Começo este artigo com a afirmação de que qualquer ato de violência e agressão não deve ser tolerado nem incentivado, pois somos pessoas evoluídas, que vivemos e queremos uma sociedade melhor não só para nós como para o nosso próximo Porém mesmo aquilo que não toleramos merece uma explicação racional e um estudo científico. Assistimos atônitos nos veículos de comunicação a uma série de atos de vandalismo praticados por alguns grupos , e devemos fazer uma análise dos fatos e atos perpetrados. O ser humano, quando em grupo, tende a expressar sentimentos e reações que sozinho não o faria, além de ser movido por um inconsciente coletivo. Alguns grupos tendem a se exceder em seus protestos com a destruição de símbolos, que para esses grupos - e também para a maioria da sociedade - representam o "inimigo". Assim, movidos por esses sentimentos inconscientes, esses indivíduos abrem mão de sua condição de ser civilizado e começam a descer na cadeia evolutiva humano.
Nota-se que os princípios alvos desses grupos são os prédios do Executivo e do Legislativo (símbolos da impunidade e da corrupção), instituições bancarias (símbolos do capitalismo), ônibus (símbolos da exploração e do descaso para com os trabalhadores), pardais de trânsito (símbolos da indústria de multas e da arrecadação governamental), a polícia (símbolo da repressão e arma do governo para impedir o exercício da cidadania), entre outros.
Nota-se que esses "vândalos" não destroem hospitais, escolas, postos de saúde, creches, maternidades, igrejas, bibliotecas etc. É lógico que dentro desses grupos existem marginais que não tem outro intuito além do favorecimento pessoal . Existem também os infiltrados, sejam do governo ou de partidos de extrema direita, que objetivam distorcer a opinião pública e esvaziar os movimentos legítimos, e também membros dos órgãos de segurança pública exercendo o seu papel investigatório. Todos eles, por suas diversas razões incentivam, maximizam ou simplesmente permitem os atos de vandalismo.
Ao adotar estas praticas violenta, esses grupos desencadeiam um efeito colateral e descem alguns degraus na cadeia evolutiva, se tornando mais primitivos e agressivos, e os atos praticados extrapolam os limites sociais, passando os mesmos a praticarem atos de saque contra lojas e destruição do patrimônio particular, sendo o ápice da involução e transformação desses grupos em tribos primitivas, que, como não poderia deixar de ser,comemoram as suas "vitórias"em volta de uma fogueira dançando e queimando os troféus da destruição.
Porém, infelizmente a mídia que classifica e crucifica esses atos, não se preocupa em querer explicar este fenômeno, antropológico e sociológico, chamando simplesmente de "vândalos" e de "vandalismo" os mesmos atos que, quando praticados em manifestações no exterior, são chamados pela própria mídia de "revolução" e "revolucionários".
Fonte: Artigo de José Ricardo Rocha Bandeira - Comendador; professor; é presidente do Instituto de Criminalística e Ciência Policiais da América Latina.
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