilherme Augusto / Motonline.com.br
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