quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O Eleitor Maçom (em especial o do Rito Brasileiro) e seus deveres para com a sociedade, pátria e a humanidade!

Inegavelmente, a democracia é uma das grandes conquistas do processo evolutivo, tendo sua origem na Grécia, em 508 a.C., quando Clístenes propôs que cada cidadão tivesse direito a um voto nas questões políticas a serem deliberadas. Surgiu, ainda, a “Bulé”, que era um conselho composto por quinhentas pessoas com mais de trinta anos, modificado anualmente, que constituía a base do novo sistema.



Infelizmente, ainda vemos a tirania, a opressão e a ditadura em alguns países, que são filhas do orgulho e do egoísmo, mas com o melhoramento moral da humanidade, já que vivenciamos a transição planetária, notaremos que a democracia, quiçá mais aprimorada, atingirá, gradativamente, todas as nações.


Anote-se que à medida que o indivíduo amadurece moral e intelectualmente, ele se torna um cidadão consciente e nobre, preocupado com a sociedade onde vive, saindo da indiferença para a ação construtiva na área do bem e da paz.

Não podemos mais ignorar que temos responsabilidades com a Pátria, colaborando para a resolução dos problemas vigentes.

Poderemos, por exemplo, participar das denominadas “Associações de Bairro”, levando até o poder público as necessidades do bairro onde moramos; criar ou participar de ONG´s que visem ao bem comum; participar de entidades que fiscalizem o uso da verba pública; integrar os Conselhos Municipais, que ajudam nas políticas públicas do município etc.

Atuar na cidade onde se vive é trabalhar pela Pátria, pelo nosso querido Brasil, e, por consequência, por um mundo melhor.

Frise-se que o clímax da democracia é o processo eleitoral, quando poderemos atuar como eleitores e candidatos.

O Maçom, sobretudo quando pertencente ao Rito Brasileiro, tem que estar consciente dessa participação no processo eleitoral, pois, como eleitor, irá eleger os representantes dos poderes executivo e legislativo, nas três esferas de atuação (municipal, estadual ou distrital e nacional).

Temos que nos informar acerca dos candidatos, de suas propostas, e votarmos naqueles que atendam às nossas aspirações de um mundo melhor, jamais vendendo nossos votos ou permitindo que outros interesses norteiem as nossas escolhas.

Seria leviano afirmar que todos os candidatos são descompromissados com o bem, pois certamente haverá aqueles que desejam colaborar com o melhoramento da sociedade. Tenhamos paciência para ouvir as propagandas políticas e conhecer melhor os candidatos.

Caso os candidatos eleitos não cumpram com a promessa, certamente estarão assumindo débitos perante as leis divinas, mas nós, os eleitores, temos que fazer a nossa parte, permanecendo com a consciência em paz.

Penso que o Maçom consciente não deve anular ou votar em branco, desperdiçando a oportunidade de trabalhar pela Pátria. Caso não encontre nenhum candidato, pelo menos vote na legenda partidária, porque haverá partidos políticos que mais se aproximem das nossas ideologias.

Refletindo um pouco sobre o outro lado – o do candidato – muito se fala que não se deve misturar política com religião. Particularmente, interpreto essa frase como o dever de não fazermos propagandas políticas dentro dos templos, sejam estes religiosos ou maçônicos, porque nesses locais estamos buscando a conexão com Deus, cabendo-nos a tarefa de escolher o nosso candidato.

Todavia, isso não significa que não possamos ser candidatos. Alguns dizem que há tanta corrupção na política que não vale a pena se infiltrar nesse meio.

Certa feita, ouvi a seguinte frase: “Os maus ocupam os espaços que os bons deixam”.

Essa frase, notadamente nos dias atuais, aplica-se à política. Se as pessoas de bem optarem por não se envolver na política, os maus políticos preencherão esses espaços.

Outros dirão, serei apenas um no meio de muitos corruptos, de forma que nada poderei realizar.

Jesus, certa feita, disse que enviava os cristãos para as tarefas do bem como cordeiros no meio de lobos. Cabe-nos, como candidato eleito, sermos cordeiros do bem, usando dos meios éticos e lícitos para combater as ilegalidades vigentes, sem temer qualquer represália, agindo sempre em prol do interesse coletivo.

No meio maçônico, a exemplo de Mário Covas, tivemos notáveis políticos, que não se omitiram na tarefa de dar suas contribuições pessoais. 


O homem mais moralizado, que gerará eleitores e candidatos mais conscientes do bem, fomentará o surgimento de sistemas políticos mais nobres. Vejamos a observação do Espírito Vianna de Carvalho na obra “Atualidade do Pensamento Espírita”, psicografada por Divaldo Pereira Franco.


“Certamente, o homem melhor, mais desenvolvido moral e intelectualmente, apoiado na tecnologia que o impulsiona para a frente, criará sistemas políticos compatíveis com os ideais que abraça, as aspirações que acalenta e os labores que realiza. A política tem sido instrumento mal utilizado por homens e mulheres ambiciosos, esquecidos dos valores éticos, salvadas as exceções compreensíveis.

 Quando se entenda que a política é poderoso instrumento de construção da sociedade, e se esteja moralmente adiantado para colocar em plano secundário os interesses pessoais, zelando pelos coletivos, serão criados novos sistemas e métodos de trabalho que elaborarão regimes justos e nobres, que atendam as necessidades do povo, sempre preterido, desrespeitado e oprimido através da História.”


Contagiados pelo evangelho do Cristo e imbuídos da tarefa de construirmos um mundo mais moralizado e digno, não nos furtemos às responsabilidades com a Pátria. Atuemos com coragem e ousadia, seja nas questões eleitorais, seja nas ações sociais e do bem comum, tendo Jesus como modelo e guia, e o amor como alimento da alma. 


Fonte: Irmão Robson Gouveia / natural de Campina Grande -PB - com residência atual em Brasília-DF




             

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