É possível que exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, nos deixem mais inteligentes e mais resistentes a sintomas que nos incomodam, inclusive mentais e emocionais? Sim, Antigamente, pensava-se que a prática de exercícios físicos beneficiava apenas o corpo físico e não tinha nenhuma influencia no funcionamento cerebral e em nosso humor. As últimas pesquisas mostram que se exercitar pode ser muito melhor para o funcionamento cerebral do que as drogas psicoativas, que possuem inúmeros efeitos colaterais danosos, além de muitas vezes não funcionarem para o que se propõe: fazer as pessoas se sentirem mais equilibradas para a vida, sem levar em consideração o tipo de vida, quais são os relacionamentos e qual é o contexto em que a vida desta pessoa está.
São comprovados, por inúmeras pesquisas científicas, os benefícios de atividades físicas frequentes,
regulares e que ativem a respiração e os batimentos cardíacos, aumentando tanto o fluxo sanguíneo e a oxigenação em todo o corpo inclusive no cérebro, secretando substância químicas que melhoram o humor e motivação para a vida. Os exercícios melhoram o tratamento da ansiedade e da depressão e ajudam no equilíbrio e no controle do estresse. Um cérebro bem oxigenado melhora o processo de aprendizagem, a atenção, a concentração, a memória, além de motivar, aumentar a habilidade de perseverar e ajudar a lidar com as frustrações em vários campos da vida. Ao oxigenar e aumentar o fluxo de sangue no cérebro, exercícios físicos frequentes criam um ambiente perfeito para que nossas bilhões de células nervosas fabriquem neurotransmissores e receptores em nosso cérebro, os quais são responsáveis por registrar novas informações. Ou seja, mais atividade física aumenta as chances de aprendizado ao tornar nosso cérebro estimulado, aumentando as conexões nervosas e adicionando novas células nervosas nas áreas envolvidas com a memória e o aprendizado. Outro benefício é com relação ao estresse: os exercícios físicos diminuem os danos causados pelo estresse e aumentam a resistência a ele, pois na medida em que a pessoa melhora o condicionamento físico, é preciso uma tensão maior para disparar sue alarme de estresse. A atividade física muda à neuroquímica do cérebro, assim como trabalha no nível celular para proteger as próprias células do estresse, ou seja, aumentando a imunidade.
Os profissionais de saúde mental devem entender que a prática regular de exercícios físicos é uma terapia auxiliar muito útil para desordens mentais e emocionais e outras dificuldades dessa ordem. Muitos psiquiatras e psicólogos americanos recomenda, como primeiro tratamento para a depressão e a ansiedade, a prática regular de exercícios físicos, que não tem efeitos colaterais danosos como a medicação. Nos Estados Unidos, os médicos, psicólogos e os pacientes estão cada vez mais presos a uma regulação danosa sobre saúde mental, sujeita a influências da indústria farmacêutica: uma vez que uma pessoa é diagnosticada com qualquer tipo de transtorno contido no DSM (Manual de Diagnóstico de Transtorno Mentais), NUNCA mais estará livre deste diagnóstico, pois, caso o cliente fique bom ou melhore o profissional que tenha emitido o diagnóstico diga que aquela pessoa não apresenta mais os sintomas que o levaram a procurar o psicólogo ou o médico, o profissional pode ser acusado de ter errado no diagnóstico. Resumindo: nos EUA, uma vez diagnosticado depressivo, para sempre depressivo e medicado, o que está levando os profissionais da saúde mental americanos a encontrarem novas formas de trabalhar com sintomas psicológicos que levam o paciente aos seus consultórios. Segundo o neuropsiquiatra americano John Ratey professor da Universidade de Havard e autor do livro "Corpo Ativo", Mente Desperta", os exercícios físicos aeróbicos são mais importantes do que qualquer remédio para melhorar ou equilibrar as funções cerebrais e o funcionamento do corpo.
Atividades aeróbicas recomendadas são aquelas que exigem do coração mais batimentos e do pulmão mais respirações, aumentando a oxigenação e a velocidade do fluxo sanguíneo, como, por exemplo: dança, ciclismo, corrida, diversos tipos de aulas de ginásticas, caminhada acelerada, esportes em geral, entre outros. Devem ser feitos regularmente e sempre (uma hora por, no mínimo, quatro vezes por semana). Em vez de pílulas, tome a sua dose de tempo para o exercício físico. Em outras palavras, suar é bom para o corpo e para a mente e os efeitos colaterais são benéficos.
Fonte: Ivana Freitas - Psicóloga, pós-graduada em Orientação de Casal e Familiar. Abordagem Americana EMDR. Jornal O Estadão do Norter
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