Essa perda e
desperdício de alimentos têm diversas implicações.
No Brasil, diariamente, são
desperdiçados 40 mil toneladas de alimentos, segundo Viviane Romeiro,
coordenadora de Mudanças Climáticas do World Resoures Institute (WRJ) Brasil,
uma instituição de pesquisa internacional. Isso coloca o Brasil, segundo ela,
entre os dez países que mais perdem e desperdiçam alimentos no mundo. Viviane
participou do Sustainable Food Summit da América Latina, evento promovido pela
Rede Save Food Brasil, no último dia 30 de julho, em São Paulo, e que discutiu
a perda e o desperdício com alimentos em todo o mundo.
“O Brasil está entre os dez
principais países que mais perdem e desperdiçam alimento. Estamos falando da
cadeia de perda e de desperdício. Perda que tem a ver com a colheita, a
pós-colheita, com a distribuição e o desperdício que já vem no final da cadeia,
que é no varejo, no supermercado e com o hábito do consumidor”, disse Viviane.
Essa perda e desperdício de alimentos
têm diversas implicações. Uma delas é com relação à segurança alimentar. “Hoje
temos aproximadamente 7 bilhões de pessoas {no mundo} e a estimativa é que, em
2050, seremos 9 bilhões. Enquanto isso, aproximadamente 1 bilhão de pessoas não
tem acesso adequado e sofre com desnutrição e falta de alimento. Então,
primeiramente, essa é uma questão de segurança alimentar”, disse.
Segundo Allan Boujanic,
representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO) no Brasil, cerca de
30% de tudo o que é produzido no mundo é desperdiçado e perdido antes de chegar
à mesa do consumidor. Isso provoca, segundo a FAO, um prejuízo econômico
estimado em US$ 940 bilhões por ano, o que corresponde a cerca de R$ 3
trilhões.
PROBLEMAS AMBIENTAIS
Outras implicações, segundo
Viviane, dizem respeito ao aspecto econômico e ambiental. “É um assunto que
envolve uma questão social e de segurança alimentar, de impacto econômico, mas
também de impactos ambientais e destacamos essencialmente a perda da
biodiversidade, impactos na biodiversidade, impactos no uso do solo, da questão
da água, da escassez da água, e também a questão do clima, das emissões de
carbono”, disse.
Sobre a questão ambiental,
Viviane disse que, se essa perda mundial com os alimentos fosse um país, ela
seria o terceiro maior país do mundo por emissão de gás de efeito estufa,
ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Fonte: Agência Brasil
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