Evangelho de Lucas 24, 46-53
Deus nos ama demais. Parece que não sossega em nos buscar. Insiste o tempo todo procurando-nos. Ele quer o nosso bem. Esse amor infinito chega até a paixão e a morte, e, logo em seguida, à ressurreição. A paixão de Jesus é a entrega total ao ser humano; de outro lado o mesmo o pode aceitar ou rejeitar, acreditar ou negar, admirar ou blasfemar.
Porém, Ele não recua nesse amor, chega até a morte, porque o amor está acima de tudo isso, de qualquer resistência. E esse amor de Deus não pode ser eliminado pela morte, propriedade da carne, enquanto é Espírito de Deus. E a ressureição é o testemunho desse amor que se doa vive para sempre. Vai além de qualquer barreira que a criatura humana possa experimentar. E tudo isto é transmitido e garantido na nossa história pelo envio dos apóstolos por parte do nosso Deus. Pra quem? Para todos, sem distinção de ninguém. Todos são escolhidos por Deus a fazer parte do seu Reino, onde se experimenta esse amor pela conversão e o perdão dos pecados.
Desse jeito, começamos uma nova vida, uma vida divina. Uma vida de salvação. O amor de Deus é maior que os nossos pecados, as nossas limitações. A cruz, portanto, nos revela não uma derrota, mas, justamente, esse amor que perdoa e dá vida. E Lucas insiste: “E vocês são testemunhas disso.” Assim sendo, se compreende esse amor testemunhando-o. Através da vida prática, conhecemos Deus. E Jesus nos promete a sua ajuda para realizar o Reino de Deus.
Deus não abandona os seus filhos, e agora com a força do Espírito Santo nos assegura a sua presença. De fato, os apóstolos, revestidos por esse dom, não tiveram mais medo e foram ao encontro dos povos. Esse poder do Espírito Santo nos garante a eficácia da evangelização. Essa nova presença invisível de Deus, que substitui aquela visível de Jesus, continua o mesmo projeto de salvação: “Enquanto os abençoava, afastou-se deles, e foi levado para o céu.” A bênção do Mestre ressuscitado antes da sua Ascensão é uma graça que mantém os apóstolos unidos e em plena comunhão com o Senhor.
Abre-se, desse jeito, o caminho da história da Igreja. “Eles o adoraram, e depois voltaram para Jerusalém, com grande alegria.” Essa certeza, desse encontro que não tem mais confim porque rompeu os limites humanos, dá alegria. Essa imensa alegria não permite mais de se fechar em si, mas de ir ao encontro de quem quer que seja. Para ter uma pastoral aberta e corajosa tem que experimentar a alegria de pertencer ao nosso Senhor vivo. Termina o evangelho: “E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.” Esse espírito de contemplação dá força de viver a vontade de Deus tendo capacidade de superar as situações mais adversas. Finalizando te pergunto: está experimentando alegria em viver a sua vocação de cristão? Essa fé ajuda a derrubar, por exemplo, as tentações de egoísmo? Ajuda a se doar na comunidade?
Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote, doutor em teologia / Belém-PA.
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