terça-feira, 6 de agosto de 2013

Patrik: o estradeio errante

“Não importa a cilindrada, o importante é o espírito do motociclismo.” Sob esse lema, Patrik Andrade da Cruz circula o Brasil e o mundo em sua bicicleta customizada. Sem propulsor, apenas com os pedais e suas pernas, ele percorreu mais de centenas de lugares e, segundo o ciclista, já bateu dois recordes, um em 1992, quando passou por mais de 300 países em um período de 14 anos. O segundo marco, de acordo o entusiasta da vida sobre duas rodas, foi obtido em 2010, após ter rodado o Brasil, chegando ao México na sequência, e completando 2.032 quilômetros pedalando.

“A moto veio da bicicleta”, explica ele ao ser indagado sobre sua escolha. Nascido em Formosa do Oeste, no Paraná, Patrik serviu ao exército por mais de três décadas e trabalhou na Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.. Após sofrer um acidente aéreo, ainda quando prestava serviços para a Embraer, e passar alguns anos imobilizado em uma cadeira de rodas, ele se recuperou e recomeçou a vida. Então, decidiu ganhar o mundo como um errante estradeiro. “Já andei de moto, triciclo, Harley, mas não trocaria [a bike]. Porque só com a bicicleta viajo mais do que muita gente de moto”, avalia ele, que estuda a possibilidade de motorizar o veículo para ajudar nas subidas das estradas.

De tempos em tempos, retorna à sua cidade natal para reencontrar a família. Em outubro de 2012, ganhou a estrada novamente e, atualmente, frequenta praticamente todos os eventos motociclísticos no país. Passou por Cuiabá (MT), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Amazonas, Bolívia, Colômbia e voltou ao Brasil. De novo em solo nacional, foi a Formosa, compareceu ao Brasília Motocapital e, agora, partiu em direção a Minas Gerais. 



A paixão pelo espírito motociclístico é visível não só no para-brisa montado em sua bike, inspirado nos modelos custom, mas também em seus patchs e adesivos que ostenta em seu colete e no veículo. Ele é um dos fundadores do motoclube Escoteiros do Asfalto – Sempre Irmãos. O grupo, que tem sede em diversas cidades do Brasil e até nos Estados Unidos, funciona também como uma rede de apoio para suas aventuras.



Na estrada, os perigos são os mesmos enfrentados pelos motociclistas. Por isso, ele faz um apelo. ”Peço um respeito maior pelo Brasil, e fora do Brasil também, que a gente sabe que tem muitos acidentes. Quando estamos andando na estrada, é pra os caminhoneiros respeitarem a gente que é ciclista, motociclista e também andarilhos e pedestres. Tem muitos motoristas [de caminhão] sacanas que jogam o cavalinho e puxam a carreta. Ele quer dar um susto, acaba matando.”


Fonte: Bárbara de Alencar - Encontros de Moto.com

 *O Patrik esteve em Porto Velho no mês de março, foi um privilégio tê-lo conhecido e efetuado uma postagem sobre o mesmo. Pessoa determinada e corajosa. 

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