sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Moro diz que projeto de Renan é um retrocesso

Projeto de senador do PMDB prevê punições severas a juízes, procuradores e delegados

O juiz federal Sérgio Moro, símbolo da Operação Lava Jato, afirmou na Câmara, em audiência pública, no último dia 4, que a Lei dói Abuso – como é conhecido o projeto do senador investigado Renan Calheiros (PMDB-AL), prevendo severas punições a juízes, procuradores e delegados – favorece o ‘crime de hermenêutica’, ou seja, o magistrado será punido por dar uma interpretação da lei que, ao final do processo, não será acolhida.

“Claro que autoridades cometem abusos e devem ser punidos, mas a redação atual do projeto, talvez não tenha sido idéia inicial dos autores, favorece o crime de hermenêutica”, disse Sérgio Moro aos deputados da Comissão Especial da Câmara formada para discutir o projeto 10 Medidas contra a Corrupção, iniciativa do Ministério Público Federal.

“Acredito, realmente, que seria um retrocesso a sua aprovação”, afirmou moro em relação à Lei do Abuso.

Para o juiz da Lava Jato, eventual aprovação do texto que ‘amordaça’ sua classe e dos procuradores e delegados seria uma ‘sinalização no sentido contrário’ à aceitação do projeto 10 Medidas.

“É preocupante, não só para a imagem do Parlamento como para a nossa democracia”, alertou o juiz da Lava Jato.

Moro descartou taxativamente a possibilidade de buscar mandato eletivo. “Nenhuma chance, sou juiz profissional.

O juiz advertiu  que o elevado índice de corrupção no  País ‘afasta investidores que não querem concorrer em desigualdade de condições de quem se dispõe a fazer jogo sujo’. O juiz observou que a corrupção e as trapaças fazem o cidadão ‘perder a fé nas instituições’.

Ele ainda disse, ainda. “A corrupção sistêmica não é uma doença tropical.

Fonte: Diário da Amazônia.




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