sábado, 13 de agosto de 2016

POLÍTICA É A ARTE DA SOCIEDADE ORGANIZAR-SE

Chegou mais um período de eleições. Falar ou escrever sobre política ou religião é sempre complicado diante do atual momento histórico recheado de corrupção. Estudar, definir determinados conceitos é importante o significado original da palavra e no seu contexto histórico. Com isso estaremos purificando o termo, ter o seu real significado. E só através deste real fazer as críticas necessárias.  Para entender a palavra política e outras relacionadas como ética, democracia, cidadania, entre outras é necessária essa pesquisa.

O termo política surgiu na antiga Grécia. Mas para entender seu significado é importante dizer que na Grécia por causa da situação geográfica e as existências de muitas ilhas tinham as cidades-estados. Cada uma destas cidades tinha a sua liberdade política, sua forma de organização. Tinham uma certa autonomia política e cultural. Tinha desde radicais tiranias como governos democráticos.

As cidades mais conhecidas era Atenas e Esparta. Esparta valorizava muito o esporte e a guerra enquanto que Atenas a cultura e a democracia. Foi em Atenas, durante o Governo de Péricles (461-429 a.C) surge a palavra política, democracia, entre outras. O governador Péricles desenvolveu a primeira grande experiência democrática da história. Em praça pública, os cidadãos masculinos, acima de 18 anos podiam fazer uso da palavra e reivindicar seus direitos. Escravos e mulheres ainda não participavam. Foi nesse contexto histórico que surgia a palavra política: “Polis” = cidade + “ítica” = organização: “Organização da Cidade”. Democracia: ‘Demos’ = povo + ‘cracia’ = Governo:  ‘Governo do povo’.

Depois vários pensadores escreveram sobre política: “O preço a pagar pela não participação na política é seres governados por alguém inferior” (Platão, 428-477 a.C). “Que continuemos a nos omitir da política que é tudo que os malfeitores da vida pública mais querem” (Bertold Brecht).

Hoje ainda ouvimos frases idiotas como ‘O padre e pastor não devem falar de política’. Ou ainda ‘fé e política não se misturam’. Ou ainda mais idiota: “Religião política e fé não se discute’. Os corruptos adoram essa posição covarde das igrejas. Parece-nos que quando vou à Igreja “amarro meu corpo num poste e só entra a minha alma” e quando estou num bar “amarro minha alma do lado de fora em um toco e só entra meu corpo”. Mas tem mais absurdos do tipo “Na escola não deve se ensinar política”. Ora, se não podemos debater conteúdos essenciais para a nossa vida o que vamos fazer na escola ou na igreja? Na verdade, devemos ter muito medo de quem afirma isso. São grandes analfabetos políticos (conforme Brecht) ou querem nos manipular ou são corruptos. A escola e a Igreja ainda são as grandes defensores da verdade, da ética, da democracia e purificadores destas ações.


Fonte:  Jorge K. Jacob / Sociólogo, professor do Centro Estadual Integrado de Educação Rural/ Ceier de Vila Pavão/ES  - Opinião/ Jornal Diário da Amazônia.


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