AUTOGOLPE - Mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro testa os limites constitucionais ao incitar seus seguidores no último domingo a ganhar as ruas e protestar contra a democracia pedindo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, embora no dia seguinte (20), algo que tem se repetido, negue que queira dar um autogolpe.
LIMITE - Não é de hoje que o presidente faz apologia ao Ato Institucional nº 5 (AI5), período em que os militares, usurpadores da Presidência da República, dissolveram o Congresso Nacional, solaparam a tortura e impuseram a censura prévia. Mesmo ascendendo à presidência pelas urnas (democracia) Bolsonaro, no íntimo, quer governar acima de tudo e por cima de todos, razão pela qual tem estimulado os seguidores para este fim. Para ele, o limite não se aplica.
REAÇÃO - Os demais poderes atacados (Congresso e Supremo), reagiram com notas e declarações dos seus presidentes reprovando com veemência as provocações de Bolsonaro. O problema é que tais reações passaram a ser corriqueiras, visto que o presidente é uma pessoa incontrolável e adota a tática de ‘morde e assopra’ com o objetivo claro de desgastar ainda mais os dois poderes ao ponto de consumar o seu autogolpe. O desprezo pela democracia não é de hoje, haja vista que há registros de declarações como deputado federal defendendo o fechamento do Congresso Nacional, onde exerceu mandato nos últimos vinte e nove anos.
GARROTEAR - As declarações e atitudes contra a democracia de Bolsonaro são bem medidas e bem articuladas de forma que as notas e as declarações do presidente do STF e do Congresso não sejam mais ouvidas pela maioria. Diz o adágio: água mole e pedra dura, tanto bate até que fura. Não será fácil colocar um cabresto nas ventas do golpista, apesar de necessário: ou se faz isto urgentemente, ou o golpe será fatal.LOROTA
LOROTA - Quando a mídia critica Bolsonaro, os bolsonaristas vão às mídias sociais atacar os profissionais da imprensa acusando-os de golpistas ou esquerdistas. Guardadas as devidas proporções, usam as mesmíssimas lorotas que os petistas utilizavam no poder ao creditar na época à imprensa a culpa pelos malfeitos que causaram. Havia, porém, uma diferença abissal: os petistas nunca flertaram com a insanidade de fechar o Congresso Nacional nem o Supremo Tribunal, embora ambos tivessem sido implacáveis ao examinarem processos que ajudaram decisivamente na queda dos petistas do poder.
FORÇAS ARMADAS - Para baixar a temperatura da guerra verbal contra a normalidade democrática, coube ao ministro da Defesa, General Fernando Azevedo e Silva, emitir um comunicado oficial no qual afirma que as Forças Armadas trabalham com o propósito de “manter a paz e a estabilidade do país”, obedecendo à Constituição Federal. O tom do comunicado dos militares é um alívio contra as manifestações com alusão a autogolpe. No âmbito das Forças Armadas não há clima para aventura e a postura dos comandantes tem sido de lealdade à Constituição e respeito às instituições. Como deve ser nos países civilizados.
CAOS - O bordão, imprimido pelos adversários, de Fora Bolsonaro, é outra bobagem que a esquerda enverada e que serve apenas para nutrir esta polarização interminável que afasta as pessoas da política e fortalece a posição daqueles que apostam no caos. O bordão vem sendo usado desde Sarney, mas apenas com Dilma conseguiu emplacar provocando fissuras jurídicas ainda abertas.
DEPOSIÇÃO - As bobagens ditas pelo presidente são tão insanas que na medida que o tempo passa mais gente começa a questionar sua capacidade de governar o país. Não podemos permanecer nesta dicotomia ideológica que acomete o país e que efetivamente conspira contra todos. Qualquer deposição do cargo deverá atender às regras jurídicas sem espaço para novos golpes. A urna ainda é a melhor forma de corrigir erros eleitorais, mesmo que novos erros sejam cometidos. Um dia, quem sabe, acertamos!
COVID - Em meio à pandemia do coronavírus, eis que surge uma denúncia oriunda da Assembleia Legislativa de que o Secretário da Saúde, Fernando Máximo, estaria metendo as mãos pelos pés. Mais as mãos que os pés. Em resposta, Máximo rechaçou as denúncias, mas, para afastar qualquer suspeitas, deveria abrir todos os processos de compras para que o Legislativo fiscalize cada item adquirido após a decretação do estado de calamidade. Sair atirando em quem ataca nem sempre é a melhor tática. Até porque há enfermidades que destroem muito mais que o Covid 19.
ISOLAMENTO - Nos próximos dez dias constataremos a curva das pessoas infectadas pelo covid já que houve um afrouxamento do isolamento. A responsabilidade para a retomada das atividades mercantis, das escolas, academias, entre outras atividades do dia a dia, caberá aos prefeitos. É preciso, no entanto, muita responsabilidade dos seus assessores da área da saúde para que a liberação do isolamento seja feita a partir de dados científicos concretos. Ao que parece, prefeitos têm afrouxado de olho nas eleições em desfavor das vidas. Não percebem que o risco do sistema de saúde cair é enorme e tende a levar junto suas reputações.
CORONAFEST - O vereador Maurício Carvalho (PSDB) apanhou feito vascaíno nas redes sociais por supostamente ter participado de uma festa em Porto Velho e que nacionalmente ficou conhecida como coronafest. Por coincidência, no mesmo tempo em que várias pessoas que compareceram à festa eram testados positivo no covid 19, o vereador anunciava pelo Facebook que havia se contaminado. A associação entre os dois fatos foi imediata e o vereador foi acusado nas redes sociais de responsável pela organização da mórbida farra. Ele negou que tenha sequer participado, mas o estrago já havia ocorrido. Ademais, esqueceu de informar onde teria se contaminado para evitar eventuais dúvidas. Além das dores com o vírus, Maurício sentiu na pele as dores das redes.
Fonte: Jornalista Robson Oliveira / Porto Velho-RO.
COMENTÁRIO DO BLOG: Discordo inteiramente com o nobre jornalista no item 1 desta matéria, tendo em vista que a manifestação é legal por parte do povo. A questão do Ato Institucional nº 5, não tem fundamento legal, tendo em vista que o mesmo Ato foi revogado nos anos 70. O artigo 1º da Atual Constituição, diz claramente que o poder do povo é exercido pelos seus representantes legais (deputados), ou DIRETAMENTE (veja o parágrafo único do artigo 1º da CF), sendo assim o povo tem o direito de "ele diretamente" exercer seu poder, um deles é acabar com o parlamento. O presidente Jair simplesmente não disse nada disso, ou seja, incitar o povo a fazer tal coisa, o povo pode fazer isso de acordo com o parágrafo citado acima.
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