O salmo 148 das Sagradas Escrituras chama por nome todos os seres: os astros, as arvores, os répteis, os pássaros e os povos. Por que o autor fez isso? Ele quis, de maneira bem consciente, mostrar como Deus determinou a cada um dos seres ter o próprio lugar e a sua própria função. Além do mais, deu ao ser humano o poder de acolhê-los dando-lhes um nome. Com isto, os inclui também nas suas celebrações litúrgicas. Assim, nesta imensa coreografia universal, desfilam todas as criaturas perante o seu Criador, dizendo: “Aleluia. Nos céus, louvai o Senhor, louvai-o nas alturas do firmamento.
Louvai-o, todos os seus anjos. Louvai-o, todos os seus exércitos. Louvai-o, sol e lua; louvai-o, astros brilhantes. Louvai-o, céus do céu, e vós, ó oceanos dos espaços celestes. Louvem o nome do Senhor, porque ele mandou e tudo foi criado... Na terra, louvai o Senhor: cetáceos e todos das profundezas do mar; fogo e granizo, neve e neblina; vendaval proceloso dócil às suas ordens...”
O salmista nos revela que nos céus temos os cantores ‘astrais’, que elevam os hinos ao Senhor da criação. Mas também na terra não é de menos, porque têm os seus cantores. Todos eles, desde os profundos dos abismos até o mundo vegetal e quanto o animal, elevam os seus hinos de louvor ao seu Senhor. E enfim, eis o ser humano, o verdadeiro cantor da criação, que representa todas as idades, os sexos e todas as nações que cantam ao seu Deus Criador. Assim sendo, todas as criaturas terrestres louvam o Senhor Onipotente pela sua grande transcendência e, ao mesmo tempo, pela sua proximidade na história da humanidade: “Louvem todos o nome do Senhor, porque só o seu nome é excelso. Sua majestade transcende a terra e o céu, e conferiu a seu povo um grande poder. Louvem-no todos os seus fiéis, filhos de Israel, povo a ele mais chegado."
O ser humano na oração se faz porta-voz de toda a criação, e junta e eleva aos céus todas as orações que existem na terra e nas campinas. Essa extensa louvação e reconhecimento de Deus Criador se descobre também o rosto Dele que é louvado e aplaudido. De fato, por um lado, pelo esplendor da criação, resplandece o grande mistério da transcendência de Deus. Por outro lado, percebe-se o quanto Deus é próximo; uma proximidade de carinho, de segurança porque Deus é preocupado com a sua obra criada: “conferiu a seu povo um grande poder.”
Em conclusão, perante essas aclamações, somos convidados a ter capacidades de entrar no templo do universo da natureza para louvar de todo coração ao nosso Criador de tudo e, ao mesmo tempo, experimentar a presença de Deus na nossa história. Qual Deus é tão próximo da gente como o nosso? O papa Francisco disse no dia 21.05.2014: Perante à criação: “preservá-la, pois se aniquilarmos a criação, será ela que nos destruirá! Não esqueçais isto! Certa vez eu estava no campo e ouvi o dito de uma pessoa simples. Ela disse-me: «Devemos conservar estas belezas (da natureza) que Deus nos concedeu; a criação é para nós, a fim de beneficiarmos dela.”
Fonte: Claudio Pighin - Sacerdote e doutor em teologia / Belém-PA.
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