domingo, 14 de julho de 2013

OPINIÃO DE PRIMEIRA

COM ESPÍRITO DE CORPO E IRONIA NÃO SE CURA A SAÚDE
 Um jovem rondoniense foi estudar Medicina em Honduras, aquele pequeno país da América Central que, em 1999, sofreu um terrível furacão e onde quase 10 mil pessoas morreram. País pobre, tem, contudo, um diferencial na área de saúde. O curso de Medicina tem sete anos. E o formando têm que cumprir mais um, o oitavo, trabalhando de graça, no interior. Foi o que fez o rondoniense. Só então recebeu seu diploma. Em vários outros países da América Latina, o curso de Medicina tem mais que os seis anos do Brasil. E, invariavelmente, há pelo menos mais um, para atendimento social. Aqui, jovens saem das universidades, recém formados, sem saber diferenciar uma gripe de um caso de inflação na garganta ou pneumonia. E quem diz isso são os próprios médicos. O dr. Adib Jatene, por exemplo, um dos mais respeitados do país, diz que tem que se repensar tudo em termos de ensino da Medicina. Pior ainda: há médicos recém formados, que já entram em faculdades como professores. E não é exagero. Aqui em Rondônia mesmo acontece isso.
 Agora, o governo quer mexer na questão da interiorização da Medicina. Grita da maioria dos profissionais e suas lideranças, inclusive ironizando, chamando o projeto de "serviço civil obrigatório" ou taxando-o de uma excrescência jurídica. Todos querem melhorar a saúde pública, mas cada um só olha para seus interesses. Há outra verdade: a maioria dos médicos não quer trabalhar no interior. A presidente Dilma Rousseff diz que é um direito de cada um trabalhar onde quiser. Mas disse também - com toda a razão - que o governo tem a obrigação de atender a população. Os médicos muitas vezes têm razão ao protestar, porque o governo trata a saúde com incompetência e desdém. Mas dessa vez, estão errados. Não querem fazer e não querem que ninguém faça. Aí, não dá!
 GRAVAÇÕES - É impressionante o volume de ligações telefônicas gravadas durante a Operação Apocalipse. Fala-se em milhares de horas, certamente com algum exagero. Na grande maioria do tempo, nada de importante foi detectado. Mas, em pelo menos uma centena delas, descobre-se como agem quadrilhas e seus parceiros. No caso do tráfico - um dos braços da investigação - um dos traficantes chega a falar claramente, pedindo dinheiro a um dos seus chefes, para comprar a droga, que depois seria revendida na região da Capital. Impressionante!
 INGENUIDADE ZERO - É surpreendente o fato da deputada Ana da Oito, que de ingênua não tem nada, ter aceitado assinar contrato, em cartório, sobre dívidas de campanha com líderes daquilo que a polícia chama de Organização Criminosa, na Operação Apocalipse. O fato da irmã da deputada, Luciana Demarni de Aguiar, ter sido agredido por um dos líderes do bando, numa gráfica, deixa bem claro a forma como as dívidas não pagas eram cobradas. Assim como Adriano Boiadeiro, Ana da 8 pode ser cassada.
 DISTÂNCIA ENORME - O fracasso da tal "manifestação espontânea" convocada pelos centrais sindicais, que recebem gordas verbas dos cofres públicos, deixa claro que a grande maioria dos brasileiros, está enchendo o saco dessa gente. Em algumas capitais, a "grande mobilização" teve pouco mais que mil participantes. A CUT, que chamou seus associados para bater palmas à presidente Dilma e seu governo, seu deu mal. As demais centrais também sucumbiram. Ficou bem clara a enorme distância entre as  manifestações emanadas do povo e essa, criada por oportunistas.
 GENTE CHEGANDO - Ontem, mais três envolvidos na Operação Apocalipse chegaram para cumprir o período de prisão por aqui. Um deles, aquele que é considerado da liderança, Fernando Braga Serrão, o Fernando da Gata. Duas mulheres também foram para a prisão. Fernando havia sido pego na semana passada, mas só ontem chegou à Capital rondoniense. O número de foragidos ainda é de uma dúzia. Dos 13 que estavam sendo procurados na semana passada, apenas uma mulher se entregou. Outro líder, Alberto Ferreira Siqueira, o Beto Bába, foi preso ontem no final do dia.
PROCESSO ZERO - Há duas décadas na vida pública, o deputado Ribamar Araújo tem sido um personagem diferente na política. Neste tempo todo, como vereador, deputado e secretário de agricultura em Porto Velho, jamais teve um só processo contra ele em qualquer instância judicial. Único rondoniense citado  por este feito no relatório da Transparência Brasil, Ribamar conta como é difícil ser um político diferenciado. Ele fala sobre isso no programa Candelária Debate (TV Candelária/Record, em rede estadual, via satélite), neste sábado, a partir das 13h10.
MUDOU O QUE? - Mordomias sem fim, viagens à custa do dinheiro público, governador do Rio andando para cima e para baixo, com a família, em helicóptero de luxo; supersalários que abundam no serviço público, na base do contorcionismo legal; autoridades criando cada vez mais benesses para si mesmas: a verdade é que, na essência, nada mudou. Essa gente continua se lixando para as manifestações, que, por sinal, acabaram. Vão continuar fazendo tudo igual, porque sabem que nada vai ser diferente para eles. Mudança, sempre, para pior, é apenas para o povão...
 PERGUNTINHA - Até quando a sociedade ficará refém do crime organizado, se o governo não se preocupa em mudar as leis, para fazer os bandidos apodrecerem na cadeia?
Fonte: Jornalista Sérgio Pires


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