Mas não sou só eu que faço negocio ruim. Assisto o desenrolar da triste história do Helicóptero que o Corpo de Bombeiros de Rondônia comprou.
Foto: Divulgação
Eu tenho um Fusca, ano 76. Comprei do amigo Gaspar. Era lindo, com flores pintadas no capô, grafites incríveis, filtros do sonho e uma história de grandes viagens no Brasil. Isso aconteceu em meados de 2016.
Fiz um “rolo entre amigos”. Não tive que pagar comissão para nenhum intermediador. Dei um motor rabeta e madeira para o “brother” fazer um barco e navegar até Manaus, via Rio Madeira. Apesar de dizerem que seria um mal negócio, eu fiz. O dinheiro era meu e dele “faço o que quiser”..
Resolvi reformar o carrinho antigo. (nunca chame de carro velho) e ai veio a surpresa. O assoalho estava podre, cheio de buracos. Idem o capo e Paralamas. Pneus estavam carecas e motor pedia para aposentar. Comecei mandando pintar. Troquei a cor. Gosto muito do vermelho, mas pintei de preto e branco. Final das contas. Paguei cerca de 2.500 reais. Em 5 anos, gastei mais de 15 mil e ele insiste em dar problema. Acho que ‘ele’ quer se aposentar.
TAL QUAL O FUSCA
Mas não sou só eu que faço negocio ruim. Assisto o desenrolar da triste história do Helicóptero que o Corpo de Bombeiros de Rondônia comprou. Incrível como as histórias se parecem. Só os valores que são muito, mas muito diferente mesmo.
O ‘asas rotativas’ foi comprado em 2016 por R$ 1.724 milhões, com dinheiro doado de orgão federal. Desde que aterrizou em solo rondoniense após uma linda história de viagens pelo Brasil também não mais voou.
Com sérios problemas de mecânica, a aeronave comprada pelos bombeiros é um modelo B1, ano 1984, que não é mais fabricado. Os modelos que existem atualmente no mercado são usados para retirada de peças. Ou seja, sucata. Mas mesmo assim, também foi pintado e de vermelho, cor que gosto, como já escrevi. E até um festa de apresentação com engomadinhos foi feita.
Mas, conforme o portal de gastos do Governo, já saíram supostamente dos cofres públicos do estado, somente com manutenção e peças, R$ 4.537.999,63 ( quatro milhões, quinhentos e trinta e sete mil, novecentos e noventa e nove reais e sessenta e três centavos). Mais do que o dobro do valor que foi gasto com a compra do helicóptero. Dinheirama que deixou meu investimento no fusca no “chinelo”.
E até hoje, passados também cinco anos, nada de voar, somente prejuízo irrecuperável.
REALIDADE
Mas nesta história real, apenas uma situação difere da minha experiencia com o fusquinha. Como também havia escrito, o dinheiro era meu. Então o prejuízo também é problema meu.
E o absurdo milionário gasto no helicóptero é dinheiro do cidadão rondoniense, oriundo dos impostos recolhidos pelo povo trabalhador deste estado.
E como será o fim da história. O meu fusca está a venda. Difícil é aguentar amigos me 'alugando' o negocio ruim que eu fiz.
E o helicóptero dos Bombeiros. Dizem que volta voar depois da pandemia. Virá sobrevoando o Brasil até aqui, onde deve ser usado em missões de salvamento.
E o valor estratosférico gasto na recuperação da sucata e condução do mau negócio. Não vai dar em nada, nadica de nada. Acredito que não existe mais gente com brio em órgãos fiscalizadores no estado. Ou estão de quarentena desde 2016.
Só rindo da lambança. Para finalizar, Alguém quer comprar um fusca ano 76?
Fonte: Paulo Andreoli - Rondônia ao vivo.
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