Inegavelmente, a democracia é uma das grandes conquistas do processo
evolutivo, tendo sua origem na Grécia, em 508 a.C., quando Clístenes propôs que
cada cidadão tivesse direito a um voto nas questões políticas a serem
deliberadas. Surgiu, ainda, a “Bulé”, que era um conselho composto por
quinhentas pessoas com mais de trinta anos, modificado anualmente, que
constituía a base do novo sistema.
Infelizmente, ainda vemos a tirania, a opressão e a ditadura em alguns países,
que são filhas do orgulho e do egoísmo, mas com o melhoramento moral da
humanidade, já que vivenciamos a transição planetária, notaremos que a
democracia, quiçá mais aprimorada, atingirá, gradativamente, todas as nações.
Anote-se que à medida que o indivíduo amadurece moral e intelectualmente, ele
se torna um cidadão consciente e nobre, preocupado com a sociedade onde vive,
saindo da indiferença para a ação construtiva na área do bem e da paz.
Não podemos mais ignorar que temos responsabilidades com a Pátria, colaborando
para a resolução dos problemas vigentes.
Poderemos, por exemplo, participar das denominadas “Associações de Bairro”,
levando até o poder público as necessidades do bairro onde moramos; criar ou
participar de ONG´s que visem ao bem comum; participar de entidades que
fiscalizem o uso da verba pública; integrar os Conselhos Municipais, que ajudam
nas políticas públicas do município etc.
Atuar na cidade onde se vive é trabalhar pela Pátria, pelo nosso querido
Brasil, e, por consequência, por um mundo melhor.
Frise-se que o clímax da democracia é o processo eleitoral, quando poderemos
atuar como eleitores e candidatos.
O Maçom, sobretudo quando pertencente ao Rito Brasileiro, tem que estar
consciente dessa participação no processo eleitoral, pois, como eleitor, irá
eleger os representantes dos poderes executivo e legislativo, nas três esferas
de atuação (municipal, estadual ou distrital e nacional).
Temos que nos informar acerca dos candidatos, de suas propostas, e votarmos
naqueles que atendam às nossas aspirações de um mundo melhor, jamais vendendo
nossos votos ou permitindo que outros interesses norteiem as nossas escolhas.
Seria leviano afirmar que todos os candidatos são descompromissados com o bem,
pois certamente haverá aqueles que desejam colaborar com o melhoramento da
sociedade. Tenhamos paciência para ouvir as propagandas políticas e conhecer
melhor os candidatos.
Caso os candidatos eleitos não cumpram com a promessa, certamente estarão
assumindo débitos perante as leis divinas, mas nós, os eleitores, temos que
fazer a nossa parte, permanecendo com a consciência em paz.
Penso que o Maçom consciente não deve anular ou votar em branco, desperdiçando
a oportunidade de trabalhar pela Pátria. Caso não encontre nenhum candidato,
pelo menos vote na legenda partidária, porque haverá partidos políticos que
mais se aproximem das nossas ideologias.
Refletindo um pouco sobre o outro lado – o do candidato – muito se fala que não
se deve misturar política com religião. Particularmente, interpreto essa frase
como o dever de não fazermos propagandas políticas dentro dos templos, sejam
estes religiosos ou maçônicos, porque nesses locais estamos buscando a conexão
com Deus, cabendo-nos a tarefa de escolher o nosso candidato.
Todavia, isso não significa que não possamos ser candidatos. Alguns dizem que
há tanta corrupção na política que não vale a pena se infiltrar nesse meio.
Certa feita, ouvi a seguinte frase: “Os maus ocupam os espaços que os bons
deixam”.
Essa frase, notadamente nos dias atuais, aplica-se à política. Se as pessoas de
bem optarem por não se envolver na política, os maus políticos preencherão
esses espaços.
Outros dirão, serei apenas um no meio de muitos corruptos, de forma que nada
poderei realizar.
Jesus, certa feita, disse que enviava os cristãos para as tarefas do bem como
cordeiros no meio de lobos. Cabe-nos, como candidato eleito, sermos cordeiros
do bem, usando dos meios éticos e lícitos para combater as ilegalidades
vigentes, sem temer qualquer represália, agindo sempre em prol do interesse
coletivo.
No meio maçônico, a exemplo de Mário Covas, tivemos
notáveis políticos, que não se omitiram na tarefa de dar suas
contribuições pessoais.
Quando se entenda que a política é poderoso instrumento de construção da sociedade, e se esteja moralmente adiantado para colocar em plano secundário os interesses pessoais, zelando pelos coletivos, serão criados novos sistemas e métodos de trabalho que elaborarão regimes justos e nobres, que atendam as necessidades do povo, sempre preterido, desrespeitado e oprimido através da História.”
Fonte: Irmão Robson Gouveia / natural de Campina Grande -PB - com residência atual em Brasília-DF
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