TRÂNSITO MATOU MEIO MILHÃO DE PESSOAS EM DEZ ANOS
Dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostram um número inacreditável: de 2003 a 2012, um total de 536 mil brasileiros morreram em acidentes de trânsito. Em centenas de casos, as tragédias dizimaram famílias inteiras, em cada quadrante deste país. Dez vezes mais do que todos os americanos mortos durante a Guerra do Vietnam, uma das mais violentas do Século 20. Números de 2003: cerca de 35 mil mortos. E no último ano pesquisa, 2012: 60.700 vidas levadas nos acidentes. O responsável pela pesquisa faz uma análise crua sobre esses números apavorantes. O professor Paulo César Ribeiro lembra que o número de vidas perdidas neste período é como se tivesse desaparecido completamente, toda a população de uma grande cidade brasileira, como Campinas. Ou mais do que toda a população de Porto Velho, na faixa das 450 mil pessoas. Numa outra conta, se contabilizaria que o número é igual a um terço de todos os habitantes do estado de Rondônia, homens, mulheres, velhos, jovens e crianças.... Para o professor, o mais grave é que "morreu toda essa multidão e ninguém está dando bola para isso". As pessoas e, principalmente as autoridades, acham que essa tragédia é uma coisa normal da vida....
O resultado da pesquisa é assustador por si só. Mas o pior é que não se vê ações profundas, concretas e realistas, de curto, médio e longo prazos, para reduzir drasticamente essa mortandade. As medidas paliativas tomadas nos últimos anos, nunca deram resultado concreto. Quando um país, numa década, perde mais de meio milhão de pessoas e não parte para ações drásticas, para acabar com essa tragédia, é porque não está, mesmo, priorizando a vida humana. É urgente que encontremos um caminho para que nunca mais se perca tantas vidas, nas rodovias, estradas, ruas e avenidas brasileiras.
MUNDO DOS VIVOS - O horário eleitoral gratuito desta terça, abrindo um período de 45 dias de propaganda no rádio e TV, teve que mudar todos os seus rumos originais. As homenagens à memória de Eduardo Campos, num momento em que ainda há comoção nacional em torno da tragédia, tomou conta da maioria dos textos dos candidatos à Presidência. Ainda continuará por alguns dias. Quando Marina Silva entrar na jogada, vai ainda um pouco mais longe. Mas, passado o choque, o tema será substituído por outros assuntos do mundo dos vivos. Dos muito VIVOS... Literalmente!
PODER ECÔNOMICO - Um dos candidatos ao governo rondoniense, Padre Ton, disse que o poder econômico sufoca novas lideranças no país. Tomada ao pé da letra, pode parecer verdade. Também é. Mas o que sufoca realmente os novos líderes são as leis, produzidas pelo Congresso Nacional, que não quer mudar nada, para facilitar a vida de quem tem mandato ou está no poder. Claro que o abuso do poder econômico influi nas eleições. Mas o que não muda é a inércia do Congresso, que geralmente só pensa em si mesmo e não no país.
O QUE MUDOU? - Aliás, é comum políticos, alguns com décadas de presença no Congresso, em época de campanha eleitoral saírem criticando o que está errado no país. Claro que eles sabem o que tem que ser corrigido e melhorado. Mas por que não o fizeram, depois de uma longa vida pública? A resposta se sabe, é claro! Lá no Congresso, melhorar o país não está entre as mais importantes prioridades. Então, quem já esteve lá e não fez nada para mudar, vai propor o quê, em termos de transformações?
UNS PODEM, OUTROS NÃO... - A moda pegou! Como alguns brasileiros podem fazer o que bem entendem, pois a lei não os alcança, índios podem bloquear rodovias estaduais e federais e ainda cobrar pedágio, que têm os aplausos de nossas autoridades. Abandonados à própria sorte e cansados de só ouvirem promessas e discursos fajutos, índios da etnia Enawenê-nawê, bloquearam trecho da BR 174, na fronteira de Mato Grosso e Rondônia. Ir ou volta podem custar entre 20 e 50 reais. Só falta agora os aplausos dos que dividiram os brasileiros em categorias: os que têm e os que não têm que cumprir as leis....
SEM SOLUÇÃO - O caso até hoje não esclarecido do caso do bebê Nícolas, cujo corpo sumiu do Hospital de Base, completou ontem três meses, sem qualquer solução à vista. Todas as investigações, até agora, deram em nada. Há ainda suspeitas sobre dois outros casos, que ainda não tiveram mais detalhes. Os casos foram lembrados, no início da semana, pelo presidente da Assembleia, deputado Hermínio Coelho. Ele continua exigindo que as famílias das crianças e a população sejam informados sobre o que realmente aconteceu. Hermínio quer explicações.
(QUASE) NADA PODE! - Só agora, no andamento da campanha eleitoral, é que se vê, na prática, como a legislação é antidemocrática e até absurda em alguns aspectos. Um deles: candidato não pode sequer fazer caminhadas e entrar em lojas, para distribuir santinhos. Numa campanha, o essencial é pedir votos. Pois a lei não deixa. Lojas são consideradas "locais públicos" e portanto, de acesso proibido aos candidatos. Uma coisa inominável e absurda. E até tem gente que acha que isso é democracia. Pedir voto, que deveria ser o supra sumo da democracia, agora é ilegal!
PERGUNTINHA - Depois de tantas idiotices e teorias de conspiração, qual será a próxima besteira a ter espaço na mídia sobre a morte de Eduardo Campos?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires
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